Não confie na garota...

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Olivia...

Já faz um tempo desde o início da conclave e cada minuto que passa me sinto mais ansiosa. Inclusive toda vez que vejo uma movimentação do lado de fora, mesmo que em sua maioria fosse apenas o vento mexendo as folhas das árvores.

Cliff havia passado uma lista enorme de afazeres. Embora eu saiba que não era só para mim, era difícil não sentir que ele queria me manter ocupada para evitar que eu tentasse entrar de penetra na Conclave.

Era uma ideia que, de fato, passava pela minha cabeça desde o dia de ontem. Se não fosse pelo fato de ter que lidar com a organização e limpeza dos nossos suprimentos médicos, eu já teria o feito. Ao menos, posso ficar aliviada ao constatar que temos o suficiente para as emergências que podem vir a surgir.

Thomas permanecia sendo um enigma para mim, ele me é tão familiar, mas ao mesmo tempo não. E embora tenha pensado em falar com ele ontem, ainda não tenho encontrado a coragem necessária. Afinal, ele sobrevivera a uma noite no labirinto e ainda enfrentara um Verdugo. Era motivo suficiente para despertar minha curiosidade, se não fosse também motivo para temer o que mais poderia acontecer na Conclave.

Tenho medo do que pode estar acontecendo lá. Após limpar e organizar os suprimentos e fazer alguns atendimentos básicos, começo a subir as escadas para o segundo andar determinada a ajudar com os demais socorristas.

Mas paro ao ouvir meu nome. Olho ao redor e mesmo antes de aceitar o fato, sei que estou sozinha.

Completamente sozinha.

"Olivia?" - a voz retorna

Sinto minha pele gelar, meus pelos do braço enrijece, mas respiro fundo.

A voz vem da minha cabeça, mas não é minha voz.

"Olivia, não temos muito tempo"

Tento projetar a própria voz da minha cabeça de encontro a esta invasora.

"Quem é você?"

Nada. Não tenho resposta por um minuto, e ao decidir subir mais um degrau da escada ela vem, em tom de obviedade e surpresa.

"Teresa, meu nome é Teresa. Nós nos conhecemos, Oli, você se lembra?"

"Não. Oque você quer?" - questiono

Sinto uma pontada na cabeça, uma dor vinda como se fosse atrás dos olhos. Como se o esforço de falar com a voz na minha cabeça consumisse todos os meus neurônios.

"Não temos muito tempo. Nossa missão irá começar. A próxima fase irá começar"

" Do quê você está falando?" - questiono confusa

Fico a espera da sua resposta, mesmo sentindo minha visão escurecer pelo esforço, mas ela não vem.
Em contrapartida, um ruivo alto de nome Jack desde as escadas e estanca com as sobrancelhas franzidas ao me ver.

— Olivia?

— Sim. — respondo de imediato

Tento focar no garoto à minha frente e não nos pontos pretos que rondam na minha visão.

Mazer Runner - See you againOnde histórias criam vida. Descubra agora