Destemido: VegasPete (Finalizada)

Capítulo 17

Pete

Acordei pouco depois das sete e meia, cedo, se considerar que demorei a pegar no sono e despertei várias vezes na madrugada. Felizmente, não foram os pesadelos, mas sim, sonhos molhados com meu mestre.

- Bom dia, Jeff - cumprimento, encontrando-o na cozinha, olhando para o forno. - Não me diga que está fazendo mais alguma delícia a esta hora da manhã?Ele sorri e puxa uma assadeira com cookies quentinhos.

- Pelo amor de Deus!!

- Eu acordei cedo - diz, dando de ombros.

Vegas e Allan entram neste exato momento, totalmente suados, com uma toalha de mão em volta do pescoço.Até tento resistir, mas falho miseravelmente.Meus olhos têm vida própria e seguem na direção do peito tatuado, com seus gominhos e a trilha de pelos que leva ao paraíso.
Olho para Jeff e ele parece sofrer do mesmo problema, já que fica vermelho como um pimentão, mas seu olhar está fixo em Allan.

Enquanto Vegas toma banho, aproveito para ver a propriedade à luz do dia.Como eu já imaginava, a vista é maravilhosa.Situada no alto de uma colina, da varanda é possível ver as plantações de arroz cobrindo uma grande extensão da propriedade num mar de verde.Eu poderia ficar aqui vários dias, tranquilamente. A temperatura é gostosa, aquele ar do interior, a companhia boa, mas não estou de férias, temos uma missão.Como que adivinhando o rumo dos meus pensamentos, Vegas chega, já trocado, e sei que é hora de partirmos.Mesmo tendo conhecido Jeff na noite anterior, sinto um aperto no peito ao me despedir.

- Fique bem! - digo e o abraço, surpreendendo-o.

- Você também, Pete , e boa sorte na sua investigação.

- Espero poder revê-lo antes de voltar para o Brasil.

- Conto com isso - concorda, com um sorriso sincero.

Despeço-me de Allan e observo a interação dele com Vegas.

- A, fique seguro, irmão. Qualquer coisa, me liga. Falei com Yannik ontem e ele e Seven podem vir até aqui, se precisar.

- Vou ficar bem, Vegas. Veja se consegue algo com seus contatos. Se cuidem lá. Espero que encontrem as respostas que procuram.Pegamos a estrada e tento controlar minha ansiedade.

- Devemos chegar a Seul próximo do meio-dia - Vegas diz, apoiando a mão sobre minha coxa.

- Vamos direto para a casa dos seus pais?

- Não, vamos deixar nossas coisas no hotel, tomar um banho e então vamos.

- Parece um bom plano.

- Muitos planos para você, moreno.

- Você adora me provocar, né? - digo com um sorriso no rosto. - Agora vou ficar curioso.

- Isso se chama construir expectativa - retruca, dando uma piscadinha.

- Bem, parabéns, você conseguiu - rebato, desviando o olhar e focando na paisagem à minha volta.

Quem sabe, isso me distraia do homem ao meu lado.Todo este tesão acumulado está me deixando louco.

- Uau, aquilo é um castelo? - pergunto, apontando para o alto da colina.

- Sim, há muitos nesta região. Alguns estão superconservados e recebem visitantes, outros são apenas ruínas.

- Eu já tinha ficado impressionado com o rio, que é lindo demais - digo, porque ainda não superei o fato de a rodovia ser beirando o mar.

- Agora, ainda há castelos para completar. Parece que estou no cenário de um filme - brinco.Conforme nos aproximamos do destino, a paisagem muda, sai o verde em abundância, e surge o grande centro urbano, com seus arranha-céus, pontes e toda infraestrutura de uma grande cidade.