Caramba, é tão ruim acordar de ressaca que eu nem imaginava... Ainda estou exausto e só são apenas 7 da manhã, eu perdi o sono mas não vou sair do quarto agora para não correr o risco de encontrar o idiota do meu pai. Vou acabar indo no banheiro do meu quarto mesmo, tomar banho de água fria para tentar melhorar pelo menos um pouco.
olhando-se no espelho percebe-se o tanto de olheiras que estou, nem consegui dormir direito tanto que meus olhos parecem estar pesados.
Sentir a água fria cair do chuveiro gota por gota, é a única coisa que pode me acalmar nesse momento sem graça, chega a dar vontade de cair no sono no banho mesmo.
Acho que vou olhar minhas redes sociais para ver de tem algo de interessante, mesmo percebendo que estou perdendo o interesse pela internet aos poucos, ultimamente eu quero mais fazer coisas que eu nunca fiz, para ficar um pouco longe de casa e do idiota do meu pai. Esses tweets parecem ser bem legais, debates sobre coisas sobrenaturais, esse perfil é mais voltado para um nicho de surrealismo, é tanto que interessante para mim pois fico me questionando de diversas coisas até ter uma crise existencial.
Já estava demorando para começar o meu belo dia de sorte, meu celular está descarregando e eu deixei meu carregador ontem na sala de estar, querendo ou não eu terei que sair do meu quarto e correr o risco de bater bem de frente com o idiota vulgo meu pai logo pela manhã... Que seja.
-Que milagre é esse de você ter acordado cedo?
-Eu vim pegar meu carregador não tá vendo?
Já sei, eu vou lugar pro Nakunta para sairmos se ele quiser. Atende...
-Alô? Quem é você?
-Para de graça Nakunta, do nada fingindo que não me conhece.
-Ah, é você Barcode...
-Ué, por que falou assim? Meu número não está mais salvo para você?
-A não, não é isso, deixa isso para lá.
-Me explica isso.
-Me desculpa Barcode.
-Por quê não está me chamando de Code como você sempre fez? Nakunta?
Droga! Ele desligou na minha cara, por que ele está assim? Parece que aconteceu algo...
-Foi só assim para afastar esse seu amiguinho de você.
- O QUE? Que desgraça você fez? Seu filho da puta!
-Olha como você fala comigo! Eu apenas ameacei ele um pouquinho, e não adianta o que você faça, ele não vai voltar mais. Me agradeça.
-Como você acha que eu me sinto em relação a isso? A única pessoa que eu tinha, tudo mudou entre eu e você depois da morte da mamãe, ele era o meu único amigo de infância que para ele ter se afastado de mim você deve ter falado coisas que eu nem quero imaginar. Você alguma vez já parou para pensar ou dizer que está orgulhoso do seu filho? Por que as únicas vezes que experienciei algo assim foi vindo da minha mãe, esse seu filho ingrato, rebelde como você tanto fala também tem sentimentos e já tentou várias vezes fazer diversas coisas quando mais novo para agradar o pai mas isso só era notado pela sua mãe.
-Esse garoto só foi um atraso de vida para você, gosta dele por acaso? Por que nunca te vi com alguma garota e isso deve ser graças a ele fazendo sua cabeça. Isso é repugnante, além de ingrato e rebelde tinha que ser viadinho?
-O que eu sou ou deixo de fazer não é da sua conta, eu sou o merda da história mas olha só o paizão que não apoia o próprio filho, já deu disso pra mim, eu vou embora.
-Vai mesmo, sai da minha mansão, depois você vai voltar implorando para ficar aqui de novo pois não tem estrutura para uma vida lá fora.
-Deve ser porque você me prendeu por 17 anos da minha vida sem nem sequer ter me apresentado o mundo lá fora né?
Saio rapidamente e tranco a porta do quarto fazendo as minhas malas que nem sequer malas eram, era uma mochila onde coloquei meu celular, carregador, uma blusa de frio e uns trocados que tinham guardados na minha gaveta.
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Cinquenta tons de cinza: Conde Jeff
Vampire"Se não aceitas ser meu submisso e minha presa, serás de qualquer maneira".