o outro lado do paraíso

capítulo dez

- um suco de maracujá, por favor.- pedi ao barman que arqueou as sobrancelhas me olhando fixamente.

- quem vem a um bar e pede suco de maracujá?.- dei de ombros observando o cardápio de drinks.

- acho que eu sou a pessoa que pede suco de maracujá em um bar podendo me acabar me álcool, mas prefiro o suco.

- está devastado cara, tome essa bebida, é de maracujá e um agrado por conta da casa.- despejou o líquido amarelado no copo a minha frente.- aproveite!.

Dei a primeira golada sentido o gosto amargo, mas adocicado no final., levantei o copo agradecendo ao barman que sorriu.

- cara?, o que está fazendo aqui, lembrei de ter te deixado na casa dos seus pais.- me virei encontrando Harry me olhar assustado.

- fui expulso de casa.... deserdado da família jauregui, ainda não tenho lugar para ficar, estava rondando a cidade e bom....estou aqui, onde está Patrícia?.- ele sentou ao meu lado.

- você deveria ter me ligado!, somos irmãos cara, Patrícia não se importaria de acolher você em nossa casa.- neguei tomando mais um gole da bebida.- Paty foi ao banheiro, vim pegar duas cervejas, se junte a nós Lawrence.

- de verdade Harry.... obrigado, mas....curta sua noite ao lado da sua mulher, vocês precisam desse tempo sozinhos prometo que irei procurá-lo se estiver precisando de algo.- voltei a prestar atenção em minha bebida.

O bar ficava próximo a uma ponte, ao atravessar a rua já estava quase de frente para água.

Ficamos conversando por bastante tempo, Patrícia demorou para acha-lo mas ficou surpresa ao me ver.

- irei ao banheiro hazz...- me levantei, um vulto passou ao meu lado me empurrando para o lado.- porra!, quase me leva junto.

Harry riu abraçando sua esposa, a luz refletiu pelo chão do bar iluminando um pingente de coração prateado, me abaixei para pegar a Jóia olhando em direção a saída.

Poderia ser da garota que passou ao meu lado.

Em passos largos fui até a saída, avistando a garota com outra mulher ao seu lado, corri até ela tocando em seu ombro gentilmente.

- Oi...eu acho que iss.....

- Lawrence!?.- Camila exclamou assustada.

Assustado, dei alguns passos para trás.

- você!, está seguindo a Camila?.- Dinah...esse era o nome de sua amiga.- eu soube o que aconteceu hoje mais cedo, não ouse chegar perto dela novamente!.

- e-eu.... isso caiu e eu quis devolver, não sabia que era você. Camila....- observei a mulher que estava linda.

- não pode se aproximar dela.- Dinah voltou a falar.

- eu sei.... preciso manter uma distância de quinhentos metros, posso me aproximar apenas para devolver o colar?.

- olha aqui, eu não nasci ontem, só de você ter tocado em Camila com suas mãos imundas você deveria levar uma boa surra e voltar para a cadeia!.- rosnou.

- boa noite, polícial Jhony, algum problema aqui?.- o policial se aproximou alheio ao assunto.

- esse homem está sendo importuno.- Jane apontou o dedo para mim, meu coração acelerou, Camila não diria nada?.

- oh sim.... Lawrence jauregui, que tal me acompanhar a delegacia senhor.

- Camila!, não dirá nada?, eu só queria entregar o seu colar que havia caído senhor.- mostrei a jóia, ele a analisou antes de tomar de minhas mãos.

- ele está falando a verdade senhor Jhony, o deixe ir embora.- pela primeira vez Camila se pronunciou, ela me olhou desviando o olhar em seguida.

- se é assim.... aqui está o colar senhorita, tenha uma boa noite.- Jhony entregou o colar a Camila, e foi para sua viatura que estava do outro lado da rua.

- eu deveria mata-lo!, ficaria feliz em te ver no fim do poço.- Dinah se aproximou vagarosamente.- cuidado na estrada, vai que aconteça um acidente fatal.- deu de ombros.- vamos Camila.

Camila a seguiu sem me olhar, com os lábios trêmulos, olhei para o céu segurando o choro, sentia meus olhos encherem d'água.

O resto daquela noite não poderia ter sido pior, no mundo eu estaria sozinho.

Assumo meus erros e digo que errei, morrer seria uma boa opção, a população não ligaria de perder um ser humano, eu sou um monstro para o mundo.

• Camila cabello

- você precisa se acalmar Dinah!, está tudo bem, eu estou inteira e viva.- tentei acalmar a mulher que bebia descontroladamente inúmeros copos de tequila.- tem oficiais me rondando dinah, ele nunca mais fará nada comigo.

- não fará mais...ele já fez Camila, o momento em que ele te abusou sexualmente e verbalmente, ele já fez o que tinha que fazer!.

- me fazer ficar voltando ao passado não vai me fazer ir para frente Dinah, entenda isso, não quer dizer que eu esqueci das coisas que ele fez mas isso já passou, faz anos, eu estou bem e sei me cuidar sozinha, ele está mudado, não tocará em mim novamente.

- pra você é tão fácil falar Camila, eu te vi naquela cama a beira da morte por causa daquele desgraçado!.

- eu presenciei tudo, eu senti tudo Jane!, você apenas me viu naquela cama de hospital, não era você que estava suja e sim eu, se eu não estou preocupada com isso por quais motivos você irá ficar?.

A mulher soltou uma respiração pesada, dinah maneou a cabeça para o lado virando mais uma dose de coragem.

- tudo bem...me desculpe por isso mas eu me preocupo com você Camila, caso ele faça alguma coisa me ligue ou não tarde em ligar para a polícia, tudo bem?.

- como quiser, Lawrence parece mudado, quando nos vimos eu vi o olhar dele, ele parecia....o mesmo de antes , aquele Lawrence que você conheceu.

- as aparências enganam Camila, ele pode ter colocado alguma meta na vida dele, ter amadurecido, mas isso não muda o passado.

Suspirei virando uma dose de tequila.

- de qualquer jeito, teremos que manter contato, Lawrence tem duas contas a ser autorizada por mim, e vamos precisar conversar, mas está tudo bem, ele não tentará nada, vamos lhe proporcionar um pouco de confiança.

- queria ter o seu coração Camila, é muito boa para quem não presta.

Dei de ombros observando o copo vazio, as vezes não é ter um coração bom, e sim a quem eu estou dando oportunidade, Lawrence parece ter mudado e eu queria acreditar nisso.