CAPÍTULO 8

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-Minha magia de cura é muito fraca; não resolve nem um leve resfriado - Respondeu Zarek, articulando os dedos. - Eu fico exausto muito rápido, isso acaba comigo.

-Eu me refiro à magia que você usa em seu olho.

Todos pararam e me encararam. Os três irmãos se entreolharam e voltaram os olhos para mim.

-Do que você está falando, querida? - Perguntou Zerik.

-Zarek usa magia no olho esquerdo. Apenas perguntei o que era. Há alguma regra para isso? Eu fui rude? Não sei se deveria ter dito o que disse.

-Não, não foi rude, mas de que magia você está falando? - Senti que era uma pergunta direta para uma resposta sem rodeios, vinda de Zarek.

-Eu acho que consigo ver magia.

Zarek fez mais uma vez. Seu olho brilhou pálido para mim quando respondi.

-Como agora - e apontei para Zarek, que empalideceu e soltou um pigarro ajustando o corpo na cadeira.

-Bem, esse é um segredo que eu gostaria que se mantivesse guardado - Disse Zarek. - Eu consigo sentir um pouco da emoção ou sentimento de quem eu olho, por uma fração de segundo apenas. Se no momento ela tem raiva, medo, cobiça, fúria, chega em mim como uma intuição. Um dom útil para quem ajuda a controlar e decidir por um vilarejo como este.

Lana estava com os olhos arregalados, como todos os outros. Ninguém comeu pelos próximos minutos.

-Ignore este meu olho, minha flor, é algo natural em mim que nem lembrava que era por magia que funcionava, mas desde quando você pode ver magia?

-Eu só fui descobrir há pouco tempo, quando o Urroch nos atacou. Fora isso, eu não lembro de nada antes de acordar aqui.

-Humana que pode ver magia, nunca vi algo assim. Mais alguém sabe sobre isso? - Zarek preocupado com a resposta.

-Apenas quem está nesta mesa, mais ninguém.

-Então deixe isto assim, mocinha. Este é um dom muito especial que pode ser extremamente valioso no mercado, e você não vai querer estar nas mãos de pessoas más. Estou com dor nas costas e irei me deitar. A comida me deixou com sono. Amanhã terminamos esta conversa. - Disse Zarek, dando a deixa para acabar com essa reunião disfarçada de janta.

Um poder valioso, tenho feito notas mentais do máximo de informação que consigo juntar.

Fomos para o quarto e eu disse a Lana sobre tudo o que conversei enquanto ela dormia. Antes de dormir repassei os nomes de cidades e regiões fazendo notas mentais, os nomes engraçados dos três irmãos, e que eu deveria ficar calada sobre o que consigo fazer. A noite chegou e nos envolveu com seu peso e frescor. Dormimos na mesma cama, com o aroma de dama-da-noite e a luz de velas.

Quando o sol raiou, acordamos despertas e leves. A janta nutriu todas as necessidades que tínhamos, e a noite levou o cansaço embora.

Bebemos café da manhã, e Mamont nos levou para caminhar após se certificar de que Anbeda estava bem, ou bem até Garunthe chegar. Passamos pelas ruas, e poucos cumprimentos foram direcionados a Mamont. Segundo ele, por estar acompanhando, senão ele garantiu que seria uma celebridade.

Lana me disse que eu tive um sono conturbado durante a noite, mas não me lembrava de nada quando acordei. Fico feliz de não lembrar pois a lembrança dos últimos sonhos ainda me perturbava.

O vilarejo não era tão grande quanto quando o vi pela primeira vez. Após pouco tempo, já havíamos atravessado ele por completo. Após as casas, havia um campo de cultivo onde os moradores cultivavam vegetais, homens e mulheres juntos no campo. Mamont comentou que os animais nas casas eram para ovos e leite, e em último caso viravam alimento pois haviam caçadores para fornecer a carne.

A Coroa de PedraOnde histórias criam vida. Descubra agora