Maite entrou em seu quarto, em busca de Andrés, com o coração batendo mais rápido do que nunca. Porém, para sua consternação, encontrou o ambiente vazio, sem sinal do marido. Uma onda de nervosismo a envolveu, enquanto suas tentativas desesperadas de ligar para ele resultavam apenas em um silêncio ensurdecedor do outro lado da linha.
Dulce, percebendo a aflição de Maite, entrou no quarto, com uma expressão de preocupação estampada em seu rosto.
- Mai... Por que você parece tão agitada? - questionou Dulce.
- Andrés não está em lugar algum, Dulce, e não está atendendo às minhas ligações. - confessou Maite, com inquietação evidente em sua voz. - Estou completamente perdida.
- Calma, Mai. Talvez ele tenha saído para espairecer um pouco. - tentou tranquilizá-la, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.
- Mas ele não me disse nada, Dulce. E onde está o Paco? - indagou Maite.
- Ele está no quarto cuidando das crianças. - explicou Dulce. - Paco achou melhor que eu viesse aqui acalmar você. Ele se ofereceu para ficar com as crianças.
A confusão aumentava, e Maite, diante da incerteza, sentia uma ansiedade crescente. Dulce, por sua vez, tentava ser um apoio para a namorada, mas a preocupação persistia.
- Preciso saber onde Andrés está. Isso não está certo. - A voz de Maite tremia de urgência ao expressar sua preocupação.
- Vamos encontrar Andrés e entender o que está acontecendo. Tenho certeza de que há uma explicação para isso. - Dulce ofereceu seu apoio, dando um beijo em Maite na tentativa de acalmá-la.
Eles caminharam pelos corredores do hotel, com passos incertos, mas determinados. Em meio à angústia e suspeita de Maite, sua mente fez uma conexão que a levou a uma conclusão inesperada. Sem dizer uma palavra a Dulce, que a seguia, Maite lembrou de uma dançarina que sempre pareceu próxima de Andrés. Uma sensação de apreensão tomou conta dela e, sem hesitação, Maite correu em direção ao quarto deles.
Percebendo a urgência nos passos de Maite, Dulce apressou-se em acompanhá-la.
Ao chegar, a porta entreaberta proporcionou um vislumbre da cena que Maite temia encontrar. Andrés estava na sala com a dançarina Ágata, confirmando as suspeitas de uma traição que se desenrolava diante deles.
- André, como você pôde? - A voz de Maite tremia de nervoso.
- Maite, eu... - gaguejou Andrés, enquanto Ágata se cobria às pressas.
Maite, dominada pela emoção e pela traição descoberta, sentiu uma tumultuosa mistura de sentimentos. O silêncio naquele momento foi ensurdecedor, enquanto Dulce, ao lado de Maite, presenciava a dor da namorada com um tumulto de emoções dentro de si. Ver Maite sofrer ao ver Andrés com outra pessoa não era um bom presságio.
O celular de Andrés, deixado sobre a mesa, interrompeu o momento tenso com vibrações insistentes. Maite, cheia de um misto de curiosidade e apreensão, pegou o telefone ao ver "Paco Paco" exibido na tela. Enquanto ela respondia, o silêncio a saudou do outro lado da linha.
- Andrés, - a voz de Paco parecia apressada. - você finalmente respondeu. Maite descobriu tudo. Volte para o quarto; ela está procurando por você. Diga a ela que você acabou de sair para passear.
Ao ouvir as palavras de Paco do outro lado da linha, Maite sentiu um misto de emoções que superou a mera surpresa. A raiva começou a crescer dentro dela, revelando-se ao perceber que Paco era cúmplice da situação.
- Paco, você sabia disso? - Maite perguntou irritada.
- Maite, eu...
- Você está encobrindo isso? Como pôde? - disse furiosa.
A revelação de que Paco estava ciente da situação, e talvez até mesmo colaborando para ocultá-la, provocou uma explosão de indignação em Maite. A traição não estava restrita apenas ao ato de Andrés, mas agora se estendia àqueles em quem ela confiava.
- Maite, eu... eu só queria evitar um confronto maior. Não sabia como contar. - Paco disse hesitante.
Maite, ainda fervendo de raiva e decepção, não estava disposta a aceitar desculpas naquele momento.
Andrés, sentindo a urgência de se explicar diante da fúria de Maite, tentou se aproximar dela.
- Maite, deixa eu me explicar...
Maite, com os olhos cheios de indignação e tristeza, não estava disposta a aceitar qualquer explicação.
- Não tem explicações para o que eu estou vendo!
- Mas foram vocês que sugeriram um relacionamento aberto, inclusive está em um. Por que você está tão nervosa?
Maite, irritada, respondeu com veemência.
- Porque é uma traição. Você poderia me contar a verdade se estava interessado em outra pessoa. Por que não fez isso?
Andrés, diante da expressão de decepção de Maite, tentou se justificar.
- Eu achei que não teria problema para você.
Maite, frustrada e magoada, não conseguiu conter as lágrimas. Em um misto de raiva e tristeza, ela virou-se e correu para voltar ao quarto dela. Dulce, ao observar a cena, trocou um olhar silencioso com Tovar, expressando uma mistura de desconforto e preocupação.
Dulce, sem dizer uma palavra, seguiu Maite até o quarto. Ao entrar, deparou-se com a namorada sentada na cama, soluçando. Vê-la daquele jeito lhe causou uma angústia. Por que estava tão mal?
- Dulce, como isso pôde acontecer? Eu confiava nele.
Se falasse qualquer coisa, Dulce sabia que poderia deixar seu ciúmes falar mais alto. Preferiu dar apoio, acolhendo sua dor. Aproximou-se e a abraçou, oferecendo o conforto silencioso diante da traição revelada.
Quando percebeu que Maite estava mais calma, Dulce levantou o queixo dela para se olharem.
- Por que você ficou com raiva do que aconteceu?
- É o que eu disse, Dul! Ele podia ter me contado a verdade.
- Mas quando você cogitou que ele pudesse estar com o Paco, você não ficou assim... Por que isso agora?
Maite continuou olhando para Dulce, sem dizer nada.
- Maite, você ainda ama o Andrés?
Deu um suspiro antes de continuar.
- Você sabe que sim. E é por isso que eu não cogitei me separar dele...
- Ama mais do que a mim?
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Nunca fomos amigas - SAVIRRONI
RomanceDesde os tempos de Rebelde, Dulce Maria sempre se sentiu à margem da amizade entre Maite e Anahí. Enquanto observava a forte conexão entre elas, Dulce se via deixada de lado, especialmente por Maite. Havia algo na presença da morena que a deixava de...