Em seus olhos havia raiva, fúria, decepção, angustia e em meio todos aqueles sentimentos, em apenas um olhar, notei uma lagrima descer e pingar ao chão. Por mais que a raiva me consumia no momento, havia notado a gravidade das minhas palavras. Talvez não deveria ter sido tão durou com ele, ou deveria? Talvez não estivesse preparado para um relacionamento, ou estava? Toda aquela briga de segundo atrás criou duvidas em minha cabeça, duvidas que me consumiria por um longo tempo. Sua raiva erá tão notável, que diria que posso ouvir o seu coração acelerado em seu peito. Sua respiração ofegante era outro sinal disso, alem dos punhos cerrados. Ele me olhava cheio de perguntas, talvez eu soubesse quais perguntas eram, mas para cada uma, não havia uma resposta que o fizesse entender o que estou passando. Para ele erá fácil, na verdade tudo para ele parecia ser tão fácil, isso que estimulava ainda mais minha raiva, por mais que as coisas parecesse ser tão simples, não erá. É complicado e para resolver tudo isso teria que deixar o tempo agir. Ele não poderia pelo menos uma vez olhar o meu lado? Confiar em mim? Talvez ele estivesse certo, se ele não pode fazer isso por mim, realmente eu não estou preparado para um relacionamento serio. Por uma fração de segundo o vir tirar de seu bolso seu celular e arremessa-lo em minha direção
_Use-o, tenho sinal - falou, enquanto seus pés pisava forte sobre o chão, caminhando em direção ao carro. O vir entrar e bater a porta descontando toda sua raiva ali. Olhei o visor do aparelho e havia sinal, não muito, mas o suficiente para completar uma ligação. Olhei através do para brisa do carro e ele havia deitado sobre o branco enquanto se mantinha de olhos fechados, então voltei minha atenção para a ligação, que no momento era emergência. Após uma longa espera ali em pé, enquanto o vento gelado me atormentava, consegui falar com minha família e avisá-los sobre o ocorrido. Depois de levar um grande sermão do meu pai por não usar o GPS do meu celular e por ter colocado outras pessoas em risco, alem de suas famílias preocupadas, conseguir explica-lo exatamente como tudo aconteceu e como tentaríamos sair dali. Em certa parte a culpa não era minha, a estrada estava escura e não havia sinalização adequada, só fui guiado pelos meus instintos. Falei que passaria a noite ali e de manhã sairia para procurar alguma ajuda, ele até se ofereceu a mandar um mecânico, já que ele não poderia vir por causa do trabalho cedo, mas recusei. Não sabíamos nossa localização ao certo, então era melhor buscar ajuda por ali mesmo. Ele me deu um prazo para voltar para casa e mandou deixar o celular ligado, caso não chegasse no horário determinado ele iria vir me buscar rastreando meu aparelho, apenas concordei com sua falta de confiança e desliguei a ligação revirando os olhos.
Assim que encerrei a ligação senti uma gota cair sobre o meu braço esquerdo, provavelmente sinal de chuva. Olhei outra vez através do para-brisa e Edu me observava encostado sobre banco, por curto segundos nossos olhos se encontram e o vi desvia-lo para a janela ao seu lado, enquanto a chuva a atingia. Caminhei em direção ao carro, enquanto raras gotas caia sobre mim, e entrei. Estendi seu celular para ele e o pegou, logo virando seu rosto outra vez
_Obrigado - O agradeci mas ele fingiu não escutar, enquanto sua atenção permanecia nas gotículas de chuva escorrendo pela janela
Respirei fundo e suspirei. Atrás Thomas adormecia com isa ao seu colo, já Edu se mantinha distante, liguei o aquecedor para amenizar o frio que fazia por ali devido a região onde estávamos. Inclinei meu banco para trás e tentei adormecer. Por um longo tempo eu tentei, mas não consegui. Observa a chuva do lado de fora parecia ser a melhor opção para esquecer os fatos, a todo momento que fechava meus olhos, meus problemas ressurgiam em minha mente, o que era extremamente atormentador. Ficar na mesma posição já estava começando a torna-se desconfortante, então me virei para direita, podendo observar Edu, que dormia com seu rosto virado para o meu, o que pude admira-lo por um tempo. Uma vez ele me chamou de cabeça dura, mas agora era ele quem estava agindo de tal forma, daria tudo para compreender o seu lado de pensar, mas não tinha como, por mais que quisesse, seria bem mais fácil ele compreender o meu. Fiquei um longo tempo ali, o observando até que ele se move no banco e abri seus olhos, que logo se encontra aos meus. Fiquei sem reação na troca de olhares, ele me olhava no fundo dos olhos, tão profundo, que parecia até conseguir lê-lo, mas logo ele virou-se para o outro lado desligando nossa conexão
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Nicotina (Romance gay)
RomantikPLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Já se imaginou dependente químico alguma vez? E que tal descobrir que as pessoas no qual você mais ama e confia não são realmente quem diziam ser. Já imaginou ver sua vida desabar na sua frente enquant...