Pedro Henrique point of view
Quando sinto o cheiro de chiclete de morango, abro os olhos e vejo cabelos cacheados no meu peito. Levo um susto ao perceber onde estou: dormi na casa da Nicoly, que vacilo. Me levanto rápido, tentando não acordá-la. Me visto e, ao abrir a porta, escuto a voz dela.
– Você tá saindo de fininho? – pergunta ela. Me viro e só dou um sorriso sem jeito. – Pedro Henrique, você me enche a porra do caralho do meu saco pra sair com você e simplesmente sai escondido depois de me comer? – ela bufa puta.
– Não curto ficar grudado, tá ligado? – falo sem jeito, intimidado pelo olhar dela.
– Eu te pedi pra casar, seu idiota? – aponta ela. – Você ficou porque quis!
– Já entendi! Tô indo embora, falou?! – digo, virando as costas.
– Vai porra, quem tá te impedindo?
E assim eu faço, pego minhas chaves e saio dali na carreira.
Não tem essa comigo não, é pegar e abandonar.
Ela tava se achando a última buceta do deserto?
Apesar da química ter batido muito, nossos corpos se encaixaram de forma sinistra. Mas, porra, a realidade é outra.
Não quero mulher pesando na minha, consegui o que eu queria. Se ela ficou brava, aí já não é comigo, tá ligado?
Cada um lida com os seus problemas.
quebra de tempo/ 1 semana depois
Tinha feito um show na Palazzo e agora estava em um evento no quintal do espeto. Davi estava com sua mulher, IG com uma puta qualquer, e eu com uma loira gostosa. O clima estava ótimo, mas Vitória ja tava começandoa ficar puta, então me aproximo de IG e pergunto sussurrando sobre o motivo.
– Por que a Vitória está de bico?
– Ela falou que onde tem homem casado, não é para ter puta. Ela que fica com esse bicão dela, to pouco me fudendo– IG responde. E eu apenos dou risada.
Quando volto para onde estava, sinto o cheiro de chiclete de morango e ouço Vitória gritar, abraçando Nicoly.
– Não acredito que te encontrei aqui! – Vitória exclama. Nicoly, calma e doce, recusa o convite para se juntar a nós. Vitória insiste, mas Nicoly prefere ficar no seu canto. Davi me lança um olhar intenso.
No final, Vitória vai para onde Nicoly está, e Davi já está pesando na minha mente.
– Se eu ficar sem comer, eu te arrebento. – ele aponta.
– Tenho nada a ver com isso! – falo negando.
– O se tem, mas tem muito a ver com isso. – ele sai puto em direção às meninas.
Vejo Nicoly dançando com um cara, enquanto quando era comigo, só faltava me matar. Agora, com qualquer cara, está cheia de risos e até dança junto.
Nego com a cabeça e começo a beijar a loira ao meu lado.
Quer brincar? Vamos brincar!
Depois de uns minutos com a loira sem graça, decido pegar bebida. Ao passar, vejo Nicoly indo embora com o mesmo cara, rindo e muito próximos. Reviro os olhos e volto ao meu lugar, onde encontro Vitória vindo em minha direção.
– O que você tem? – pergunto de imediato.
– Quando quiser agir como um cuzão completo, não peça minha ajuda! – ela quase grita.
– Se fuder, Vitória. A outra já foi lá falar merda pra você. Ela que se envolve com qualquer um por aí – respondo estressado, Davi me olhando feio.
– Fala direito com a minha mulher, parça. Fez um show lá em casa e agora fala mal dela? Postura de homem, caralho.– ele fala irritado.
– Postura de homem? Que postura ele tem? Fez essa cena ridícula, conseguiu o que queria e ainda foi patético – Vitória me encara.
– Nunca prometi nada a ela. Se tem algum problema, que venha falar comigo e não fique espalhando por aí! – retruco, irritado.
– Nem foi a Nicoly que falou. Ela não liga pra você. Mas quando você nos envolve nesse papel de cuzão e merda que fez, está errado sim! – ela aponta.
– Ta bom Vitória! – digo irritado e saio dali.
Decido ir para outra boate, a situação com Nicoly pesa na minha mente mesmo sem conversarmos.
Ao chegar lá, a vejo dançando com uma pessoa aleatória, rindo descontroladamente.
Balanço a cabeça e me afasto para o meu canto. Ela percebe, olha para mim com desprezo.
Cumprimento-a com um aceno de cabeça, mas ela apenas olha com desdém. Opto por ignorá-la e começar a beber, fingindo que ela não está ali. Parece ate que ela está tentando me provocar.
Vou até o bar, e quem está lá? Ela. O barman parece quase beijando-a ali mesmo. Olho feio e o chamo.
– Ei, amigo, me serve aqui. – falo de maneira arrogante.
– Nãan deve ser alguma pegadinha – ela comenta irritada com a pessoa ao lado dela.
– Falou comigo, linda? – pergunto olhando para ela.
– Sim, falei. Você está me seguindo ou algo assim? – é a primeira vez que ela fala diretamente comigo na noite.
– Calma aí, Pipokinha, não tem só você de mulher no mundo, não. – respondo de forma arrogante, e ela começa a rir.
– Você é maluco. Vai se tratar, seu doente. – ela pega sua bebida e sai.
Quem me dera se eu pudesse simplesmente tirar essa garota do meu radar, mas ela brota nos lugares onde eu estou.
E parça, mulher gostosa é uma coisa. Agora mulher bonita, gostosa e simpática é obra do capeta.
Onde ela tá chama atenção. É isso me deixa puto, ela nem me procurou depois do sábado. Nem uma mensagem, nem para me xingar.
Toda aquela armadura que tinha no começo, voltou. E acho que nunca vou ver ela sem de novo.
Então, ela que vai para o caralho!!
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Meu erro
Fiksi PenggemarVocê sempre me questionou sobre o que foi que vi em você quando a gente se conheceu e eu nunca soube muito bem como te responder, porque eu acho que também nunca consegui entender direito o que era aquilo que fez o mundo inteiro parar por alguns seg...