𝟏𝟖 ━⠀" de volta ao porto "⠀♡

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No dia seguinte, ao acordar, Fyodor estava com o rosto no peito de Nikolai, que dormia pacificamente com a destra na sua nuca, já que estava acariciando o local antes de dormir.

Ele se levantou cuidadosamente, ouvindo alguns grunhidos vindo de Gogol pela movimentação, mas ele ainda dormia como um anjo. O garoto jurava que poderia ficar encarando o rosto alheio por horas.

Isso fazia o russo se lembrar de quando sua amizade com o platinado se iniciou. Ele sempre ficava com a guarda alta, não confiava em ninguém, não dizia como realmente se sentia e mascarava tudo com um sorriso dolorido. Foi apenas um ano depois que Fyodor e Sigma finalmente foram capazes de quebrar o muro que o ucraniano criou em volta de si. Ele era do tipo que tentava esconder sua dor colocando um sorriso no rosto das pessoas, e quando ele se permitiu chorar na frente do moreno pela primeira vez, ele ficou chocado.

Dostoy estava tão perdido na beleza alheia que não notou quando ele acordou, e só percebeu quando ouviu sua voz rouca devido ao sono.

━ Eu consigo sentir você me encarando, Fedya. ━ O de olhos heterocromáticos disse com um sorriso, ainda sem coragem de abrir os olhos.

━ Nada a ver, eu só olhei um pouco. O que é bonito há de ser admirado, não? ━ Dostoyevsky indagou, com um sorrisinho. ━ Bom dia, ptichka.

━ 'Passarinho' em russo? Esse apelido é novo. ━ O rapaz finalmente abriu seus olhos, se espreguiçando um pouco antes de sentar no colchão macio.

━ Você tem um pássaro de estimação e busca pela liberdade. Acho que é um apelido justo. ━ O russo respondeu, dando de ombros e se colocando de pé.

━ Eu buscava pela liberdade. Acabei encontrando a minha já faz um tempo. ━ Nikolai disse com um sorriso no rosto, e o moreno não escondeu o olhar de dúvida. ━ É você, Fyodor. Pode parecer estranho. Mas de certa forma, estar com você é como se minhas preocupações sumissem, como se o tempo parasse. Eu não me importo com o que vão achar de mim se eu fizer tal coisa, por saber que você sempre vai me apoiar, sempre vai estar lá por mim

Aquelas foram provavelmente as palavras mais doces que o de olhos roxos já ouviu. Aquilo fez seu coração bater mais rápido e mais forte, e um sorriso aparecer em seu rosto. Entretanto, antes que pudesse falar ou fazer algo, a porta do quarto foi aberta pela mãe do russo.

━ Bom dia, meu fi-... Ah! Oi, Nikolai! Não sabia que você viria pra cá. ━ A mulher disse com um sorriso. ━ O seu pai está fazendo café da manhã lá embaixo, Fyodor. Pode ajudar ele?

━ Oi, tia. Aconteceu algumas coisas ontem e eu pedi ao Fyodor pra me deixar dormir aqui. Perdão não ter pedido a vocês antes, mas já estou de saída. ━ O ucraniano se desculpou, a dando um sorriso gentil.

━ Pare com isso, Gogol. Você já é praticamente da família. ━ A mãe de Fyodor riu. ━ Inclusive, se quiser pode ficar para o café.

O platinado assentiu e ela se afastou, descendo pelas escadas. Provavelmente estava indo atrás do marido.

Nikolai trocou de roupa e o o russo decidiu ficar de pijama mesmo e então desceram para a sala, junto com os pais de Dostoyevsky. Quando chegaram lá, Fyodor foi para o lado de seu pai e começou a ajudá-lo a fazer o café da manhã. O ucraniano e Anastasia só viam aquela cena.

━ Aqui, prova. ━ Fyodor se aproximou do ucraniano com uma colher, soprando para esfriar.

━ Tá muito bom, Fedya! ━ Ele elogiou a comida do rapaz, enquanto se controlava muito para não dar um beijo nele na frente de Anastasia e Dimitri. ━ O que vocês tão fazendo?

Charlotka¹. Nunca comeu? ━ Ele indagou. O adolescente ficou pensativo por breves instantes antes de apenas negar com sua cabeça.

━ É uma comida russa, acho que você vai gostar. ━ Dmitri disse, antes de se virar após terem colocado a comida no forno.

‣ Sin and Liberty.⠀ ♥︎⠀﹫ FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora