Nicotina (Romance gay)

Capítulo 15

*Nota no final

Fiquei parado enquanto o via bater a porta com tanta força, que até meu corpo tremeu. De todas as ofensas, aquela deveria ser a pior para ele. Enquanto ele viu crianças crescerem com sua família ao seu lado, ele viu a sua ser destruída por uma doença. Nem ao menos tinha a presença da mãe, que dedicou maior parte de seu tempo para lhe dar conforto. O grau de minhas palavras foram tão profundas, que minha mente nem ao menos conseguia trabalhar direito. Acabava de reabrir sua ferida, uma coisa que já mais devia ter feito. Em estado atônito fiquei em meu quarto, enquanto minha fixa ainda não havia caído. Em meio a toda aquela situação comecei a sentir meu peito arder outra vez enquanto minhas vistas se escurecia, geralmente minhas dores tem algum motivo, mas desta vez elas vieram apenas para me castigar. Juntei o pouco de forças que ainda me restava e obriguei o meu corpo a reagir. Não poderia ficar parado enquanto lamentava as dores que causei, então em um só movimento corri até a porta e a abri, notando o desespero em meus movimentos. Em fração de segundos já havia descido as escadas, sequer conferi os degraus, e em um pequeno salto já corria até a porta. Estranhei o grande silencio que se fazia naquele lugar, mas não dei importância em meio o grande problema que tinha que resolver. Toquei a maçaneta da porta e a girei depressa, mas antes de pudesse retornar a minha correria dou de cara com Isabela que estava preste a tocar a campainha. Por sorte não a choco com ela

_Isabela! - falei surpreso enquanto ela retribuía o mesmo olhar

_Caleb, que rápido! - disse ela, enquanto um pequeno sorriso brotava em seu rosto - _preciso falar com você - completou

_Desculpe isabela, mas agora não dá, preciso ir resolver uma coisa - falei forçando um meio sorriso enquanto retornava a caminhar, mas fui surpreendido por sua mão que me segurou antes que pudesse me afastara dela

_Eu posso esperar, mas também quero fala sobre essa outra coisa - falou me fazendo a encara-la instantaneamente

_Que.. coisa? - perguntei

_Sobre Eduardo - falou me surpreendendo, enquanto tetava entender como ela acabou descobrindo - _Acabei de esbarra nele a caminho pra cá e ele nem ao menos me encarou ou falou comigo quando o chamei, parecia estranho - disse ela fitando o chão, então subiu seu olhar até mim - _O que você fez dessa vez? - perguntou seria

_Fiz merda isabela! - afirmei desviando o meu olhar do seu. Acho que ela notou o arrependimento em minha voz pois tornou perguntar, agora de uma forma mais mansa

_O que você fez? - perguntou

_Acabei brigando com ele, mas dessa vez, ofendi sua família - disse, tentando manter o controle das minhas emoções. Ela me encarou enquanto erguia as sobrancelhas mas loga a abaixou

_Você não devia ter feito isso! - me repreendeu - _Uma vez ele brigou na escola pelo mesmo motivo, não devia ter feito isso! - afirmou elevando o tom de voz

_Claro que não isabela! Preciso resolver isso - falei ao mesmo tempo em que me preparava para virar e ir em direção a sua casa, mas outra vez sou pego de surpresa por sua mão que me segurou

_Não seria melhor dar um tempo para que ele esfrie a cabeça? - perguntou e apenas neguei com a cabeça enquanto um súbito desespero tomava conta de mim. Minha vontade de lhe pedir desculpas só aumentava, junto com minhas dores que até o momento permaneciam

_Não! - disse - _preciso ir agora! - completei enquanto puxava o meu braço e caminhava com paços largos

_Vou com você! - gritou ela, e quando menos percebi já estava do meu lado, acompanhando os meus paços, então parei e a encarei

_Isabela.. isso é coisa nossa - disse um pouco sem graça enquanto ela se virava para mim

_Eduardo é meu amigo e não quero que nenhum dos dois saiam feridos! - afirmou e pelo seu olhar notei que ela estava disposta a continuar, então apenas cedi e retornei a caminhar junta a ela. Sabia muito bem o que isabela queria e sei que de qualquer forma ela se intrometeria e acabaria descobrindo o que aconteceu, então talvez essa seria uma forma melhor