𝟎𝟗. monster donuts

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capítulo 09.
donuts monstro

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MAIS UMA VEZ! — Luke falou — E preste atenção na sua postura, você está com os ombros desleixados.

Postura. Força nas pernas. Atenção nos movimentos do adversário. Abdômen contraído. Eram muitas coisas para me lembrar ao mesmo tempo.

— Não podemos dar um intervalo? — resmunguei, cansada.

— O sol vai nascer logo, Lena. Precisamos sair daqui ainda hoje. Se quiser treinar, agora é a hora.

Quando conheci Luke, eu não sabia nem dar um soco se fosse necessário. Heitor precisava me defender de tudo o tempo inteiro. Agora, eu ainda era ruim, mas pelo menos conseguia dizer que sabia segurar uma arma cortante sem ser a pessoa que sai machucada.

Eu admirava muito ele e Thalia. Os dois sabiam lutar como se tivessem passado anos aprendendo. Se eu algum dia conseguisse ser metade do que eles eram, estaria satisfeita.

Pedi para Luke me ensinar a como lutar melhor. Não queria continuar sendo um peso morto, uma preocupação para os três, queria ajudá-los. Ele não demorou nada para aceitar. Treinávamos à noite, quando Thalia e Heitor já tinham ido dormir e nenhum dos dois tinha sono; no meio da madrugada quando eu acordava de um pesadelo e o encontrava escrevendo em um caderninho de couro e, na grande maioria das vezes, pela manhã, antes do sol nascer. 

Estávamos fugindo de monstros há meses, montando esconderijos em cidades específicas quando tínhamos certeza de que não haviam tantos monstros para acabar com a nossa paz. Às vezes conseguíamos ficar mais de uma semana em um lugar só, às vezes só tínhamos tempo de respirar antes de voltar a correr em busca de outro lugar seguro.

Há poucos dias, encontramos mais uma menina. Annabeth. Ela era loira e tinha sete anos como eu. Fiquei muito feliz em saber que teria uma amiga. Nós não nos desgrudamos desde que a encontramos em um beco fugindo de monstros e lutando pela sua sobrevivência com um taco de beisebol.

Eu fiquei com vergonha de conversar com ela no começo, não tinha experiências boas com meninas da minha idade, então pedi para Luke dar a faquinha de bronze que ele me dera para ela. Thalia descobriu e não gostou nada da ideia de me ter andando por aí, mesmo acompanhada, sem nenhuma arma para a minha proteção. E foi assim que eu ganhei sua adaga de presente.

— Lembre-se, você tem que ser estratégica na hora de atacar. A adaga é tão curta quanto a faca que eu te dei, isso pode ser uma vantagem para você.

— Eu não vi vantagem em ser cortada — respondi. Luke deu uma gargalhada, rodando a espada em uns movimentos muito legais que me deixavam impressionada. — Eu quero saber fazer isso.

— O que? Esses movimentos? — Luke os repetiu e eu assisti com um olhar admirado.

— É.

Ele riu. — Você vai. Mas uma coisa de cada vez. Ajuste a postura.

Partimos rapidamente para mais um combate. Luke era implacável. Seus movimentos rápidos e certeiros. Em poucos segundos, eu já estava no chão de novo, com a minha arma longe e a ponta da lâmina de Luke apontada para o meu queixo.

— Droga, porque eu não consigo ganhar de você? — perguntei, frustrada. Aquela era a terceira vez só naquela noite que eu acabava espatifada contra a lama.

sunshine | percy jackson¹Onde histórias criam vida. Descubra agora