𝐏.𝐎.𝐕. 𝐉𝐮𝐧𝐢𝐩𝐞𝐫 𝐃𝐞𝐜𝐤𝐞𝐫
TRÊS MESES DEPOIS
Eu peguei a primeira garrafa de vodka que eu encontrei e tomei um longo gole, em seguida coloquei um pano na boca e derramei um pouco da bebida em minha mão direita — tentando não gritar tão alto mesmo com o pano na boca.
Agora era isso. Primeiro eu quebrei a perna esquerda, e agora uma faca atravessa a minha mão. Que sorte que estava tendo.
Recentemente eu encontrei um abrigo com vários suprimentos, mas não verifiquei se havia alguém dentro devido a pressa de pegar tudo. Quase fui morta por um tiro de espingarda na cabeça, então me envolvi em uma briga com o homem velho que morava no abrigo. A minha própria faca acabou empalando minha mão direita na parede enquanto o velho procurava sua espingarda. Por sorte — ou descuido —, deixei a porta do abrigo aberta e um doente nos encontrou, pegou o velho enquanto ele estava de costas. Eu consegui fugir tirando a faca que me prendia na parede, mas sai de lá com uma bolsa com menos da metade de comidas e um rasgo no meio da palma.
Encontrei um bar de estrada e verifiquei se havia alguém, me alegrei por estar sozinha então tratei de cuidar do meu ferimento com as recomendações que tive com os últimos sobreviventes que encontrei.
Com as mãos trêmulas e o cabelo grudando em meu rosto molhado com lágrimas de dor, eu enfaixei minha mão duas vezes e tentei recolher os dedos, sem sucesso pois ainda estavam doloridos também. Tirei o pano da boca e o joguei no chão, pois estava inutilizável agora, então busquei por água em minha mochila e tomei o último gole.
Com a mão boa tirei os fios de meu rosto e consegui amarrar meu cabelo em um rabo de cavalo torto. Coloquei a mochila nas costas e comecei a vasculhar a adega do bar — e como o esperado, só havia garrafas e mais garrafas de bebida alcoólica.
Sai do bar e conferi o relógio de pulso: cinco da tarde. Logo o sol iria se por e eu não tinha nenhum abrigo, então me pus a andar pela estrada deserta em busca de algum lugar.
DUAS HORAS MAIS TARDE
Terminei de vasculhar a casa que encontrei mas deixei o sótão de fora, afinal não ouvi barulho algum. Tranquei a porta da frente e as janelas do primeiro andar, então ascendi uma vela que eu trazia comigo e comecei a procurar por suprimentos.
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Nathiper ⸺ Nate Wheeler
Novela JuvenilEm uma cidade tranquila, Juníper, uma adolescente comum, vive com sua mãe policial e seu irmão mais novo. Tudo muda drasticamente quando um vírus mortal se espalha rapidamente, transformando pessoas comuns em mortos-vivos sedentos por carne humana. ...