---
"Eu era uma criança, não precisava ser forte, precisava ser protegida."
Onde você está? Onde está? Ah, não me assuste desse jeito, querido leitor. Você sumiu por bastante tempo. Agora, que tal uma estória?
Vanessa encarava Eloise, esperando por uma resposta, enquanto Romênia escondia o rosto em seu pescoço.
— Vamos, eu ainda espero uma resposta, mocinha — disse ela em um tom sério. Eloise mordia o lábio nervosa, enquanto olhava para os lados, à procura de uma saída.
— Eu só me defendi — ela disse em uma voz estridente.
— Claro que se defendeu, querida — disse Theodore, tentando encerrar a situação. Ele sabia da verdade e sabia que a menina não confessaria. — Vamos entrar, está na hora da cerimônia — ele falou, levantando-se.
Caro leitor, aqui observamos que, apesar do comportamento de Eloise e de toda a confusão, parece que nada de grave aconteceu a ela. E tanto eu quanto você nos perguntamos agora: por que? Afinal, ela merece ser punida pelo que fez, mas deixe-me lembrar-lhe, amado leitor, que a justiça não tarda.
Ele foi à frente guiando os outros. Vanessa olhava seriamente para Eloise e para Edmundo, que apenas balançou a cabeça em sinal negativo. Ela sabia que estava encrencada.
Todos estavam na biblioteca, especificamente no centro dela. Era um lugar amplo, mas pouco iluminado porque as cortinas estavam fechadas. Era repleta de várias estantes cobertas de livros e tinha cores opacas, como marrom, vermelho e dourado. Romênia estava sentada no centro, enquanto seu avô segurava uma tigela acima de sua cabeça.
— Romênia — ele a chamou de forma séria —, você, como herdeira legítima da linhagem, receberá os brincos da herança. Você tem consciência das suas origens e tradições?
— Sim, senhor — ela respondeu de cabeça baixa.
— Agora você os receberá como uma cerimônia — ele molhou sua cabeça com uma mistura de ervas e logo ela levantou a cabeça, olhando diretamente em seus olhos. Theodore não pôde deixar de ver o grande significado por trás daqueles olhos. Ele apenas engoliu em seco enquanto prosseguia com a cerimônia. Ele furou suas orelhas com uma agulha enquanto ela o encarava. Ela não emitiu um som sequer. Ele beijou seu rosto dos dois lados e na testa. Edmundo repetiu o gesto, marcando o fim da cerimônia.
— Bem-vinda à família, querida — disse seu avô, enquanto seus pais e tios vinham abraçá-la. Naquele momento, Romênia sentiu seu coração esquentar; ela fazia parte de algo agora.
A noite caiu e todos foram para seus devidos quartos. Vanessa guiava Romênia pela mão até seu quarto. Ela esfregava os olhinhos enquanto bocejava. Vanessa a colocou no berço e se virou para ligar o abajur, mas a menina puxou sua blusa, fazendo-a parar.
— O que houve? — ela perguntou em um tom divertido. — Está com medo?
Ela disse, escondendo um pouco da sua preocupação. Romênia negou com a cabeça, escondendo o rosto no vale dos seus seios e a olhando com aqueles grandes olhos. Vanessa sabia o que ela queria. Ela sentia seu coração acelerar um pouco, receosa. Ela realmente deveria continuar com aquilo? Pensava nisso quando sentiu algo molhado no seu peito.
Era seu leite escorrendo. Ela tomou aquilo como uma confirmação, tirando a criança do berço em silêncio e seguindo para a poltrona no canto do quarto. Ela deslizou a alça do sutiã para baixo, começando a cantarolar uma canção. Romênia nem hesitou e abocanhou seu seio em segundos.
Ela encarava a mulher à sua frente com um ar sonolento, enrolando seu cabelo nos pequenos dedos. Ali, o pequeno anjo dormiu pensando no quanto o coração daquela mulher batia alto. Talvez as mães das embalagens de shampoo fossem assim,quentinhas e doces ela não sabia dizer, mas se sentiu em paz assim adormecendo.Querido leitor você sempre será meu se assim desejar, basta me chamar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
pequena solidão
ChickLitRomênia é uma garotinha doce e bastante esperta, e com a companhia do seu lobo fantasma viverá uma nova vida