Capítulo 1: Ponto de Ignição

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Em um mundo repleto de divindades conhecidas como Soberanos, cada um desses Seres Divinos rege sobre um território específico. Nesse contexto, Dhalia, um território sagrado sob a proteção do Soberano da floresta e das feras chamado Rakan, é uma cidade situada no coração de uma imensa floresta mágica. Esta floresta é caracterizada por suas árvores extraordinariamente altas, cujas copas espessas formam um dossel natural sobre a cidade. Esse dossel exuberante atua como uma espécie de guarda-sol gigante, filtrando a intensidade dos raios solares que alcançam o solo.

Os habitantes de Dhalia compunham um mosaico de raças e criaturas da floresta, com Elfos e Gnomos florestais predominando em sua população. Alguns poucos humanos, Firbolgs e outras raças raras encontram seu lar nessa comunidade. O que mais surpreendia nesta cidade era sua arquitetura singular: as casas e construções estavam alojadas nas enormes árvores, muito maiores que as árvores comuns, cujas seções intermediárias eram ligadas por pontes de corda e madeira, tecendo uma rede de conexões entre residências e edifícios. No coração da cidade, erguia-se o majestoso castelo do Rei Elfo, uma construção de cristais com uma tonalidade verde musgo, símbolo de poder e harmonia com a natureza.

Nos arredores de Dhalia, a floresta se tornava ainda mais densa e escura, conhecida como a Floresta da Perdição. Alguns dos animais mais dóceis desse ambiente aventuravam-se nos limites da cidade, como os macacos voadores, que frequentemente brincavam com os habitantes, até mesmo entrando nas casas para desfrutar das iguarias encontradas nas cozinhas.

Na manhã de 10 de março, um jovem chamado Raphael, com seus 1,58 metros de altura, completava seus 18 anos de idade. Raphael era conhecido por sua vestimenta que cobria todo o corpo, incluindo máscara e capuz, um estilo peculiar. Ele despertou de seu sono ao som insistente de batidas na porta de seu modesto quarto, localizado no templo da cidade, construído nas alturas de uma árvore de eucalipto.

À medida que ele se vestia e se preparava para receber o visitante, a imagem de sua festa de aniversário surgia à sua mente. Logo, a porta se abriu, revelando o Padre Kelson, uma figura idosa, porém robusta, com a cabeça calva envolta em trajes brancos e cinzentos. Kelson estava acompanhado por dois colegas, Kennefh e Matheus, e juntos entoaram canções de parabéns, celebrando o aniversário de Raphael. A celebração não estava completa sem um bolo de chocolate, que Kelson prontamente cortou com uma faca de madeira para o jovem aniversariante.
Após os parabéns e os votos de alegria, Kelson lembrou Raphael sobre a inauguração de sua nova casa, um presente do rei que aconteceria em breve. Raphael agradeceu pelo bolo e deixou o templo, dirigindo-se ao local da inauguração, ansioso pelas surpresas que aquele dia lhe traria.

Saindo do templo, Raphael ansioso se dirigiu ao local previamente combinado. Ali, entre duas majestosas árvores que pareciam tocar os céus, ele esperou. Os raios suaves do sol penetravam timidamente pela densa copa das árvores, criando um jogo de luzes e sombras sobre o chão de grama.

E então, de maneira quase imperceptível, um idoso elfo da floresta, o Rei Hagnar, emergiu da paisagem. Ele possuía uma estatura modesta, cerca de 1,59 metros, e sua idade estava eternamente marcada em seu rosto e seus longos cabelos brancos, que estavam amarrados. Apoiado em uma bengala esculpida com maestria, o rei se aproximou de Raphael com uma graça e dignidade que somente os elfos da floresta possuíam.

Com um gesto poderoso, o rei balançou seu braço adornado com uma pulseira ornamentada, incrustada com um cristal verde cintilante. Um tremor suave sacudiu o solo e, entre as árvores escolhidas, uma maravilha da natureza começou a emergir. Uma árvore extraordinária, com uma porta que se revelou na casca robusta, surgiu como um presente da própria terra.

O rei, com um sorriso benevolente, conduziu Raphael até a entrada da nova casa. O interior, iluminado por uma luz verde difusa, emanava uma sensação acolhedora e harmônica. O Rei Hagnar ofereceu algumas palavras de sabedoria e incentivo para Raphael, lembrando-o da importância de preservar a beleza natural e a magia da floresta.

Antes de se despedir, o rei sussurrou a Raphael que o encontrasse no castelo após algumas horas e prometeu enviar um pombo mensageiro para indicar o momento exato em que ele deveria ir. Com essa promessa, o rei se retirou, deixando Raphael maravilhado com sua nova morada e ansioso pelas oportunidades que aguardavam no horizonte.

Enquanto isso, em outro canto de Dhalia, uma mulher chamada Mudhel, com seus 30 anos e 1,65 metros de altura, acordou em sua moradia. Ela tinha uma pele clara e cabelos prateados que fluíam até seus ombros. Mudhel decidiu dar um passeio pela cidade e, durante seu percurso, parou em uma modesta vendinha. A senhora que comandava a venda oferecia uma seleção de maçãs, carne de coelho e cascas de árvores nutritivas.

Enquanto escolhia algumas maçãs e cascas de árvores, a senhora insistiu em apresentar-lhe seu filho, que frequentava a biblioteca local. Além disso, a senhora compartilhou histórias intrigantes sobre um morador excêntrico da única árvore de pinheiro da cidade. Mais ainda, ela mencionou que o rei havia passado por ali recentemente, dirigindo-se à inauguração de uma nova casa.

Os relatos da senhora instigaram a curiosidade de Mudhel, que decidiu averiguar o paradeiro do rei. Ela descobriu que, se seguisse o caminho em frente à loja da senhora e cortasse pela casa de Jocirema, chegaria mais rapidamente até ele. Seguindo a orientação, Mudhel logo se viu diante do rei, que emergia de uma das casas.
No entanto, mesmo com sua tentativa de atrair a atenção do rei, ele parecia alheio aos seus chamados. Determinada a falar com o monarca, Mudhel não desistiu e, finalmente, conseguiu alcançá-lo. Ela compartilhou com o rei seu desejo de aventurar-se na floresta, mas este a alertou sobre os perigos dessa empreitada solitária.

Como um raio de esperança, o rei revelou que estava recrutando uma equipe para explorar a floresta, oferecendo a Mudhel a oportunidade de se juntar a eles. Em gesto de gratidão, Mudhel presenteou o rei com um pé de coelho. O rei, apreciando o presente, entregou o pé de coelho aos médicos que o acompanhavam. Em seguida, instruiu Mudhel a visitá-lo no castelo depois.

Repleta de expectativas, Mudhel voltou à vendinha, adquiriu outro pé de coelho e retornou à sua casa.

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