Mar de Rosas

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No dia seguinte acordei com uma batida suave na porta do meu quarto, enquanto esfregava os olhos a porta abriu levemente deixando transparecer os olhos preocupados do Diogo, olhei para ele confusa.

- Bom dia Catarina, como te sentes ? - perguntou ele entrando no quarto enquanto mostrava uma bandeja com chá e torradas - Tomei a liberdade de fazer o pequeno almoço para nós os dois, espero que gostes.

- Bom dia  - respondi com a voz ainda rouca por ter acordado recentemente - obrigada por preparares o pequeno almoço, mas vou recusar, não tenho fome e preciso de tomar banho.

-Vá lá, eu fiz com tanto carinho, comes agora e antes de almoçar vais tomar banho que eu encarrego-me do almoço. - disse enquanto pousava a bandeja em cima das minhas pernas.

- Tu? Encarregar-te do almoço? Não sei se permito. - disse na brincadeira.

Ele nem me ligou e em vez de me responder pegou num pedaço de torrada e colocou mesmo em frente da minha boca e começou a fazer brincadeiras como se fazem às crianças quando não querem comer (por quem é que ele me julga? Não sou nenhuma criancinha para ser alimentada), peguei no pedaço de torrada e fiz cara feia, depois dei uma trinca e perguntei-lhe se assim já ficava feliz, ele respondeu que sim com um sorriso enorme e em seguida desviou uma mecha de cabelo que havia escapado da trança e estava em frente da minha cara. Não sei o que me deu nesse momento, mas parece que tudo à minha volta parou durante o que pareceu segundos , quando voltei para a realidade o Diogo estava a olhar para mim com as sobrancelhas franzidas e com ar de preocupado, continuei a comer como se nada se tivesse passado e rezei para que ele não trouxesse o assunto de eu parecer uma totó a olhar para o nada à tona. 

Quando finalmente me consegui livrar do Diogo fui tomar um banho quentinho e relaxante, coloquei óleo essencial de lavanda no meu gel de duche para ficar mais relaxada ainda, dei por mim a pensar na Rita e no quão injusta ela foi comigo no dia anterior, eu bem tentei conter as lágrimas mas elas acabaram por escorrer pela minha cara involuntariamente, depois de me acalmar dei por terminado o banho, ainda demorei bastante para sair da casa de banho pois fiquei a secar o cabelo e colocar creme no corpo, vesti uma roupa confortável e respirei fundo antes de sair da casa de banho, fui para a sala e aproveitei para arranjar melhor a "cama" do Diogo, de repente senti uma mão gentil no ombro.

- Não precisavas disso, eu já ia fazer a cama, mas mesmo assim obrigada. - Olhei para o Diogo e ele deu me um sorriso após falar, a voz dele tinha  saído da boca dele de forma tão suave que até parecia música clássica.

- Não custa nada, afinal de contas tu é que estás a fazer de baby-sitter. -sorri enquanto corrigi a minha postura e me preparava para ir para a cozinha arrumar.

A minha tentativa de ir para a cozinha foi fracassada, pois o Diogo bloqueou me o caminho e pôs a mão na minha cara de forma carinhosa, desseguida fez carinho com o polegar na minha bochecha e beijou a minha testa sussurrando depois:

- Estar aqui contigo, nunca seria baby-sitter. - afastou-se levemente de mim e prosseguiu - mas acho que a senhorita não anda a descansar corretamente, vá, deita te no sofá que entretanto eu começo a preparar o almoço, mais tarde os nossos colegas de trabalho vêm cá para te visitar e discutirmos alguns assuntos, por isso descansa enquanto podes.

Concordei e deitei-me no sofá , ele veio imediatamente cobrir me e aconchegar-me com os cobertores (sim, os que eu tinha acabado de arranjar), depois fez carinho na minha testa e depositou lá um beijo (ele está a ganhar o hábito de fazer isso ... talvez seja melhor eu avisá-lo que isso não é próprio de colegas de trabalho, da próxima vez que ele o fizer, irei o repreender),em seguida ofereceu-me um livro para caso eu não tivesse sono e quisesse algo para me distrair, comecei a ler de forma entusiasta, mas rapidamente a preguiça apoderou-se de mim e voltei a cair lentamente no  sono.


A exploradora perdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora