acolhimento

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"O amor deveria doer assim?"

Querido leitor, quanto tempo você não vem aqui? Tome uma xícara de leite com mel e vamos embarcar na história.

O quarto era enorme, revestido de rosa pastel com dourado. Tinha uma janela igualmente grande que permitia ver a neve lá fora, um grande berço de madeira, uma estante com muitos livros infantis, um carpete, um tapete felpudo cinza, bonecas, bichinhos de pelúcia, blocos e giz de cera. Eram muitas coisas, e Romênia ficou encantada. Apesar de sua mãe ter muito dinheiro, ela queria, de alguma forma, punir a criança, e por isso Romênia não podia ter as coisas de crianças comuns.

Ela entrou no quarto com os olhos brilhando enquanto admirava cada detalhe.

— Esse quarto é meu? — perguntou Romênia, com esperança.

— Sim, verdade — confirmou Edmundo, sorrindo. — Você gostou?

— Gostei, realmente gostei — respondeu Romênia, com os olhos brilhando. — É tudo tão lindo e legal. Obrigada, papai — disse ela, enquanto olhava para ele.

Seu pai estava encantado com sua reação.

— Que bom que gostou. — Ele queria abraçá-la, mas decidiu respeitar seu tempo. — E obrigada, senhora Vanessa — disse Romênia, timidamente, enquanto voltava para seus brinquedos.

Os adultos se entreolharam. Avaliando a situação, querido leitor, notamos que, devido à privação emocional por parte de sua mãe, Romênia estava sempre em busca de uma substituta para ser sua nova figura materna. Sentindo-se contida e tímida perto de figuras femininas, ela sentia a necessidade de abraçá-las para receber carinho, o que a fazia reter suas verdadeiras emoções para não aborrecer quem ela só queria agradar.

— Acho que deveríamos avisar aos meus pais — Edmundo comentou.

— Por que diz isso, Ed? — perguntou Vanessa.

— Papai ficará feliz por ver a linhagem continuar. Vou telefonar agora mesmo — disse Edmundo, com um grande sorriso, enquanto descia para seu escritório.

Vanessa observou atentamente, esperando por essa reação. Ela então voltou seu olhar para a garotinha que agora brincava com os blocos de madeira. A menina tinha uma mancha amarelada ao redor do olho direito, como se tivesse se machucado e a ferida começasse a cicatrizar. O que teria causado esse machucado? Vanessa se questionava. Eram muitas perguntas e poucas respostas.

— Não quer tirar o casaco, querida? Parece que está com calor — falou Vanessa.

Romênia então foi até ela para que ajudasse a tirar o casaco. Não que precisasse, mas se submeter era tentador diante de toda aquela situação. Romênia realmente se sentia pequena diante daquela linda mulher.

— Pensando melhor, não gostaria de tomar um banho quentinho? Você está bastante suada — disse Vanessa, de forma leve, querendo ser uma boa anfitriã. Veja, caro leitor, Vanessa não é má; ela apenas não sabe lidar com a situação, ficando de mãos atadas.

— Venha, acho que tenho umas roupas guardadas de quando Eloise tinha sua idade — ela disse, guiando a garotinha pela mão até o quarto de Eloise.

Pov: Quarto de Eloise

— Eu realmente não gostei daquela garota. Tipo, por que papai está tão feliz? Ela é uma fedelha que ele nem sabia da existência, e agora ela aparece do nada. Essa história é muito esquisita, igual a ela — Eloise comentou, enquanto sorria e falava suas opiniões nada bondosas sobre a nova irmã.

— Ela pode enganar o papai, a Dafine e até a mamãe, mas não me engana. Ela está é de olho na herança. Você acha que essa garota ia surgir do nada em uma família rica como a nossa? — Ellie falou tediosamente, enquanto jogava uma bola contra a parede do quarto.

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