18. going mad.

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Through Jackson's eyes.

Eu me estiquei na cama do hotel, alongando todas as minhas articulações e fazendo uma careta quando ouvi o estralo nas minhas costas.

"Você vai morar num hotel pelos próximos 28 dias?" Theo me perguntou do outro lado da linha.

"Se é que o contrato ainda existe." suspirei e pude ouvir meu amigo fazer o mesmo.

"Já fazem dois dias, cara." disse. "Nada ainda?"

Estalei a língua no céu da boca e balancei a cabeça, me lembrando depois que ele não conseguia me ver. "Nada ainda." respondi. "Argh, eu tô ficando maluco." choraminguei.

"Você realmente é o pior do mundo com relacionamentos. Não durou nem um dia com um falso." zombou e eu franzi o cenho, fazendo bico.

"Acabou comigo." A risada dele ressoou pelo celular e eu respirei fundo, virando para deitar de barriga pra baixo. "Quando você chega?"

"Amanhã."

Eu assenti, aliviado por finalmente ter alguém conhecido, por ter um amigo próximo em quem eu pudesse me apoiar, que eu pudesse conversar tranquilamente e consequentemente me distrair um pouco da minha situação nada agradável. Não que Anna não fosse minha amiga, longe disso, a ruiva era uma das únicas amizades verdadeiras que eu tinha, mas era uma garota. E isso era um problema. Quero dizer, eu sei que eu vou levar algum sermão e que eventualmente ela vai trazer o nome de Grace à tona e era tudo o que eu não queria agora.

Há dois dias eu não tinha notícias de Grace, há dois dias era um silêncio completo e eu estava ficando entediado sem o drama adolescente que era o nosso relacionamento falso. Sim, durou um dia, mas foi um dia muito interessante diga-se de passagem.

O caminho até a casa de Grace foi silencioso, o frio congelante não era completamente culpa do ar condicionado do carro e eu sabia disso, era culpa nossa. O motorista eventualmente nos checava através do retrovisor interno, só pra ter certeza de que estávamos vivos. Foi silencioso quando ela saiu, a não ser pelo barulho da porta abrindo e fechando em seguida, foi silencioso quando o motorista me deixou no hotel e eu só sorri e me curvei educadamente como agradecimento antes de dar as costas e entrar, foi silencioso quando eu entrei no banho e passei irresponsáveis longos minutos embaixo do chuveiro encarando o nada.

Minha mente estava uma bagunça, na manhã seguinte até a minha caixa do nada estava cheia de pensamentos e eu estava prestes a entrar em colapso. Desde então venho ensaiando os mesmos passos, abrir o celular, ver as notificações de mensagens de Anna, ignorar e ligar para o Theo.

Theo, que por mais incrível que seja como melhor amigo, por mais que me ame muito eu saiba disso, já me falou algumas —muitas— vezes que não aguentava mais falar comigo pelo telefone e que tinha vida social também. Problema completamente dele porque eu não tinha nenhuma agora.

Por isso, quando ele desligou depois de eu choramingar e depois de me xingar, eu não mandei outra mensagem, eu simplesmente enterrei meu rosto no travesseiro e passei mais alguns minutos me torturando com a minha mania de pensar demais, me cobrar demais e me culpar demais até que finalmente, enviada por Deus, Lia me ligou e eu atendi. Atendi tão rápido como eu nunca faria num dia normal, mas meu tédio era tanto que até mesmo ligação de cobrança eu estava atendendo somente para ouvir a voz robótica falar um nome que não era o meu e cobrar algo que também não era meu.

"Woah, que rápido." Lia riu e eu revirei os olhos. "Te mandei uma mensagem. Preciso que você tente resolver isso."

Foi a única coisa que falou antes de desligar e me fazer encarar o celular com a boca aberta e os olhos arregalados. "Desligou na minha cara."

A mensagem constava um número de telefone e embaixo "Grace <3" Pisquei algumas vezes olhando a mensagem para depois ela me mandar "Pergunta aonde ela está que você vai resolver isso."

"

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