03. Alexandra Rhee

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𝐏.𝐎.𝐕. 𝐉𝐮𝐧𝐢𝐩𝐞𝐫 𝐃𝐞𝐜𝐤𝐞𝐫

 𝐉𝐮𝐧𝐢𝐩𝐞𝐫 𝐃𝐞𝐜𝐤𝐞𝐫

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UMA SEMANA DEPOIS



— Nate, não vai funcionar se você não ficar quieto - falei parando pela terceira vez.

— Eu poderia, mas eu gosto de irritar os outros.

— Conta outra, você grita que nem uma mulher toda vez que eu passo a agulha.

Nate fez cara feia e enfiou o punho na boca, então começou a dar tapas na mesa assim que eu joguei vodka por cima de seu braço ferido.

Nós estávamos em uma nova casa, em um lugar bem longe daquele que nos encontramos. Tivemos que sair da última casa pois um grupo grande dos doentes estava de passagem, então decidimos não arriscar. Chegamos em um bairro silencioso com casas chiques então entramos em uma das casas. Não tivemos tempo de checar pois eu descobri de última hora o corte feito por vidro quebrado no antebraço de Nate.

Finalmente eu dei a última passada de agulha e cortei a linha, fechando seu machucado e limpando o sangue em volta. Terminei enfaixando o braço e o pedi para fechar e abrir a mão, que ele conseguiu sem reclamar. Ao começar a guardar tudo de volta na caixa que usávamos para primeiros socorros, eu ergui a cabeça e encontrei Nate me encarando.

— O que? - perguntei com as orelhas ardendo, provavelmente vermelhas.

— Você faz careta concentrada.

Eu franzi os lábios para esconder o sorriso então comecei a guardar tudo em uma caixa.

— Você é estrangeira? - ele perguntou novamente apoiando a cabeça no braço bom. — Eu já vi algumas pessoas ruivas, e naturais, mas não tem muita gente assim nos Estados Unidos.

— Bem, você veio do Texas, deve ser porque é o estado mais desprovido de etnias.

Ele chutou a cadeira em que eu estava sentada e eu dei uma pequena risada.

— Estou brincando - eu o tranquilizei fechando a caixa. — Eu sou descendente de irlandeses, e sou quase fluente.

— Eu duvido que você fale irlandês, é quase tão impossível quanto russo.

— Não é impossível quando você já aprende o alfabeto desde criança, mas eu me viro um pouco no alemão também.

Nate levantou suas sobrancelhas.

— É mentira.

— Não é não.

— É claro que é, quantos anos você tem? É impossível você falar irlandês e alemão - ele balançou sua cabeça em descrença, então estalou os dedos. — Já sei, você é um robô disfarçado.

Nathiper ⸺ Nate WheelerOnde histórias criam vida. Descubra agora