[Isa]
Isa MartinsAcordo ao som insistente do despertador, e, ao abrir os olhos, percebo que já são exatamente uma e quinze da tarde.
— Dormi demais — resmungo, sentando-me na cama, enquanto memórias da noite passada surgem em minha mente. O prazer de ter saído com as meninas ainda me embriaga, mas logo sou interrompida pelo pensamento do novo inquilino que está habitando este lar.
Confesso que a beleza cativante da jovem é digna de admiração. Ela possui longos cabelos escuros que caem como cascatas silvestres, e seus olhos são tão profundos quanto um labirinto, misteriosos e hipnotizantes. Com uma estatura altiva e um estilo tomboy, ela é um desafio que não consigo ignorar.
Desfaço-me dos devaneios, porque em poucos segundos, aquela garota conseguiu tirar-me do sério. Quem ela pensa que é?
Pego meu celular e envio uma mensagem para Carol: "Vem aqui, vamos tomar banho de piscina! Meu pai vai fazer um churrasco à tarde." Não demora muito para que receba uma resposta confirmando sua presença.
Dirijo-me ao banheiro e sigo minha rotina de higiene, desfrutando de um banho relaxante que me revigora. Após alguns minutos, emergindo da água como uma nova pessoa, escolho cuidadosamente a roupa que vestirei.
Olho-me no espelho e um sorriso surge em meu rosto; tenho plena convicção de que sou deslumbrante.
Saio do quarto e desço as escadas, apenas para trombar com a tal da Duda. Ela sobe a toda velocidade, e ao me avistar, examina-me da cabeça aos pés. Sinto um leve arrepio percorrer minha espinha.
Com um olhar de deboche, encaro-a, e ela responde semicerrando os olhos. Adoro como as reações das pessoas mudam diante das minhas expressões — o nervosismo é quase palpável.
Dou de ombros e continuo descendo as escadas, dirigindo-me à área da piscina. Deito-me em uma confortável cadeira e pego uma revista de moda, quando sinto alguém se aproximar.
— Boa tarde, mocinha. Parece que alguém chegou tarde demais — diz meu pai, sentando-se ao meu lado e oferecendo um sorriso acolhedor.
— Bom dia, pai! Ontem foi maravilhoso, obrigada por permitir que eu saísse com as meninas — respondo, retribuindo seu sorriso.
— Eu deixo porque confio em você e sei que não faria nada de errado — ele afirma, voltando sua atenção para o celular.
Sinto um certo receio em relação à confiança que ele deposita em mim, sem imaginar um terço das travessuras que cometo às escondidas. Mas, por agora, é melhor que continue assim. Preciso apenas parecer a filha perfeita e ingênua.
Um sorriso bobo escapa de meus lábios, fazendo com que meu pai me observe atentamente.
— O que te faz rir sozinha? — ele questiona, rindo junto.
— Apenas feliz, pai — respondo, fechando os olhos enquanto me deixo levar pela tranquilidade do momento.
— Então, o que achou da Eduarda? — ele volta a me observar, curioso.
Abro um olho rapidamente e o fecho novamente, relutando em contar a verdade. — Ah, pai, normal. Apenas achei-a um pouco ríspida.
— Eu entendo que possa parecer, mas é importante lembrar que ela já enfrentou muitas batalhas. Não devemos julgar alguém sem conhecer seu passado — ele adota um tom reflexivo.
Sentando-me na cadeira ao lado dele, olho em seus olhos. — Não se preocupe, pai. Não a julgo, e desde que ela fique no seu canto, ficarei no meu.
Uma pura mentira. A maneira como ela ergue o queixo e faz aquela expressão cínica ao me ver é suficiente para que eu a atormente. Por um lado, até é divertido; nos dias entediantes, posso infernizar um pouco a vida dela.
— Amo você, filha, e agradeço por ser essa filha maravilhosa — ele diz enquanto se levanta, oferecendo um toque carinhoso em minha cabeça antes de sair.
— Faço apenas o meu papel de boa filha — brinco, fazendo uma expressão de autoconfiança. Ele sorri e sai, deixando-me sozinha.
Boa para ele. Já para os outros... Eu me perco em risadas silenciosas enquanto retomo minha leitura na revista de moda, imersa em pensamentos e planos.
A tarde avança lentamente, enquanto o calor do sol proporciona uma sensação agradável. Me desloco entre as páginas, absorvendo dicas de estilo e tendências, mas minha mente não consegue deixar de divagar sobre a misteriosa Eduarda. O que será que a levou a ser tão fechada?
A curiosidade me consome, e, enquanto a piscina brilha sob a luz dourada do sol, uma ideia brilhante surge em minha mente. Pode ser interessante, e até mesmo divertido, me envolver mais com ela. A provocação pode resultar em algo surpreendente. Afinal, quem disse que eu não poderia mexer com seus nervos um pouco mais?
O som da conversa animada e o cheiro do churrasco invadem a atmosfera. As vozes da família e amigos preenchem o ar, criando um cenário vibrante e acolhedor.
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Minha Meia Irmã [ Sáfico ] [ Dark Romance ]
Fanfiction[+18| História 1| Dark romance ] Em uma pacata cidade, a vida de Duda toma um rumo inesperado e turbulento. Após a perda de seu pai, a jovem se vê diante da iminente união de sua mãe com um homem desconhecido, uma realidade que desmorona suas expect...