130° Capítulo

2 0 0
                                    

Ando na frente e ouço um estalo, franzo a testa olhando para trás, vejo dois cachorros.

-Porra! Correm. -Grito e começo a atirar, eles correm e quando eu vou correr o chão sede e eu caio no andar debaixo, gemo alto sentindo meu corpo doer.

-Vic! -Eliot grita e eu arfo me ajoelhando, engatinho para o canto, olho para meus dedos e os volto no lugar gemendo.

"Responde, não com grunhido." Dou um sorriso para o desespero.

"Estou bem passarinho." Digo baixo e fecho os olhos."Desloquei os dedos, mas já os voltei no lugar, estou apenas com dores, me encontrem nas escadas."

"O que aconteceu?" Nathy pergunta e eu tento não dormir.

"Eu vou desmaiar..." Falo e então não vejo mais nada.

Abro os olhos vendo que estou sentada no mesmo lugar, olho meu relógio, estou a mais de duas horas.

"Onde vocês estão?" Pergunto e arfo me levantando.

"Graças a Deus está viva, estamos meio que trancados, no mesmo andar que estávamos." Eliot diz e eu olho para os lados, vejo uma placa. "Cuidado, tem hostis."

"Merda, sabe onde estão?" Subo as escadas devagar.

"Estamos na sala de segurança, eles estão no andar dos rapazes, mas ao fundo."

"Porque estão trancados?" Pergunto e abro a porta do andar, olho para os dois lados, mais ao fundo vejo dois caras.

"Uma horda." Rafa fala e eu suspiro olhando os zumbis. "Estamos à alguns metros dos geradores."

"Vou fazer alguma coisa." Digo e tento pensar.

Se eu fazer barulho para eles é provável que os zumbis saem de lá.

Atiro com a pistola, o eco chama a atenção dos dois lados, fecho a porta ouvindo os grunhidos e também os voláteis, dou alguns minutos e volto a abrir a porta, atiro nos que restaram.

Vou na direção dos rapazes, até que fogo me faz gritar e cair no chão.

-Vic! -Rafa grita e atira, corre em minha direção. -Ei, tudo bem.

-Porra! -Grito alto quando ele coloca um pano, enrola em meu braço e choro com a dor.

-Vamos acabar logo com isso, eu vou para os geradores, vocês voltam para o grupo.

-Nem morta! -Falo e Rafa me ajuda a levantar. -Juntos.

Digo e ele suspira concordando, corremos pelo corredor e subimos mais escadas, para depois descer outras, chegamos no subsolo e ligamos os geradores, as luzes se acendem e tudo volta a funcionar.

"Venham antes que chame atenção dos zumbis."

Fala Nathalia e corremos, tento ignorar a dor, subimos inúmeras escadas, até que a porta é aberta e entramos.

Me sento no chão sentindo a ardência, Rafa se agacha em minha frente para tirar o pano antes que ele grude mais.

-O que aconteceu? -Pergunta e eu grito sentindo a ardência.

-Um dos hostis tinha um lança chamas. -Eliot explica, ela se aproxima com seu kit.

Fala e grito quando começa a jogar água em cima, Rafa tampa minha boca enquanto Matheus traz a pomada, passa depois de esterilizar suas mãos e fecho os olhos sentindo o alívio.

-Tudo bem agora, vamos ajudar todos a se organizarem, fica aqui de repouso, nada de mexer esse braço.

-Verifica minha cabeça, bati quando cai e desmaiei por acho que duas horas.

-Beleza, Rafa cuida disso, Math e Angel venham comigo, vamos ajudar todos para sair o mais rápido possível daqui.

Se levanta e Rafa me olha, aceno e então começa a verificar, gemo quando toca.

-Desculpa... notou? -Pergunta e eu estranho a pergunta o olhando. -Nathalia, está distante.

-Será que por causa de mim e do Math? Por termos voltado e você ainda não querer olhar para a cara dela?

-É possível. -Diz e se senta ao meu lado, fecha os olhos e eu fico o observando. -Está me olhando.

-Observando... -Ele me olha.

-A última pessoa que me olhou assim eu transei. -O empurro fazendo o mesmo rir. -Pergunta.

-O que aconteceu? Quando eu sumi.

-Nada demais, estávamos descendo para ajudar você, mas aí tiros foram ouvidos, os zumbis apareceram e a melhor escolha foi nos esconder, já que estávamos em um corredor sem saída.

-Me abandonaram... -Suspiro e ele me olha. -Poderiam ter me encontrado, tanto os zumbis como os hostis, estava desmaiada no meio do corredor.

-Não tivemos outra escolha, acha que queríamos ter ficado trancados em uma sala? Sabendo que corria perigo? Eu e Eliot tentamos pensar em alguma coisa útil, mas nem janela e nem tubo de ventilação tinha naquele quartinho. Juro que tentamos pensar em algo, mas quando iríamos sair você falou no rádio.

-Beleza... te perdoo apenas por eu estar viva. -Brinco e ele revira os olhos. -Agora a pergunta de um bilhão de dólares, onde está ferido?

-Não estou ferido. -Diz olhando para o chão.

-Está com sangue nas roupas, apertando as costelas, gemeu quando se sentou, estava mancando enquanto víamos para cá...

-Tá, estou ferido, porque tão observadora? -Dou de ombros o olhando, ele suspira. -Fui arranhado, mas não vamos nos preocupar com isso agora, estou bem, o sangue até secou, não é algo profundo.

-Se arrumem, vamos embora em dez minutos. -Matheus fala me olhando, Rafa se levanta com dificuldade e me ajuda, assim que fico de pé tento puxar sua camisa.

-Deixa eu ver. -Peço e ele me afasta.

-Eu estou bem, não se preocupe. -Fala e eu franzo a testa, tento novamente.

-Porque está querendo arrancar a roupa dele? -Matheus pergunta.

-Foi ferido. -Respondo e ele segura meu pulso. -Não vou parar de insistir. -Falo e ele fica me olhando por alguns segundos, até que suspira e me solta, ergo sua camisa revelando seu abdômen definido e suspiro quando vejo o arranhão. -Não é algo profundo? -Bato em seu braço.

-Precisa de pontos. -Nathy olha para o ferimento. -Vou pegar o kit.

-Não vai fazer meu curativo. -Fala e eu franzo a testa o olhando. -Não quero que toque em mim.

-Porque está falando isso? -Ela pergunta e vejo seus olhos vacilarem.

-Porque até agora não me dirigiu a palavra, por pura inveja de Victoria e Matheus terem se reconciliado, então se você não quer nada comigo e quer ser orgulhosa a esse ponto, eu quem não quero pensar em voltar com você no momento, pediu o seu tempo e eu dei, agora eu quem quero tempo.

Ela engole em seco e me olha, paro de segurar a camiseta dele e afasto um passo, dou de ombros a fazendo suspirar e se virar.

-Cuidem dele, vou ver se está tudo limpo.

-Não vai sozinha, enlouqueceu? -Angel pergunta e eu olho para Matheus, aceno e ele sorri beijando minha testa.

-Te amo. -Fala baixo a seguindo, olho para Rafael.

-Vamos bravinho. -Debocho e ele suspira, vou me ferrar, estou pressentindo.

Eh... inveja.

A Cura? - Spin-off de The DiaryOnde histórias criam vida. Descubra agora