𝟎𝟏 ━⠀" prólogo "⠀♡

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Desde que se entende por gente, Nikolai busca a liberdade, algo que nunca teve desde quando era uma criança. "Nunca vou me apaixonar por ninguém" ━ Era o que Gogol dizia há anos. Para ele, se apaixonar significava se prender a uma pessoa, significava abdicar de sua vontade de ser livre.

Bom, ele só não esperava que a pessoa que o tiraria essa liberdade fosse o seu melhor amigo, Fyodor Dostoyevsky.

O ucraniano ficava em choque todas as vezes que pegava-se pensando no fato que Sigma, sem fazer nenhum esforço, tinha algo que Nikolai morreria e mataria para possuir; Fyodor. Ao menos, isso era o que o rapaz com os fios amarrados perfeitamente em uma trança pensava. Fyodor não era seu, nunca foi, e seria impossível ser seu algum dia. Nikolai tinha ciência disso.

E céus, como doía. Gogol era um dos amigos mais próximos de Fyodor, e isso era um fato, visto que sempre andavam juntos pelas ruas de Yokohoma, Junto de Bram e Sigma. Mas esse último chegou primeiro, pensava que Sigma era o número um de Dostoyevsky.

Ah, Nikolai adorava Sigma, e adorava ser seu amigo, mas odiava o pensamento amargo que este possivelmente era o amor do rapaz de cabelos escuros, odiava que Sigma sempre o dava os melhores presentes, odiava que o de cabelos negros não recusava seus abraços, e nem revirava os olhos a cada cinco palavras suas.

Embora Fyodor fosse um frequentador da igreja e acreditasse fielmente nela, Nikolai duvidava muito dos poderes de Deus, e talvez, só talvez, fosse por isso que sua mãe o desprezava , não que ele se importasse, já estava acostumado com tal sensação de desprezo vinda de sua querida genitora.

No começo Nikolai até acreditava em Deus, ou tentava acreditar. Talvez, ele duvidasse principalmente por causa de Fyodor. Céus, Gogol já se pegou rezando incontáveis noites para que o Todo-poderoso lhe entregasse o coração de seu amigo, mas nada acontecia, nunca acontecia.

Dostoyevsky não sabia que o garoto lhe culpava por tirar toda sua liberdade, que um dia, Nikolai tanto almejou. Agora, a única coisa que ele buscava, era ser totalmente de Fyodor, isso era notável. O de fios brancos como a neve tinha certeza que, se um dia ele acabasse brigando com o rapaz de cabelos brancos e roxos, Fyodor não pensaria duas vezes antes de cortá-lo de sua vida.

━ Está quieto. ━ O de fios escuros, assim como as penas de um corvo, observou. Nikolai quase esboçou um sorriso, ele finalmente havia reparado em si e sua voz calma fez com que Nikolai saísse de seus pensamentos. ━ Pensando em que?

━ Hm? Nada importante. ━ Ele mentiu. As palavras quase não saíram, sua garganta estava fechada com a sensação amarga que apenas o pensamento de Fyodor com o outro rapaz poderia lhe proporcionar. Mesmo que muitos caíssem nas mentiras do ucraniano, Dostoyevsky não era assim, ele não acreditava nunca.

━ Mentira. Tem algo te incomodando. ━ Ele foi direto de novo, e Nikolai resmungou, escondendo seu rosto em suas mãos. Odiava como o russo era tão certeiro

━ Fyodor, são problemas com a minha mãe de novo, relaxa. ━ Era mentira, de novo. Odiava ter que mentir para o outro, mas como era suposto o dizer "sua proximidade com seu melhor amigo me incomoda porque gosto pra caralho de você"? E o outro rapaz não era burro, disse um "hm", totalmente desacreditado, mas não iria incomodar seu amigo para que lhe contasse a verdade.

Os únicos que sabiam dos reais sentimentos de Nikolai era dois de seus amigos, Osamu Dazai e Bram Stoker, que não se atreveria a compartilhar isso com ninguém, não trairia seu amigo de tal forma. Já o primeiro, era questionável.

━ E por acaso, você já comeu? ━ O garoto com a trança perfeita no cabelo questionou, tentando mudar o assunto.

━ Você sabe que eu não como de manhã, mas que pergunta. ━ Dostoyevsky respondeu de um jeito curto, tal qual Nikolai já havia se acostumado, e este revirou os olhos.

‣ Sin and Liberty.⠀ ♥︎⠀﹫ FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora