Capítulo 17 - Progresso & Declínio

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9k de visualizações, vocês estão em um ritmo simplesmente inacreditável. 

Eu não havia pensado que essa história tomaria tal proporção, sabia? Ela era apenas um treinamento para as próximas, já que eu nunca havia escrito nada sobre esse casal (tanto que ainda sinto que estou me adaptando as personalidades das duas). 

De qualquer maneira, quando chegarmos a 10k teremos uma atualização tripla, não prometo que será com brevidade, mas me comprometo a soltar três atualizações em um único dia, elas já estão em processo de escrita. 

Obs.: Há um pequeno spoiler dos títulos no fim do capítulo, e uma prévia de um deles. Considerem um agradecimento. 

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Nos três primeiros dias sem álcool Andrea se sentiu a (quase) ex-alcoólatra mais funcional do universo. Em todos esses dias ela conseguiu se levantar cedo, tomar uma dose de café com uma quantidade exacerbada de açúcar e chegar dez minutos adiantada no trabalho, o que era sempre muito bom, pois a permitia ir até o Starbucks com uma calma considerável e ela não precisaria correr de volta até a editora, a eximindo do risco de derrubar o café de Miranda (como já havia feito algumas vezes).

No quarto dia o barulho do despertador pareceu penetrar seu crânio como se fosse uma faca extremamente mal afiada. Sua visão estava turva quando abriu os olhos e ela demorou trinta minutos para conseguir se levantar.

Naquele dia Andrea chegou vinte minutos atrasada.

Já na segunda semana seu corpo não a obedecia mais. Somente nesse curto intervalo teve de comprar quatro despertadores novos, pois seu humor instável a fazia arremessa-los na parede assim que ouvia aquele tilintar irritante.

A essa altura absolutamente tudo era insuportável demais. A luz do dia era muito clara, os pássaros eram muito barulhentos, o som do rádio era irritante, a programação da TV era muito frívola, tudo, absolutamente tudo era insuportável.

Ainda assim, a morena se condicionou a levantar da cama e ir em direção ao banheiro. Tomou uma ducha gelada afim de espantar a sensação mórbida de seu corpo e vestiu literalmente as primeiras peças que avistou no armário, rezando para que fosse o suficiente para o maldito padrão Runway.

Cada segundo daquele dia parecia se arrastar de forma lenta e tortuosa. O perfume do taxista era terrível e Andrea teve a sensação de que iria vomitar a qualquer momento, mas era isso ou a certeza do vômito caso tentasse se arriscar no metrô como fizera na última semana. As buzinas incessantes do temível trânsito de NY faziam sua cabeça simplesmente latejar em dor. Era insustentável viver assim.

Ela saiu do carro com a mesma cadência de andar que um zumbi retirado de uma série norte americana e se dirigiu até a entrada do Elias-Clark.

Cartão Recusado. Ótimo, era tudo que Andrea precisava.

— Está tudo bem, senhorita? — Um segurança a abordou ao notar sua falha em passar da catraca.

— Claro, estou parada aqui na entrada porque pensei que seria divertido.

O homem arregalou os olhos surpreso. Nas vezes em que ele havia visto a morena, ela fora extremamente simpática, os desejando bom dia e sorrindo alegremente, o pobre segurança jamais poderia imaginar tal comportamento vindo dela.

Mas se ele tivesse que ser honesto, ela estava muito diferente do que lhe era usual. Embaixo de seus olhos as olheiras eram evidentes, e nem mesmo a maquiagem era mais capaz de disfarçar, ela estremecia de maneira estranha a cada cinco minutos, seus ombros pareciam tensos, sua aparência estava pálida e enferma e seus olhos estavam vermelhos e exaustos. Ele decidiu dar um desconto para a menina claramente abalada.

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