Em uma cidade tranquila, Juníper, uma adolescente comum, vive com sua mãe policial e seu irmão mais novo. Tudo muda drasticamente quando um vírus mortal se espalha rapidamente, transformando pessoas comuns em mortos-vivos sedentos por carne humana.
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DOIS DIAS DEPOIS
Ficamos andando pela estrada por horas seguidas em baixo do sol, não tínhamos mais gelo para por no tornozelo de Alex então nossas caminhadas eram mais lentas. Mesmo com Alex negando, eu a levei nas costas várias vezes para não cansar seu tornozelo, intercalando a garota entre Nate e eu.
Nossos mantimentos estavam acabando com meses de estrada, a comida ainda tinha uma lata de feijões, mas a última gota de água se foi horas atrás. Sem isso não iriamos durar uma semana.
Caminhamos tanto que meus pés estavam em um forno dentro de meus tênis, Alex sabia se guiar pelo sol e palpitou serem uma da tarde. Só hoje tivemos entre três e quatro horas de caminhada sem parar, apenas seguindo as placas de direção pela estrada. Estávamos em Chattanooga.
Notei a respiração de Alex em minhas costas e meus braços estavam quase dormentes, mas na mesma hora que eu iria pedir para pararmos vimos uma loja a nossa frente. Conforme mais fomos andando começamos a ver mais lojas de variados produtos. Dois doentes vieram na nossa direção mas Nate — com a ajuda de Rue — cuidou de mata-los, deixei Alex sentada na terra ao lado da estrada e chequei seu tornozelo. O lado bom é que não estava mais inchado, e o lado ruim é que quando toquei ela soltou um gemido de dor.
— Está latejando? - perguntei, e a garota assentiu.
— Algo errado? - perguntou Nate, e eu assenti.
— Ainda está ruim, Alex disse que está latejando.
— Pega a minha bolsa, eu carrego ela.
— Eu sei andar! - exclamou a garota, fazendo ambos olharmos para ela. Alex suspirou e falou em um tom mais calmo. — Olhem, eu sei que vocês querem me ajudar mas eu aguento, não sou tão fraca quanto parece.
— Sabemos - falei. — Mas é pro seu bem, se você se esforçar seu tornozelo pode se abrir e você pode perder o pé.
Eu estava exagerando, mas isso fez Alex considerar a questão.
— Descansem - ela disse. — Quando eu precisar muito eu digo.
Ambos assentimos, então voltamos a andar pelas lojas.
— É um lugarzinho bem pacato, não? - disse Alex.
— Realmente, a gente deve estar um pouco longe da cidade - respondeu Nate.
Chattanooga era um lugar bonito e cercado por água, mas aquela não era a cidade central de Chattanooga, era mais uma "vila".
— Acham que pode ter alguma coisa por aqui? - perguntei.
