Capitulo 35: Confronto com a Tigresa

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Pedro Henrique point of view

Tudo começou com um mal-entendido bobo, daqueles que só servem para complicar a vida da gente. Nicoly, tá quebrando cabeça e arrumando mó confusão comigo por causa de um par de parada sem sentido.

— Escuta aqui, tô falando sério! — ela fala bolada do meu lado.

— Eu tô escutando tio — eu respondo

— Fala direito comigo, não sou teus parceiros nem essas minas que tu tá falando que são tuas dançarinas. Que papo é esse de dançarina, e o buraco do meu cu? — ela continua xingando, tirando onda.

Reviro os olhos, já bolado com a fita toda. Por que ela tava dando tanto pala com isso?

— Para de viajar, Nicoly. — eu tento argumentar.

— Não viaja você! Aquela menina estava se esfregando em você e você nem piscou! — Ela continuava exaltada. — Acha que eu sou burra? Acha que eu não percebo o que tá rolando?

Me arrependo na hora das minhas palavras, mano. Devia ter ficado de boa.

— Nicoly, para com isso. — eu peço, mas ela já tá ligada.

— Me deixa no meu apartamento. — Ela cruzou os braços, determinada.

Suspiro, me sentindo numa furada. Não adianta tentar argumentar mais, ela não quer nem saber.

— Bora trocar uma ideia de boa. — eu insisto, mas ela me corta na lata.

Cocei a cabeça, frustrado, e continuei dirigindo rumo à minha casa.

— Esse não é o caminho para o meu apartamento. — a Tigresa rosna do meu lado.

— Eu sei. — respondo, mantendo a calma.

— Me leva para o meu canto. — ela resmunga, ainda bolada.

Ignoro suas demandas e sigo em frente, entrando no meu condomínio e indo em direção à minha casa.

Estaciono o carro e desço, esperando ela fazer o mesmo. Porém, fico ali parado por uns bons 10 minutos e nada dela.

Mulher difícil, pensei.

Decido então voltar até o carro e abrir a porta.

— Não vão descer? — pergunto, olhando para ela.

— Não. — sua resposta é seca e direta.

— Nicoly... — começo, mas ela me interrompe.

— Pedro Henrique, não é não. — ela me chama pelo nome completo, sinal de que está realmente chateada.

— Presta, colabora comigo. Vamos entrar, sentar e conversar, depois eu te levo. — faço um pedido sincero, buscando resolver a situação.

Ela me olha por um instante e então desce do carro, seguindo em direção à sua casa. Pelo menos parece que ela concordou com a proposta de conversar.

Ela se senta no sofá e cruza as pernas, me encarando com seriedade.

— Desembucha. — ela fala, mantendo o olhar fixo em mim.

Respiro fundo, preparando-me para explicar tudo mais uma vez.

— Preta, eu sou artista. Meu show precisa de atração e eu canto funk, saca? Não tem como evitar algumas paradas, tô tentando respeitar você, mas tem coisas que são parte do meu trampo.

Ela me encara em silêncio, deixando as palavras assentarem entre nós. Ficamos ali, imersos em um silêncio tenso por cerca de 10 minutos, e eu já não aguento mais essa atmosfera.

— Preta... fala comigo. — peço, tentando quebrar o gelo.

Ela desvia o olhar por um instante antes de me encarar novamente.

— Não tô afim de passar por isso, Pedro. — ela respira fundo. — Não consigo lidar com essa parada de ver você com outra mina assim, na intimidade.

Uma lágrima escorre pelo rosto dela, e meu coração se aperta ao vê-la assim.

— Eu gosto de você, Pedro. — ela continua, enxugando a lágrima. — Eu te amo, mas não quero que você mude sua vida só por minha causa. Não é justo.

— Preta, eu te amo, não faz isso. Não termina assim. — imploro, sentindo um aperto no peito.

Ela funga e eu me aproximo, segurando seu rosto entre as mãos.

— Não quero te magoar, Preta. Eu te prometo, nunca mais vou fazer nada que possa te machucar. — declaro, com toda a sinceridade do mundo.

Ela começa a chorar e eu a abraço, beijando sua testa com carinho.

— Se acalma, Preta. — sussurro, tentando confortá-la.

— Eu odeio você. — ela murmura entre soluços.

— Mentirosa. — retruco, com um sorriso fraco.

— Eu te amo, meu amor. — ela diz, finalmente sorrindo.

Aquelas palavras são como música para os meus ouvidos. Sinto-me aliviado e grato por tê-la ao meu lado. Não resisto e a beijo com paixão, sentindo todo o amor e a conexão entre nós. Quero passar o resto da noite beijando essa mulher, o resto da minha vida ao seu lado.

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