4. busy busy.

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Through Grace's eyes.

Eu passei cerca de vinte minutos no telefone com Lia. Apesar de trabalhar para o Jackson e todo o propósito do seu contato comigo fosse apenas pela proposta estúpida, eu tenho que admitir que ela era muito simpática e me fazia sentir confortável com a situação.

Me explicou tudo o que aconteceria a partir de agora, esclareceu alguns detalhes do contrato, como o fato de que eu não poderia me envolver com ninguém durante o meu "namoro" com Jackson, ou que eu seria figura pública e estava sujeita a enfrentar paparazzis, dar entrevistas ou ser alvo de matérias em jornais.

Me estressava não ter conversado com Jackson até então sobre isso. Isso pode ser insignificante para ele, ele pode não ligar, pode não lembrar de mim, mas ele deveria entrar em contato comigo, certo? Afinal, eu seria sua namorada pelos próximos 365 dias.

Um ano sendo namorada do artista número 1 nos últimos anos, um ano limpando a bagunça que ele fez em mais de cinco anos, um ano enganando pessoas e indo contra toda a minha natureza.

É por um bem maior, Grace.

Por que eu tinha que me importar com o playboy irresponsável que é Jackson Jhon? Detesto minha natureza por isso.

Dez anos e eu continuo querendo protege-lo, só que dessa vez ele já estava bem grandinho.

Quando eu saí do banheiro e voltei para a sala de ensaio, os dançarinos repassavam a coreografia. Eu passei por trás, os analisando através do espelho. Meu olhar encontrou Clarice e eu não pude deixar de pensar em como seria seu tratamento e o de todas as outras pessoas esnobes quando eu fosse anunciada como a namorada de Jackson. Por mais errado que tudo isso fosse, eu estaria mentindo se eu dissesse que eu não estava empolgada e que isso não era bom para mim também. Eu não estava preocupada com Jackson no final das contas, eu estava pensando em mim uma vez na vida.

Eu não precisava da fama, mas a oportunidade não caiu no meu colo por um acaso, eu só agarrei o que os céus me entregaram.

"O que você acha?" A voz de Killian me tirou dos meus pensamentos.

Chacoalhei a cabeça e pisquei, sem saber do que ele estava falando. "Huh?"

"Da coreografia, Grace." Apontou com o queixo para os dançarinos que se aproximavam do final. "Acho que você conseguiu atingir seu objetivo." Killian sorriu orgulhoso.

Quando seu elogio chegou aos meus ouvidos eu não pude evitar de sorrir também, aliviada por ter conseguido. Killian era simplesmente o melhor coreógrafo nos Estados Unidos e um dos melhores do mundo. Receber um elogio dele incendiava a admiradora dentro de mim antes mesmo da profissional. Eu sussurrei um agradecimento.

"Oi? Grace, se você falar baixo assim eu não consigo te escutar." Ele tocou meu ombro.

"Eu disse 'Obrigada'." sorri. "Significa muito, você sabe."

"Eu sei." concordou, me abraçando de lado.

Depois de algum tempo em silêncio, os dois assistindo os dançarinos terminarem lindamente a coreografia que eu criei e ensinei, Killian respirou fundo e alisou meu braço antes de voltar a falar.

"Acredito que a Coco chegue em dois dias e podemos começar os ensaios com ela."

Eu concordei.

"Ela não é fácil de lidar, Gracie." me chamou pelo apelido, o apelido que ele usava quando saía do papel de chefe para irmão mais velho.

Killian se tornou família depois de tanto tempo fazendo questão de cuidar de mim quando meus pais não o faziam. Perdi a conta de quantas vezes ele me trouxe comida no studio e não saiu do meu lado até que eu tivesse terminado tudo, ou de quantas vezes ele me levou para o hospital porque eu estava tendo um ataque de pânico, ou estava fraca demais para abrir os olhos.

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