Three

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[Isa]                                                                Isa Martins

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[Isa]

                              Isa Martins

Acordo ao som insistente do despertador, e, ao abrir os olhos, percebo que já são exatamente uma e quinze da tarde.

— Dormi demais — resmungo, sentando-me na cama, enquanto memórias da noite passada surgem em minha mente. O prazer de ter saído com as meninas ainda me embriaga, mas logo sou interrompida pelo pensamento do novo inquilino que está habitando este lar.

Confesso que a beleza cativante da jovem é digna de admiração. Ela possui longos cabelos escuros que caem como cascatas silvestres, e seus olhos são tão profundos quanto um labirinto, misteriosos e hipnotizantes. Com uma estatura altiva e um estilo tomboy, ela é um desafio que não consigo ignorar.

Desfaço-me dos devaneios, porque em poucos segundos, aquela garota conseguiu tirar-me do sério. Quem ela pensa que é?

Pego meu celular e envio uma mensagem para Carol: "Vem aqui, vamos tomar banho de piscina! Meu pai vai fazer um churrasco à tarde." Não demora muito para que receba uma resposta confirmando sua presença.

Dirijo-me ao banheiro e sigo minha rotina de higiene, desfrutando de um banho relaxante que me revigora. Após alguns minutos, emergindo da água como uma nova pessoa, escolho cuidadosamente a roupa que vestirei.

Olho-me no espelho e um sorriso surge em meu rosto; tenho plena convicção de que sou deslumbrante.

Saio do quarto e desço as escadas, apenas para trombar com a tal da Duda. Ela sobe a toda velocidade, e ao me avistar, examina-me da cabeça aos pés. Sinto um leve arrepio percorrer minha espinha.

Com um olhar de deboche, encaro-a, e ela responde semicerrando os olhos. Adoro como as reações das pessoas mudam diante das minhas expressões — o nervosismo é quase palpável.

Dou de ombros e continuo descendo as escadas, dirigindo-me à área da piscina. Deito-me em uma confortável cadeira e pego uma revista de moda, quando sinto alguém se aproximar.

— Boa tarde, mocinha. Parece que alguém chegou tarde demais — diz meu pai, sentando-se ao meu lado e oferecendo um sorriso acolhedor.

— Bom dia, pai! Ontem foi maravilhoso, obrigada por permitir que eu saísse com as meninas — respondo, retribuindo seu sorriso.

— Eu deixo porque confio em você e sei que não faria nada de errado — ele afirma, voltando sua atenção para o celular.

Sinto um certo receio em relação à confiança que ele deposita em mim, sem imaginar um terço das travessuras que cometo às escondidas. Mas, por agora, é melhor que continue assim. Preciso apenas parecer a filha perfeita e ingênua.

Um sorriso bobo escapa de meus lábios, fazendo com que meu pai me observe atentamente.

— O que te faz rir sozinha? — ele questiona, rindo junto.

— Apenas feliz, pai — respondo, fechando os olhos enquanto me deixo levar pela tranquilidade do momento.

— Então, o que achou da Eduarda? — ele volta a me observar, curioso.

Abro um olho rapidamente e o fecho novamente, relutando em contar a verdade. — Ah, pai, normal. Apenas achei-a um pouco ríspida.

— Eu entendo que possa parecer, mas é importante lembrar que ela já enfrentou muitas batalhas. Não devemos julgar alguém sem conhecer seu passado — ele adota um tom reflexivo.

Sentando-me na cadeira ao lado dele, olho em seus olhos. — Não se preocupe, pai. Não a julgo, e desde que ela fique no seu canto, ficarei no meu.

Uma pura mentira. A maneira como ela ergue o queixo e faz aquela expressão cínica ao me ver é suficiente para que eu a atormente. Por um lado, até é divertido; nos dias entediantes, posso infernizar um pouco a vida dela.

— Amo você, filha, e agradeço por ser essa filha maravilhosa — ele diz enquanto se levanta, oferecendo um toque carinhoso em minha cabeça antes de sair.

— Faço apenas o meu papel de boa filha — brinco, fazendo uma expressão de autoconfiança. Ele sorri e sai, deixando-me sozinha.

Boa para ele. Já para os outros... Eu me perco em risadas silenciosas enquanto retomo minha leitura na revista de moda, imersa em pensamentos e planos.

A tarde avança lentamente, enquanto o calor do sol proporciona uma sensação agradável. Me desloco entre as páginas, absorvendo dicas de estilo e tendências, mas minha mente não consegue deixar de divagar sobre a misteriosa Eduarda. O que será que a levou a ser tão fechada?

A curiosidade me consome, e, enquanto a piscina brilha sob a luz dourada do sol, uma ideia brilhante surge em minha mente. Pode ser interessante, e até mesmo divertido, me envolver mais com ela. A provocação pode resultar em algo surpreendente. Afinal, quem disse que eu não poderia mexer com seus nervos um pouco mais?

O som da conversa animada e o cheiro do churrasco invadem a atmosfera. As vozes da família e amigos preenchem o ar, criando um cenário vibrante e acolhedor.

Minha Meia Irmã [ Sáfico ] [ Dark Romance ]Onde histórias criam vida. Descubra agora