𝟐𝟖 ━⠀" por favor, acorde logo. "⠀♡

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Uma semana se passou. Finalmente, era o dia que Fyodor voltaria de viagem. Mas algo o preocupava. Nikolai não o respondia, não atendia suas ligações, era como se estivesse o ignorando totalmente desde a última vez que conversaram. Aquilo o causava uma ansiedade extrema, e se perguntava o que fez de errado.

Além de que toda vez que questionava seus amigos sobre o ucraniano, sempre lhe davam respostas rasas, ou então desconversavam. Aquilo não estava normal, realmente.

Agora, todos do grupo estavam esperando pelo russo no aeroporto, exceto Gogol. Sigma andava de um lado para o outro, enquanto conversava com os seus amigos. Ele foi o mais questionado, por ser o mais próximo de Fyodor, e ele foi o que mais desconversou sobre isso. Não era o tipo de coisa que se contava em mensagem ou ligação.

━ Sigma, respira um pouco e se acalma. ━ Dazai disse, segurando os ombros do amigo, praticamente o forçando a encará-lo.

━ Quem vai contar pra ele? ━ Ranpo perguntou, se sentando em uma das cadeiras do aeroporto.

━ O Sigma. ━ Bram apontou para o rapaz de cabelos bicolores, que arregalou os olhos.

━ Eu nada! O Dazai conta.

━ Por que eu? O Atsushi que é bom dando péssimas notícias. ━ O moreno perguntou, se afastando um pouco do amigo, que antes estava segurando os ombros.

━ Que merda isso significa? ━ O platinado que foi citado perguntou, cruzando os braços. ━ Eu não vou contar nada.

━ Então a gente deixa ele descobrir sozinho? ━ Nakahara indagou confuso, não sabia mais qual era o “plano” deles.

━ Que horror, não! É uma péssima idéia. ━ Poe se meteu na conversa.

Eles ficaram apontando uns aos outros, ninguém realmente tinha coragem para falar daquilo com Dostoyevsky, sabiam exatamente que tipo de reação ele teria.

━ Vocês não sabem fazer nada sem transformar em um problemão, Jesus. ━ Foram poucas as vezes que ele se manifestou naquele assunto.

━ Conta você então. ━ Osamu disse, revirando os olhos e encarando Ryunosuke.

━ Tudo bem. Pelo menos eu tenho essa coragem. ━ O mais novo respondeu, dando de ombros.

━ Olha lá o jeito que você vai falar isso, Akutagawa. Não vai contar isso de qualquer jeito, pelo amor de Deus. ━ Bram avisou. Sabia que o garoto era meio insensível as vezes.

━ Eu não sou um monstro sem coração. ━ Ele lançou um olhar de desaprovação, chocado que seus amigos realmente pensavam que ele não saberia como dar as más notícias.

━ Às vezes eu duvido um pouco disso… ━ Poe disse baixinho, mas ainda sim Akutagawa foi capaz de ouvir.

Entretanto, antes que falassem mais algo, ouviram uma voz conhecida se aproximando. Claro, Dostoyevsky e seus pais haviam chegado. Sua mãe sussurrou algo no ouvido do filho assim que viu os amigos dele, e então o rapaz assentiu, se afastando dos dois adultos.

━ Oi, gente. ━ O moreno disse, seu tom levemente animado enquanto se aproximava, mas então se deu conta de uma coisa.

Ele estava com saudade de seus amigos, óbvio. Mas estava dando falta de uma presença importante, a pessoa que mais queria ver. Nikolai não estava ali, ele prometeu que estaria, mas não estava. Não era acostumado a acreditar em promessas, mas de todas as que Gogol já o fez, ele nunca quebrou nenhuma, exceto essa.

Antes que alguém respondesse algo, sua feição se tornou mais séria, e ele não fez questão de tentar esconder seu incômodo.

━ Cadê o Nikolai? ━ Seu tom era um pouco frio, mais que o normal. Sinceramente, mal dormiu a noite na esperança de encontrá-lo, e agora ele não estava lá.

‣ Sin and Liberty.⠀ ♥︎⠀﹫ FyolaiOnde histórias criam vida. Descubra agora