Capítulo 12 - Segredar & Confessar

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N/a.: Vão ler Holy Mary pq eu to viciada em escrever essa história. 

[...]

— Minha explicação não é algo tão curto que eu possa lhe dizer aqui. 

Miranda suspirou, sentindo-se de repente cheia de tudo aquilo.

O propósito inicial de uma relação casual era justamente evitar dores de cabeça e sentimentos conflituosos, e era exatamente isso que Andrea parecia estar oferecendo no momento. Para a editora, era um enigma inexplicável o motivo por trás do excesso de concessões que estava fazendo à jovem, mas já era tarde demais para recuar. Talvez, no fundo, ela não quisesse mesmo voltar atrás, embora ainda não estivesse pronta para confrontar seu próprio coração e compreender a verdadeira natureza daquilo tudo.

Cada gesto, cada palavra trocada entre elas parecia apenas afundá-la mais fundo em uma teia de emoções complexas e indefinidas. Andrea era como um enigma que a editora não conseguia resolver, uma presença que a envolvia e a intrigava de uma maneira que ela não podia ignorar, mesmo que tentasse. A incerteza pairava no ar, alimentando um jogo perigoso de expectativas não ditas e desejos ocultos, enquanto ambas continuavam navegando nas águas turbulentas de sua relação casual, sem saber ao certo para onde aquilo as levaria.

Miranda carregava consigo a certeza, ou talvez apenas uma forte suspeita, de que Andrea estava insatisfeita com a superficialidade da relação que mantinham. No entanto, o que poderia ser feito a respeito? Assumir publicamente seu relacionamento com Andrea e enfrentar as consequências na imprensa parecia uma distopia distante demais de sua realidade atual. Afinal, Miranda era uma figura pública, e a exposição de sua vida pessoal poderia resultar em escândalos e repercussões desastrosas, especialmente nas páginas de fofoca tão temidas como a Page Six.

Além disso, havia o fato de que Andrea guardava consigo uma série de segredos desconhecidos para Miranda, segredos que pareciam pairar como sombras entre elas, obscurecendo qualquer possibilidade de uma conexão mais profunda e genuína. A sensação de estar com alguém que parece prestes a desmoronar em suas próprias invenções não era muito atraente para uma mulher de quarenta e poucos anos, com duas filhas e uma vida que clamava por estabilidade. 

Andrea parecia longe de qualquer noção de estabilidade.

O que era extremamente aceitável para uma garota em sua idade. E esse pensamento fez com que um suspiro cansado escapasse pelos lábios da editora-chefe.

— Certo, acredito que domingo as gêmeas irão se ausentar durante a tarde, irei ao seu apartamento e resolveremos isso. — Sachs balançou a cabeça em concordância. 

Seu peito estava levemente letárgico, como se tivesse sofrido uma anestesia local. Sabia que ali seria o fim de tudo. Miranda certamente não iria tolerar aquele absurdo. 

Andrea, de repente, se sentiu profundamente amarga.

— E eu gostaria que evitássemos o tópico... nós, até que isso seja resolvido. — Miranda deixou claro, a sua maneira, que ainda estava irritada. E a jovem, mais uma vez, concordou em um aceno.  

Andrea, em um comportamento um tanto quanto submisso, abaixou sua cabeça e se retirou da sala. 

[...]

Era sexta-feira, um dia que marcava o ritual habitual de Andrea, esperando até mais tarde pela entrega de um livro. Mas naquele dia em particular, talvez movida por uma sensação de constrangimento ou pela necessidade de um momento de solidão, ela optou por não entrar na sala de sua chefe como de costume. Em vez disso, carregando consigo uma pequena caixa de cigarros, dirigiu-se silenciosamente até o terraço e permitiu-se indulgir em quatro cigarros seguidos, dois a mais do que o habitual.

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