Capítulo 8

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Pete

O portão se abre e um homem atencioso me recepciona.Sou direcionado até uma área toda envidraçada, que suponho ser a recepção.Quando as portas de vidro se abrem, dou de cara com um moreno sorridente, que só posso imaginar que seja a famosa Porsche.Numa situação normal, eu sorriria e teria muito que conversar, mas eu só quero encontrar Vegas.

Eu preciso dele.

— Pete, meu nome é ...
— Porsche.
— Sim — ele concorda, sorrindo.
— Eu já chamei Vegas, ok?! Ele está vindo. Você aceita algo? Um café, uma água?

Estou a ponto de recusar, quando eu o vejo.
Vejo surpresa cruzar seu olhar.Quem pode culpá-lo, mas apesar da surpresa, posso ver que ele está feliz.Alívio preenche meu coração e quando dou por mim, estou correndo em sua direção.Nem penso, quão estranho isso possa parecer.Eu simplesmente preciso disso.

Dele!

Toda tensão, todo medo das últimas horas vêm à tona com tudo.Não consigo mais segurar.Eu choro em seus braços.

— O que houve, Pete? Me diga? — pergunta, mas não consigo sequer falar uma palavra.

Respire, Pete.Fecho os olhos, tentando deixar o ar entrar e sair, devagar.

— Eu... eu preciso da sua ajuda, Vegas— digo, entre soluços.

— Eu vou te ajudar, moreno— diz, afastando meu cabelo, que a esta altura está grudado no rosto molhado. — Mas você precisa me falar, o que te trouxe aqui, o que aconteceu no Brasil?

Porsche me oferece um copo de água com açúcar, que eu aceito.Minhas mãos tremem, e levo o copo aos lábios com cuidado.Deus, que situação.

— Por mais que eu esteja puto de felicidade de te ver aqui, eu preciso saber o que houve. O que te fez viajar mais de 18 mil quilômetros, assim, do nada?

Entrego o copo vazio para a Porsche e então começo a contar tudo para eles.Absolutamente, tudo.Sinto o olhar de Vegas sobre mim, mas ele apenas escuta, me deixando falar.Conto como tudo começou, de como descobri sobre as tatuagens idênticas, as pulseiras do BDSM, até o encontro com a Celeste no último sábado.Quando chega a hora de contar sobre o que ocorreu no apartamento, começo a tremer.
Vegas segura minhas mãos, me dando forças para continuar meu relato.

Não estou mais sozinho.

— Nós estávamos conversando. Big,tinha pedido uma pizza, e quando terminei de contar sobre a conversa com Celeste, ele ficou transtornado.
Me pediu para pegar a cópia do inquérito na minha bolsa, enquanto ele continuava alguma pesquisa no notebook. A campainha tocou e ele deve ter achado que era a pizza — narro, tremendo. — Eu também achei que fosse... Até que eu ouvi o disparo. — Fecho os olhos e aperto mais forte a mão de Vegas.

Você está seguro.

— Quando eu escutei o tiro, eu... só pensei em me esconder.

— Você fez bem, moreno — Vegas retruca e não posso deixar de olhar para ele.

Ele não me julga, parece compreender.

— Eu me escondi embaixo da cama, e então eu os vi, apenas os sapatos. Um deles entrou no quarto onde eu estava, enquanto os outros, andaram pelo apartamento. Eles... estavam me procurando.

— Como você sabe que estavam atrás de você?

Pergunta o homem alto, que está ao lado de Porsche e suponho que seja Kinn.

— O que estava no corredor gritou que o viadinho não estava —relembro. — E o que estava no quarto, onde eu estava escondido, disse para pegarem o notebook e que...

Destemido: VegasPete (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora