Sixteen

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Narrativa

A noite estava escura, e apenas os sons distantes da cidade ecoavam nas paredes do beco estreito. Jenye estacionou o carro, uma SUV preta que pareciam ter saído de um filme. O motor desligou com um suave rugido, mas a tensão no ar era palpável. Ela olhou pela janela, observando o lugar onde estava prestes a provocar mudanças radicais na vida de alguém.

Eduarda, sentou-se no banco do passageiro, inquieta. Ela observou as luzes da rua desaparecendo lentamente e sentiu um frio na espinha.

— O que estamos fazendo aqui? — perguntou, a voz entrecortada por um leve tremor.

Jenye sorriu, uma expressão enigmática que não prometia nada bom.— Eu tenho observado você por um tempo, Eduarda. Você é mais forte do que imagina. E este é o momento perfeito para você se juntar a mim."

— Juntar-me a você? Para quê?— inquiriu Eduarda, seu receio se transformando em desconfiança. O beco, agora em silêncio, parecia estar prestes a engolir qualquer resposta.

— Para cobrar dívidas. — A palavra "dívidas" saiu da boca de Jenye como um sussurro cortante. — Tem pessoas que precisam ser lembradas de que não podem escapar de suas obrigações. E você pode me ajudar... se tiver coragem."

Eduarda franziu a testa, tentando entender. — Ajuda? Como assim? Eu nunca... eu nunca matei ninguém! Não posso fazer isso!

Os olhos de Jenye brilharam com uma mistura de impiedade e diversão. — Você quer usar essa desculpa para sempre? Essa é sua chance de deixar de lado a vida comum e se tornar quem você realmente é, Eduarda.

Naquele momento, dois homens apareceram de trás do carro, sombras que tomaram forma à luz fraca das lâmpadas da rua. E um frio intenso percorreu a espinha de Eduarda. Jenye fez um gesto, e os rapazes se aproximaram, suas expressões desafiadoras.E tiram a garota a força do banco de trás.

— Esses são meus amigos, eles vão te ajudar a entender a situação. — A voz de Jenye tinha um tom de comando, sem espaço para uma negativa.

Eduarda deu um passo atrás, a adrenalina pulsando nas veias. — O que vocês estão pretendendo fazer? Eu não quero briga!

— Você não tem escolha — disse um dos capangas, um homem alto e musculoso, com um sorriso cruel. — Nós só queremos um pouco de diversão. Vamos lá, mostre ao que você veio!

Nesse instante, Jenye puxou algo de seu bolso e lançou um objeto diante de Eduarda. O brilho metálico refletiu a pouca luz do beco. Era um canivete, com um símbolo de águia gravado em sua lâmina. — Isso é seu agora. Se quiser sair viva daqui, vai ter que lutar.

                             Eduarda olhou para o canivete, confusa e assustada. Seu coração batia acelerado, e a sensação de impotência quase a paralisou. — Por favor, não... eu não sei lutar!

— Aprenda, então — respondeu Jenye, sua voz tão fria quanto a lâmina do canivete. — Ou será a próxima vítima.

Com um grito de desespero, Eduarda brandiu o canivete, atacando instintivamente, enquanto o primeiro capanga avançava. Para sua surpresa, a lâmina encontrou resistência, e ela sentiu a adrenalina correr por seu corpo, despertando instintos que nunca soubera que tinha. O movimento se tornou fluido, quase coreografado, enquanto ela se defendia.

Eduarda atacou com força e precisão, desferindo golpes certeiros. O primeiro capanga caiu, surpreso e ferido. O segundo homem hesitou, e naquele momento, Eduarda entendeu que tinha mais controle do que pensava. Com um movimento rápido, ela desviou de um ataque e, com um golpe final, ceifou a vida do segundo agressor.

A respiração ofegante, Eduarda olhou para os corpos caídos, a realidade do que acabara de fazer começando a se instalar em sua mente. Nunca havia imaginado que poderia ser capaz de tal violência. Mas agora, no silêncio interrompido por sua própria respiração, ela percebeu a gravidade da situação.

Jenye a observava com um sorriso satisfeito, uma aprovação mal disfarçada em seu olhar. — Eu sabia que havia algo especial em você, Eduarda. Parabéns, você aprendeu rápido. Agora, não há mais volta. Você tem um segredo, e ele nos une.

Eduarda sentiu o peso das palavras. A natureza do que ocorrera tornava a situação mais sombria. – E agora? O que eu faço com isso?

— Você vai trabalhar comigo — afirmou Jenye com firmeza. — Eu preciso de alguém com suas habilidades. Podemos fazer grandes coisas juntas, e a cidade precisa de nós. Você pode se vingar contra aqueles que machucaram você, ou simplesmente... trabalhar para manter o controle.

Olhando para Jenye, Eduarda percebeu que não havia como recuar. O caminho escolhido tinha se ramificado em direções que nunca imaginara. — E se eu não quiser? — desafiou, embora soubesse que sua resistência era apenas um reflexo do medo.

— Então você vive com isso — Jenye a encarou, a intensidade de seus olhos como uma tempestade. — Você pode sair e tentar esquecer, mas essas memórias vão te perseguir. Matar em defesa própria a tornou parte desse jogo. Aceite isso, ou aceite também a ideia de que você é fraca.

           Eduarda engoliu em seco, seu pensamento girando. Teria coragem de aceitar essa nova vida? O peso das escolhas anteriores misturava-se ao impulso de um futuro incerto. — Eu... eu aceito — finalmente disse, sabendo que cada palavra carregaria um peso devastador.

            Jenye sorriu, e foi um sorriso predatório. — Ótimo. Bem-vinda ao nosso lado, Eduarda. Agora, vamos fazer uma mudança verdadeira nesta cidade. Você vai se surpreender com o que pode fazer.

Ambas entram para o veículo novamente, Jenye dirigia para fora do beco, Eduarda olhou pela janela, observando as luzes da cidade brilharem mais intensamente do que antes. Uma nova vida a aguardava, repleta de desafios e segredos, e no fundo, uma pequena chama de liberdade começava a surgir, aquecendo seu coração.

                                     •••
[Eduarda]
Minhas mãos estão geladas e meu corpo tenso, ainda estou em choque com o que acabara de acontecer. O carro se distancia da casa e eu entro na mesma, com o coração apertado e aflito. Ninguém poderá saber disso, terei que manter certa distância com as pessoas. E voltar a ser como antes. Uma garota amarga com os sentimentos impenetráveis.

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⏰ Última atualização: 15 hours ago ⏰

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Minha Meia Irmã [ Sáfico ] [ Dark Romance ]Onde histórias criam vida. Descubra agora