"Ao menos nos meus sonhos, eu tinha seu amor... mamãe."
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Querido leitor, não se lamente por dores que não são suas. Afinal, você não precisa disso. Venha, acomode-se, já é hora da história.Ponto de Vista: Edmundo e Vanessa
Na noite anterior
O que era aquilo? Vanessa estava curiosa e, ao mesmo tempo, nervosa. Afinal, a polícia de outro país ligar para seu marido no meio da madrugada não poderia ser algo bom. Edmundo estava pálido; ele sentou com as mãos no rosto.
— Edmundo, você está me deixando preocupada.
— Eu... eu tenho uma filha — ele falou em um sussurro.
— O quê?
— Eu tenho uma filha.
Vanessa se afastou, as mãos no cabelo.
— Você me traiu? Quando? Onde?
— Acalme-se, vou explicar.
Apesar de furiosa, Vanessa era racional e resolveu escutar o marido.
— Você se lembra quando brigamos porque você tinha dormido com outra pessoa?
— Mas já não tínhamos esclarecido isso, Ed?
— Sim, mas você disse que, como compensação, eu também poderia dormir com outra mulher.
— Mas você disse que isso era ridículo e que eu estava louca.
— Naquele momento, sim. Mas então eu fiz uma viagem à França a trabalho. Em um bar, eu a vi. Ela era linda, e eu estava bêbado e com raiva, queria me vingar de você. Eu dormi com ela, e no outro dia, descobri que ela era a CEO da empresa com a qual estávamos fechando um acordo de parceria. Depois disso, saímos mais algumas vezes, mas não aconteceu mais nada. Ela era bastante simpática e tinha uma visão de negócios excepcional para a empresa, mas eu nunca imaginei que ela ficaria grávida. Ela também nunca me disse nada. Como eu saberia?
— Seu desgraçado! Você disse que nunca fez isso, que nunca se deitou com outra mulher.
Ela começou a esbofeteá-lo. Ele a segurou e olhou em seus olhos.
— Foi você que permitiu isso, então pare de escândalos — ele disse, soltando-a.
— Mas o que diremos às meninas?
— Diremos a verdade, Vanessa. Elas são grandes o suficiente para saber que não existe casamento perfeito.
— Mas Elouise só tem 12 anos, Ed.
— Eu tinha 8 quando peguei meu pai com a secretária, e nem por isso morri. Elas saberão da verdade.
— Está bem, mas vamos ser cuidadosos com nossas palavras, tudo bem?
— Sim, querida — ele disse, abraçando-a. — Me desculpe. Não esperava que isso acontecesse. Isso só aconteceu por minha causa. Me desculpe também. Você poderá conviver com ela? Digo, ela fará parte da família.
— Eu realmente não sei, Ed, mas ela é apenas uma criança no final de tudo. Não tem culpa.
Dia do Encontro
A partir do momento que coloquei meus olhos nela, naqueles olhos, eu sabia que ela era minha filha. Apesar da nossa linhagem ser conhecida pelos olhos violetas, nenhuma das minhas filhas nasceu com eles. Elouise tem olhos verdes, e Dafine também, assim como sua mãe. Já Ellie tem os olhos azuis como seu avô George, pai de sua mãe. Mas imagine minha felicidade ao olhar nos olhos daquela garotinha que, até ontem, eu nem sabia da existência. Eu sequer a conheço, mas já a amo.
Vanessa:
Eu estava ciente da admiração de Ed por aquela garotinha desde que ela entrou na sala. Ele nunca escondeu o orgulho pela cor dos olhos da família, que foi passada de geração em geração. Mas, infelizmente, nenhuma das meninas nasceu com eles. Ele nunca reclamou ou disse algo sobre, mas eu sabia de sua pequena decepção por elas não terem seus olhos. Ao ver os olhos da garota e olhar para ele, eu não poderia negar. Ele estava radiante. A menina tinha tudo fora do normal. Eu nunca tinha visto alguém de cabelo azul sem ser pintado, nem sabia que alguém podia nascer com essa coloração. Mas ali estava ela, mostrando que é possível, sim. Só me preocupo com as reações delas.
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pequena solidão
ChickLitRomênia é uma garotinha doce e bastante esperta, e com a companhia do seu lobo fantasma viverá uma nova vida