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Desperto no sofá onde o mesmo teria me deixado, e tenho a visão do homem na cozinha de lado concentradissimo em seu celular. Mas ele percebe, e vem até mim e se aproxima novamente. Mas que puta mania é essa de se aproximar ao extremo? Caralho, se quer que eu vejo a sua beleza e sinto o seu cheiro é só falar. Claramente ele tem cara daqueles que usam aqueles perfumes masculinos levemente adocicados do líquido azul.
-Anda, levanta.
-Mas...
Minha visão só para lá no chão quando rapidamente ele me pega com tudo e me apoia em seu ombro.
Mas que porra? Por que eu não consigo reagir a nada?
Ele me põe no chão.
-Você começa hoje, mas tenho que apresentar tudo e mostrar como as coisas funcionam.
-A sim, tudo bem então...
Por que eu estava nervoso? Não parecia ser por conta do suposto trabalho.
-Então, como já estamos aqui mesmo, você já pode imaginar que é a sala de estar não é mesmo?
Ai grosso, que ignorância.
-Aqui ao lado é a cozinha, e aqui dentro do armário tem tudo o que você precisar.
Eu o seguia enquanto ele ia falando.
-Voltando a sala de estar e saindo daqui, nessa porta tem a biblioteca.
Caramba, a biblioteca é maior do que a biblioteca que tinha no meu colégio.
-Voltando para a sala de estar e subindo as escadas, nesse corredor tem alguns quartos. Esse primeiro é o meu, que não tem necessidade de eu abrir a porta para mostrá-lo para você.
Porra! Agora que era a única coisa que eu queria saber.
-Esse ao lado, é o quarto das visitas. É grande, mas nada demais aqui, a única diferença é que esse não tem banheiro.
-E lá no final, o último quarto é o seu, tem suíte. Mas também tem o banheiro ao lado do seu quarto que é maior ainda.
Cara, e eu achava que eu era um magnata.
-Saindo desse corredor e indo para o outro ainda aqui encima, temos o meu escritório que eu só quero o seu pé aqui dentro quando for para limpar. Tá me ouvindo?
Que fera bruta.
-Ai enfim, fiquei com preguiça de mostrar o resto. Hoje eu vou ser bom com você, não precisa fazer nada hoje para se adaptar aqui.
Ele simplesmente saiu andando, e não terminou de apresentar nem metade. Pelo jeito eu vou ter que andar pelos cantos, e eu tô interessado para ver melhor o meu quarto.
Grande, eu já me jogo na cama e sinto muito macia. O guarda roupa é de casal, cinza com preto e um espelho enorme no meio. Eu abro e tem algumas roupas apenas, creio que seja algumas roupas da "fera bruta". Uma par de regata. Eu não aguento mais usar a mesma roupa a dias seguidos, eu iria apodrecer junto com a roupa a qualquer momento.
Mas pelo menos eu iria tomar um banho fervente, mas estava receoso com esse luxo todo... Me seco e sou obrigado a colocar a mesma roupa e principalmente a íntima, eu não ousaria de pegar a regata.
Quando saio do meu quarto observo uma fresta na direção do quarto do mesmo, e como ele tinha desaparecido, resolvi dar uma espiadinha.
Puta quarto grande, arrumado, bonito, igual a ele. NÃO, a fera bruta não é tudo isso.
O quarto tinha um guarda roupa encostado de frente para a cama, uma tv, tinha mesinha, cômoda, tudo.
Mas o que me chama mais atenção é a cômoda branca com algumas fotos, e dentre elas uma foto da fera bruta quando criança com uma mulher. Quando apanho o mini quadro, um bilhete voa fazendo meu corpo agir por impulso segurando.
1995 - Jeffrey
Jeffrey... Interessante.
Mas logo escuto passos subindo a escada de longe daquele sapato social de couro bicudo que ele usa, na hora eu gelo e guardo o papel dentro do quadro rapidamente e como a fera já estava muito próxima, eu ajo rápido e me enfio dentro do guarda roupa dando a enxergar pelo vão das portas.
E pela minha infelicidade a fera entra. Meu coração estava já a um passo de sair pela boca de tão acelerado, mas ele entra no banheiro.
Poderia ser a minha chance de sair, mas estava receoso porque não sabia se ele iria tomar banho ou apenas fazer as suas necessidades, então eu decido esperar um pouquinho pois nesse momento todo cuidado era pouco. Não poderia mover um dedo se quer.
E a maçaneta foi virada, eu agora eu tinha a certeza que o mesmo iria tomar banho. Pois eu ME DOU DE CARA COM O SUPOSTO JEFFREY PELADO A PROCURA DE SUA TOALHA PERDIDA.
E esse momento parecia não ter fim, pois ele revira sua cômoda e não acha, e depois disso ele revista a sua mesa de cabeceira bem de lado me fazendo ter a visão do seu comprimento todo curvado, meus olhos sempre paravam lá ou na sua bunda principalmente quando ele agachava. Sua toalha é encontrada no guarda-roupa, e graças a Deus não foi nem perto de onde eu estava, e sim em uma das gavetas do guarda-roupa. Mas ele chegando tão perto assim, deu pra ver claramente seus braços musculosos, seu abdômen e sua ferinha veiuda.
Ele finalmente entra para o banheiro de volta, acho que eu finalmente poderia sair dali.
-O que está fazendo aqui?
PORRA.
Bem quando eu saio, ele abre a porta, mas acho que ele não imagina que eu estava dentro de seu guarda-roupa enquanto via até demais. Ele estava apenas de cueca, e a porra dos meus olhos bate lá novamente.
-Anda, me fale, por que entrou aqui?
-Eu...
Meus olhos vão lá de novo.
-Ah tá... Você gostou do que vê, é isso?
-Não! Não é nada disso, é que eu
-Não precisa ficar nervoso.
Mas logo ele começa a ter uma crise de risos.
-Eu não sabia que era tão bom zoar com você. Mas o que te trás aqui?
-Eu estou sem roupa, principalmente íntima.
-A é isso é, eu nem comprei nada novo.
Diz ele abrindo sua gaveta pegando alguma de suas peças, me entregando???
-Espera, tá de brincadeira né?
-Se quiser ficar imundo problema é seu.
Coloca na minha mão e entra no banheiro novamente.
Bom, eu realmente não tenho escolha, não vai me matar usar uma peça dele estando limpa ainda.
Mas que cena é essa, sempre que eu olhar para ele irei lembrar do corpo despido.

Cinquenta tons de cinza: Conde JeffOnde histórias criam vida. Descubra agora