Não estava muito preocupado com o dia de amanhã. Sabia que ia ser importante. Mas tinha estudado o suficiente a minha música, tanto que sabia-a decor.
***
Quando acordo tomo o meu pequeno almoço e vou passar a minha camisa branca a ferro. Agora, sim, engomada e perfeita. Visto-a, e coloco o meu perfume favorito.
Vou mais cedo e aproveito para treinar lá a minha música. No compasso 76 a Anne entra na sala. E senta-se na cadeira à frende da que eu tinha deixado as minhas coisas.
Sinto o meu coração tremer e uma nota escapa-me. Começo a acelarar o andamento. Se a professora lá estivesse iria me matar vivo. Só queria terminar a música o mais depressa conseguisse.
Termino a música e sento-me na minha cadeira. Fico no telemóvel por algum tempo até que o Almeida chega e começa a conversar sobre o dia de ontem que teve com a Anne. Queria dizer que não tinha ciúmes mas era impossível.
Ela também começa a conversar connosco. Mas porque raio ela não me olhava, olhos nos olhos. Só olhava para o Almeida? Mas... ela é tão bonita... seria capaz de ficar 7 horas a olhar para a sua beleza. Ela era...uau. Mama mia. Ela era tão linda. Os seus olhos, o seu cabelo. Só me apetecia tocar-lhe. Depois de alguns minutos a encara-la ela olha-me olhos nos olhos e não sou capaz de não sorrir. Ela começa a corar e finjo que não reparo. Conversamos como nunca. Como nunca o fizemos...
A professora chega. E ela sente-se obrigada a virar-se para a frente.
Começo a passar a mão no seu cabelo. Ela não diz nada. Continuo e passo a mão pelo seu ombro. Pelas nossas cadeiras estarem próximas podia dizer que aquilo tinha sido sem querer. Não resisto e passo a mão pelas suas costas e sinto-me arrepiado.
Ela levantou-se. Era a sua vez de tocar e apresentar-se.
Quando ela volta consigo a reparar a tremer. Ela tropeça e ia caindo de cara no meu colo. Rapidamente seguro-a pelos braços, sorrio e largo-a.
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Juro Que Foi Sem Querer
RomanceSimon e Anne eram inimigos. Motivos que nem eles se lembram. Nesta história descubrimos como se apaixonaram da forma mais estranha. A música a ser o que os une. Relembram o passado e promessas que a memória teria apagado