Capítulo 36: Decisões e Consequências

370 25 3
                                    

Nicoly Munhoz point of view

Meu coração está em tumulto, pois amo Pedro, mas estou realmente disposta a enfrentar essas situações? Esta é a vida dele, e eu o conheci nesse estilo de vida; não posso exigir algo tão grande quanto isso.

No entanto, posso escolher como lidar com isso.

Depois da noite passada, estou deitada ao lado dele, refletindo sobre tudo que aconteceu.

Uma pequena coisa que se tornou gigantesca, pelo menos para mim.

Ele foi honesto em suas palavras; afinal, ele é um artista. Sua profissão e suas músicas exigem isso.

Mas eu não estou acostumada a viver intensamente essa vida. Tenho amigos desse meio, é verdade, mas nunca estive no papel de namorada lidando com essas situações.

Meu ex-namorado era um playboy que gostava de sertanejo. E agora estou namorando um MC que canta putaria.

Qual é o tamanho do meu amor por ele? Até onde estou disposta a aprender e lidar com essa situação?

Nosso erro foi não ter conversado sobre isso antes. Sempre fomos muito intensos, que acabamos esquecendo desses detalhes, deixando de avaliar a situação corretamente.

Será que a falta de diálogo e atenção vai custar o nosso relacionamento?

— Preta? — ele me cutuca.

— Oi — respondo baixinho.

— Tá tudo bem? — ele pergunta, passando a mão no meu cabelo.

— Está sim — digo.

— Tem certeza? — insiste ele.

Concordo balançando a cabeça e me levanto.

— Prometi almoçar com meu pai hoje, vou me arrumar — digo, dirigindo-me ao banheiro.

— E eu? — ele pergunta.

— Você o quê? — pergunto de volta.

Ele nega com a cabeça.

— Esquece — ele fala emburrado, saindo do quarto.

Respiro fundo e tomo um banho rápido. Tenho algumas roupas aqui, e visto um vestido, prendo o cabelo em um coque e coloco minhas sandálias. Dirijo-me para a cozinha, pego minhas coisas e chamo um Uber até o Itaim paulista. Antes de sair, passo para me despedir de Pedro, encontrando-o na varanda fumando maconha.

— Estou indo — aviso da porta.

— Como você vai? — ele pergunta.

— Uber.

— Pegue o meu carro — ele diz sem me olhar.

— Já pedi o Uber — respondo.

Fico ali esperando por alguma resposta, mas ele simplesmente me ignora. Parece que não fui a única a perceber o clima entre nós, o clima que eu mesma criei.

Respiro fundo e saio dali, dirigindo-me até a portaria para esperar pelo Uber.

O Uber parou em frente à oficina do meu pai, agradeço ao motorista e desço. Meu pai está fechando as portas quando chego, ele me olha e examina ao meu redor.

— Oi, princesinha. O que você está fazendo por aqui? — ele pergunta.

— Vim te ver, vai que você morre aí, velho desse jeito — brinco.

Ele ri.

— Cadê o Paulo Antônio? — ele pergunta.

— Pedro Henrique, papai, Pedro Henrique — corrijo.

Meu erro Onde histórias criam vida. Descubra agora