Capítulo 13 - Segredar & Espalhar

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Andrea não era particularmente fã de hospitais. Bom, talvez isso fosse até mesmo um eufemismo. Andy, na verdade, odiava hospitais.

Ela sentiu uma onda de desconforto se abater sobre seu corpo assim que desceu do carro e acompanhou sua chefe por aquele corredor pálido, estranhamente enfermo e morbidamente nostálgico. Era como se a morte espreitasse em cada parede branca, em cada uniforme azul, em cada rosto pesaroso. Andrea definitivamente detestava hospitais.

— Posso ajudar? — Uma recepcionista mal educada as atendeu, sem sequer se dignar a levantar o olhar.

— Claro, comece fazendo seu maldito trabalho direito. — Ela arregalou os olhos ao deparar-se com Miranda Priestly à sua frente com uma expressão nada amigável.

Levantando-se de maneira estabanada, a recepcionista pessoalmente decidiu guiá-las até a sala onde Cassidy estava, a pequena fora alocada em um dos melhores leitos, seu sobrenome certamente ajudou com que o atendimento fosse realizado com a maior diligência possível. Durante o caminho, a mulher lançava alguns olhares furtivos em direção a Andrea, como se tentasse se lembrar de uma figura que lhe era familiar.

— Me desculpe, você perdeu algo no decote da minha assistente? — O sorriso debochado de Miranda fez a recepcionista se encolher e desviar o olhar para o chão.

Após chegarem ao segundo piso, a mulher indicou o quarto onde a criança estava. Corajosamente, ela decidiu olhar para Andrea uma última vez.

— Sim, Cindy, sou eu. — A editora-chefe arqueou uma de suas sobrancelhas ao ouvir a morena se dirigir à recepcionista.

— Eu sabia! Andy! — A mulher chamada Cindy abraçou Andrea de uma forma desajeitada. — Que ótimo te ver entrando aqui consciente dessa vez. — A última parte foi feita em um tom brincalhão, mas sussurrado para que a mulher de cabelos brancos e expressão claramente insatisfeita com a proximidade das duas não escutasse.

Naturalmente, ela desconhecia a audição extremamente apurada da editora-chefe, que absorvia cada palavra com precisão.

Miranda decidiu ignorar as duas e entrar, afinal, sua única prioridade naquele momento era Cassidy e seu braço quebrado, e não sua assistente trocando flertes estúpidos com uma recepcionista antipática de um maldito hospital.

Andrea se apressou atrás de Miranda, mas aquele não parecia seu dia de sorte, pois recebeu uma saudação acalorada assim que cruzou a porta de vidro. 

— Andy! — Uma médica loira, incrivelmente alta, provavelmente com alguma descendência austríaca, se aproximou e abraçou a morena como se fossem velhas amigas. — O que eu disse sobre você aparecer de novo nesse hospital?! — Andrea riu constrangida. 

— Disse que me mataria. 

— Exatamente! Então me dê um bom motivo para não enfiar meu bisturi em você agora mesmo. — O sorriso daquela mulher era simplesmente contagiante, talvez tanto quanto o da própria Andy, que no momento lançava um olhar preocupado em direção a sua chefe. Miranda estava obviamente aborrecida. 

— E quando será que terei o prazer de ser levada até minha filha? — Aquele humor extremamente irônico era definitivamente um mau sinal, mas só Andrea parecia ter noção disso. 

— A pequena Cassidy, não é? — Ela voltou com seu jeito animado para Miranda.

A diferença de energia era simplesmente gritante. Um literal encontro entre um Golden retriever e um gato preto extremamente zangado. 

— Eu peço desculpas pelos meus péssimos modos, apenas fiquei encantada de encontrar Andy de novo depois de todo esse tempo. Eu me chamo Lena von Zach, sou a médica responsável por Cassidy. — Enquanto falava animadamente, a médica pegou uma ficha em sua mão e começou a anotar algo. — A sua pequena é muito durona! Ela sequer chorou quando eu coloquei o braço dela no lugar, você está criando uma super heroína. — Bom, aquela loira tagarela poderia não conhecer a editora-chefe da Runway e sua terrível fama, mas certamente havia, por sorte, achado seu ponto fraco, pois Miranda sorriu de orelha a orelha ao ouvir sobre os feitos corajosos de sua caçula. 

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