POV Milo

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Senti lábios roçarem nos meus delicadamente. Abri meus olhos e me deparei com aquele ruivo gostoso que eu amava mais que tudo. Ele se afastou e sorriu para mim. Espreguicei deliciosamente. Como era bom ser acordado daquele jeito!

– Bom dia, Gelinho. – era assim que eu o chamava.

– Bom dia, mon ange. – ele respondeu de costas, mexendo no guarda-roupa.

Fiquei olhando para suas costas e então reparei que ele estava molhado. Mas o que tinha acontecido? Quantas horas eram? Peguei o relógio que ficava no criado ao lado da cama. Dez e meia? Já? Eu dormi demais! E o Patinho? Droga! Eu tinha prometido treinar com ele!

– Droga! Eu acordei muito tarde! Por que ninguém me acordou? – falei me levantando e procurando minhas roupas.

– Hyoga disse que tentou te acordar milhares de vezes. Mas você, com esse sono pesado, é impossível. – Camus falou sorrindo.

– Imagino o trabalho que ele deve ter tido. – falei rindo. – Mudando de assunto, por que está todo molhado?

– Hyoga estava meditando, perdeu o controle do cosmos e eu tive que enfrentar uma nevasca para acordá-lo.

– Como é? Hyoga meditando? Perdeu o controle do cosmos? – perguntei um tanto quanto surpreso. Aquilo era surreal demais para mim.

– Isso mesmo. Ele congelou toda a arena de treinamento. – Camus falava pacientemente, trocando de roupa.

– Isso não é do feitio dele. Não acha estranho?

– Eu perguntei para ele se tinha algo errado, mas ele se recusa a me contar. Disse que não é algo com o qual devo me preocupar.

– E você vai deixar por isso mesmo? Sério, Camyu, você tem que ser mais firme com esse moleque. – ralhei.

– Ser mais firme? Por quê? Está acontecendo algo que eu deveria saber? – ele me perguntou com olhos preocupados.

– Não exatamente. É só que você dá liberdade demais para ele. Ele é um adolescente, Camyu. Tem apenas 15 anos. Se você não ficar no pé, vai dar espaço para problemas!

– Milo, Hyoga é um cavaleiro. Ele sabe se cuidar muito bem sozinho. E além do mais, ele nunca me deu muito problema. Hyoga é maduro e se ele disse que eu não preciso me preocupar, então vou confiar nele.

Eu apenas suspirei. Ok. Eu tinha que admitir que Hyoga realmente era muito maduro para a idade que ele tinha, mas eu não atribuiria isso ao fato de ser cavaleiro. Eu conversava muito com os outros e ouvia o quanto os jovens da idade dele, mesmo sendo cavaleiros, aprontavam horrores. Depois de todas as batalhas, Saori decidiu que queria dar uma vida normal aos cavaleiros, na medida do possível. Como ela mesma ainda é menor de idade, sentou-se com o Shion e Dohko e decidiram o que seria melhor. Nessa história o resultado foi: Seiya seria “adotado” por Saga e Aiolos, Shiryu ficaria com Dohko e Shion, Ikki e Shun com Shaka e Mu, Hyoga comigo e com Camus e a própria Saori ficaria com Shura. A intenção era realmente deixar o ambiente o mais familiar possível. E pelo visto o resultado foi melhor que o esperado. Volta e meia me pegava conversando com os outros sobre como educar os meninos. Saga e Aiolos tinham sérios problemas com Seiya. Aquele lá nasceu comendo açúcar, de tão hiperativo que era. Aiolos passava mais a mão na cabeça, mas Saga era muito rígido. Não era incomum ver o garoto gemendo por aí depois de uma surra. Shiryu, por sua vez, era tranquilo. Calmo, centrado e bastante estudioso. O problema era quando ele resolvia juntar com Seiya. Ele acabava sendo castigado por conta das travessuras do outro. Shun era um doce de garoto. Nunca vi nem Shaka nem Mu reclamando do jovem, exceto quando ele dava crise de manha. Em contrapartida, Ikki era outro que dava enormes problemas. Ele não era “levado” como Seiya, mas era extremamente rebelde. Era outro que vivia de cara fechada e gemendo toda vez que sentava. Era até engraçado, já que ele tentava a todo custo passar a imagem de que já era homem, ver ele massageando a bunda como uma criança que acabara de levar umas palmadas. Shura me contava que Saori era muito tranquila, mas que era um pouco mais complicado lidar com ela, afinal, era uma garota. Todo mês vinha aquela bendita TPM e ela acabava por fazer uma mau criação ou outra. Isso quando Shura não tinha que lhe chamar a atenção por conta de dietas exageradas, roupas muito chamativas, hora de voltar para casa, etc.

Aprendendo a ser paiOnde histórias criam vida. Descubra agora