***DULCE***
Meu sangue congelou enquanto aguardava sua resposta, e tenho certeza de que meu coração parou por alguns segundos. Mais uma vez, me vi naquele quarto em 2006, quando Maite saiu correndo após minha declaração. A angústia e o medo do desconhecido tomaram conta de mim, enquanto esperava ansiosamente pelo que viria a seguir.O medo começou a tomar conta de mim de uma maneira avassaladora, a ponto de eu começar a recuar involuntariamente. Agora, era eu quem queria fugir. Eu não queria mais ouvir sua resposta. O receio do que ela poderia dizer era tão avassalador que eu só queria me afastar, evitar enfrentar a possibilidade de uma decepção.
Eu, que já estava com o corpo fraco, sentia também completamente frágil, meu corpo parecia incapaz de reagir. Ali, naquele momento, me vi totalmente impotente, sem forças para lidar com a avalanche de emoções que me inundava. Era como se tudo ao meu redor desaparecesse, restando apenas eu e a sensação avassaladora de vulnerabilidade.
Os olhos de Maite se abriram assustados cheios de preocupação ao ver minha reação, percebendo claramente que algo estava errado. Devo ficado muito mal à sua frente, pois num salto ela se levantou e me envolveu em forte abraço.
- Não, meu amor! - ela disse me abraçado, enquanto eu ainda tomada pela minha fraqueza permanecia estática e com uma leve tontura.- É lógico que eu te amo mais do que posso amar qualquer outra pessoa, além das nossas filhas.
Olhei para ela e não conseguia nem explicar o choque térmico que senti dentro de mim. Ela disse em uma única frase: "meu amor" "eu te amo" e "nossas filhas".
- Eu só estou ... - ela continuou. - estou... não sei dizer, meu amor! Eu estou chocada com o que aconteceu.
- O que eu não entendo é por que você está mal em ele estar com outra pessoa, se você também está. Você também trai ele comigo! - desabafei, incapaz de conter a confusão que se instalava em minha mente.
- Eu sei, meu amor. Mas assim como foi um baque para ele descobrir tudo isso, também está sendo pra mim. É só isso... - ela respondeu, acariciando meu rosto levemente, fazendo meu corpo tremer por inteiro.
Respirei fundo, tentando me recompor, e inevitavelmente abaixei o olhar.
- O que foi minha "Maria Paula"? - ela falou com doçura.
- Nada... - falei baixo.
- Fala, meu amor! - e cada vez que ela pronunciava a palavra "amor", isso mexia comigo de uma maneira absurda.
Respirei fundo, tentando reunir coragem para continuar.
- Enquanto eu esperava a sua resposta, me veio a mente tudo o que aconteceu naquele dia no hotel quando eu me declarei e você foi embora.
Visivelmente, a culpa pesou sobre ela e um sorriso fraco se formou em seus lábios. Ela segurou meu rosto, depositou um beijo suave em meus lábios e então me envolveu num abraço.
- Eu sei que fui muito cruel. Eu magoei muito meu bebê. - ela sussurrou com sinceridade, deixando claro o arrependimento em suas palavras. - Magoar você foi um erro terrível.
Ainda abraçada comigo ela voltou a me olhar nos olhos e arrumou o meu cabelo.
- Amorzinho, me perdoa. Eu nem deveria ter ido atrás do Andrés hoje. É a nossa noite juntas e você já não estava muito bem. Mais uma vez eu fui uma péssima pessoa. - ela disse com sinceridade, expressando remorso em suas palavras.
- Não foi, Mai... Você estava curiosa e queria descobrir a verdade... É descobriu! - respondi, tentando acalmar seus sentimentos de culpa.
- Sim, descobri. Mas não importa hoje! Hoje é a nossa noite juntas e não vou deixar isso me abalar, amanhã eu resolvo com ele. Agora o importante é você e sua saúde.
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Nunca fomos amigas - SAVIRRONI
RomanceDesde os tempos de Rebelde, Dulce Maria sempre se sentiu à margem da amizade entre Maite e Anahí. Enquanto observava a forte conexão entre elas, Dulce se via deixada de lado, especialmente por Maite. Havia algo na presença da morena que a deixava de...