CIGANA CHEFIA AMAZÔNIA

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Arara-vermelha arribou voo para o Acre, Uirapuru se ocultou no Amazonas, Galo da Serra subiu os picos de Roraima, vestindo terno e fraque feito por macaco Aranha.

Pavãozinho-do-Pará sumiu lá nas florestas de Marabá, deixando no Mato Grosso seu delegado Pato Tachá com suas penas brancas e cinzentas, como roupas de Cunhã poeirenta.

Tupã então mandou o Jacamin das costas verdes para Rondônia, com a sua cabeça pequena, para conversar com o Paturi de cor palha em rede.

Mas, no terreno lamacento, houve entrevero do Jacamin com o Flamingo vindo do Amapá.

Era uma gritaria de assombrar, mas não  era de nenhum tormento falas alegres com intenção de aproximar das aves da área mais distante, ilhas a sotavento.

A chefia da Fauna de Pena então acabou recaindo sobre os ombros do Pavãozinho-do-Pará, porque Tupã sismou de intervir também por lá!

Sabiá-da-praia, do Maranhão, tretou com a divina decisão de Tupã, no caso da chefia confiada ao vistoso Pavãozinho-do-Pará, com a mãe Ciretã foi reclamar.

Tupã conversou com sua mãe e com a mãe da Terra, surgindo a ideia brilhante de ser a cigana a rainha da Amazônia, uma magnífica terra.

A ave exótica Cigana do Tocantins, que remoe igual vaca, mas muito boa de papo deu seu veredito místico em comum acordo com o conselho da natureza:

– Aceito o encargo porque tenho muito tempo e três papos para tudo que for indigesto. Ninguém fica muito perto a reclamar porque meu cheiro de bóia até eu detesto.

Chamou jacu-cigano,vendo que o macho já vivia só de flores,frutos e carmesins, se achando no trono, acomodado, advertiu de que não teria nepotismo no seu mandato e nem primeiro-macho abusando no uso do cupim.

Então ave Cigana nos ditames de Tupã nomeou num único  ato
bactérias simbióticas para a tarefa de alimentar a si e ao seu agregado com folhas e capim-grilo, essencial ao seu trato e a uma vida sem miséria.

Após rezar ao Deus-Tupã, fazer seu juramento de fidelidade às  Leis da Selva, sob o gigante casco das tartarugas Maturins, Cigana tomou posse no Governo, na Capital da Amazônia,  a Ilha de Parintins.



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