Nota da autora:
Como eu falei, essa fanfic é uma adaptação de "O casamento da minha melhor amiga" então a partir de agora vão ter muitas partes iguais...
Porém, muitas diferentes... Afinal: elas nunca foram amigas...
(Obs: alguém viu as postagens do batizado de hoje da Lia e surtou nos momentos Savirroni?? Pois eu sim kkk Com certeza vou trazer essas cenas para cá!)
----------------------------------------------------------------------------------------
2022
9 de outubro de 2022, Cidade do México, México
Desde 2020, minha vida tem sido uma montanha-russa de emoções. Cada dia é um desafio, e a presença de Maite em meus pensamentos é constante, como uma sombra que não me deixa em paz. Por mais que eu tente, estar ao lado de Paco não alivia o peso que carrego em meu coração. Acho que até piora...
A pandemia trouxe consigo uma enxurrada de preocupações e ansiedades, especialmente quando descobri que estava grávida. Enquanto navegava pelos dias tensos e incertos, a ausência física da minha família, que sempre foi meu porto seguro, só intensificou meu sentimento de solidão e vulnerabilidade.
O convite para participar da live do RBD foi um raio de esperança em meio à escuridão, mas minha condição de gestante e a crescente ameaça da pandemia me fizeram recusar a oportunidade. Em um gesto de transparência, compartilhei minha decisão através de um áudio no grupo do whatsapp, esperando compreensão e apoio. No entanto, o silêncio ensurdecedor que se seguiu me deixou desanimada e desamparada, questionando se minhas palavras sequer foram ouvidas.
É difícil expressar a profundidade da minha decepção ao sentir que nada havia mudado. A sensação de não ser compreendida ou valorizada é avassaladora, e é nesses momentos de desamparo que percebo o quanto a solidão pode ser avassaladora.
No entanto, mesmo nas horas mais sombrias, encontrava força em mim mesma e na pequena vida que carregava em meu ventre. Buscava refúgio na esperança de que dias melhores iriam chegar.
E foi isso que aconteceu quando Maria Paula nasceu. Ela encheu a minha vida de cor e alegria, iluminando cada canto com seu sorriso inocente e seus olhos curiosos. No momento em que a segurei nos braços pela primeira vez, senti um amor avassalador invadir meu coração, dissipando as nuvens escuras que pairavam sobre mim.
Maria Paula se tornou minha razão de viver, meu raio de sol nos dias nublados, minha fonte inesgotável de amor e inspiração. Cada risada, cada balbucio, cada abraço apertado era um lembrete de que a vida ainda tinha muito a oferecer, apesar das adversidades que enfrentamos.
Com ela ao meu lado, descobri uma nova força dentro de mim, uma determinação feroz de enfrentar qualquer desafio que surgisse em nosso caminho. Ela me deu esperança, renovou minha fé no futuro e me mostrou que, mesmo nos momentos mais difíceis, há sempre uma luz brilhando no horizonte.
Maria Paula não apenas mudou minha vida, mas também me salvou de um abismo de desespero e solidão. Ela me trouxe de volta à vida, me mostrou que a felicidade pode ser encontrada nos lugares mais inesperados e que o amor verdadeiro é capaz de superar todas as adversidades. Por isso, sou eternamente grata por sua presença em minha vida, pois ela me fez enxergar que, mesmo nos momentos mais sombrios, sempre há uma razão para sorrir.
Apesar de toda a alegria que Maria Paula me dava, nada apagava o amor rejeitado que eu sentia pela Maite. Tudo piorou quando recebi seu convite de casamento.
Foi como se um turbilhão de emoções invadisse meu coração, trazendo à tona todas as lembranças e sentimentos que eu havia tentado enterrar. Ver Maite seguir em frente e construir uma vida ao lado de outra pessoa foi como um golpe devastador, uma confirmação dolorosa de que nunca seríamos mais do que amigas distantes.
Tentei afastar esses pensamentos, focando em minha própria vida e na felicidade que Maria Paula me proporcionava. Mas, por mais que eu tentasse, não conseguia evitar o sentimento de tristeza e desamparo que me consumia sempre que pensava em Maite.
Receber o convite de casamento foi o ponto culminante de todas essas emoções. Era como se uma parte de mim ainda estivesse presa ao passado, incapaz de seguir em frente enquanto Maite encontrava a felicidade ao lado de outra pessoa.
Meu telefone tocou e suspirei ao ver o nome de Anahí. Eu sabia exatamente o que ela queria me dizer.
- Amiga, vamos no casamento! - disse Anahí com empolgação do outro lado da linha.
- Óbvio que não, Any! Não sou masoquista. Não vou aguentar sofrer dessa maneira. - respondi com um suspiro pesado.
- Você podia fazer que nem naquelas novelas, quando alguém diz: "Alguém tem algo contra esse casamento?", você levantar e dizer "eu tenho". Vai ser uma super prova de amor. - sugeriu ela, tentando me animar.
- Se quando me declarei em um quarto fechado, sozinha com ela, resultou em sua rejeição eterna. Imagina se eu me declarasse em público. Ela mandava me internar em um sanatório... - rebati, com um misto de ironia e tristeza na voz.
***MAITE***
Muita gente deve estar de queixo caído com a minha decisão: casar!
Todos sabem que "Maite Perroni" e "casamento" não se combinam. Sempre fui prática. Gostava, morava junto e, quando percebíamos que não estava funcionando mais, seguíamos caminhos separados.
Eu não esperava que com Andrés Tovar fosse diferente. Mas ele quis assim, e eu aceitei. Afinal, o que eu teria a perder? Aos quase 40 anos, sinto que é chegada a hora de finalmente formar minha própria família.
Se que me arrependo daquela noite? Sim... Profundamente. Mas não sei se faria algo diferente.
Vi minha mãe olhar os vestidos que eu usaria no casamento e suspirar.
- Quem diria que minha menina, que já tinha até escolhido o vestido e saiu correndo dizendo que casamento não era para ela... Agora vai casar! E imagina só! - ela apontou. - Com três vestidos diferentes! Quando o amor chega, não tem jeito! A gente sente que é a hora certa!
Pois é. Anos atrás, eu estava prestes a casar com Guido quando desisti de tudo. Uns diziam que era medo, outros, que não o amava tanto assim, e por isso me separei depois.
O que ninguém sabe é que um dia antes da minha decisão, Dulce se declarou para mim. E mesmo que por medo, eu tenha fugido, aquela declaração mexeu comigo, e eu não deixei de pensar nela um dia sequer.
Porém, nunca quis admitir nem para mim mesma os sentimentos que nunca compreendi. A única coisa que fiz foi me afastar. Sei que deve ter doído muito nela, mas fui covarde por não conseguir enfrentar meus dilemas e nem os nossos dilemas juntas.
Mesmo assim, preferi não casar com Guido. E nem com nenhum outro homem que apareceu na minha vida. Até chegar o Andrés. Bom, o que eu tinha a perder? Dulce já está casada, com filha, formou sua própria família, e eu continuo presa nos meus medos.
- Mãe, vou te confessar uma coisa,- sentei ao seu lado. -Eu quero casar porque já estou quase com 40 anos. Tenho que formar uma família.
- Filha, você não 'tem que' nada.
- Mas já chega de esperar! Penso que chegou o momento mesmo de casar!
Ela suspirou e passou a mão no meu rosto.
- Acho que uma visita faria você desistir, não é verdade?
Olhei para cima, com um breve suspiro. Minha mãe sempre foi minha confidente e era a única que sabia de exatamente tudo.
- Mãe... eu não sei. Talvez mesmo que os anos tenham se passado, eu agiria com a mesma covardia de anos atrás.
Minha mãe me puxou para um abraço. Ela sabia o quanto eu precisava disso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nunca fomos amigas - SAVIRRONI
RomanceDesde os tempos de Rebelde, Dulce Maria sempre se sentiu à margem da amizade entre Maite e Anahí. Enquanto observava a forte conexão entre elas, Dulce se via deixada de lado, especialmente por Maite. Havia algo na presença da morena que a deixava de...