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Catarina Alvarez (4 semanas depois do capítuloanterior)

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Catarina Alvarez
(4 semanas depois do capítulo
anterior)

Encarei o teste que estava na pia, Raquel tinha me convencido de fazer o teste e eu estou aqui meia hora pensando se isso é realmente verdade, vou ser mãe.

Sempre foi meu sonho ter um bebê, mais nunca achei que ia ser desse jeito, grávida de um jogador de futebol que eu nem sei se vai querer a criança e acabar não tendo um pai presente.

Esse era meu medo, quando pequena odiava o dia dos pais, ver todos os colegas de sala fazendo cartões e nas apresentações de escola ter alguém ali para ver e depois dar um abraço e um beijo na testa.

Eu não tinha isso.

Mais a única coisa que passava pela minha cabeça era de como eu ia contar para o uruguaio, como seria a reação dele quando descobrir?

Quando percebo já estou chorando de volta, me olho no espelho, meu cabelo bagunçado e os olhos fundos bem provável das noites sem dormir.

Sai do banheiro e Raquel levanta o rosto, me olhando e vem até mim me dando um abraço forte, é como se ela já soubesse.

— Vai dar tudo certo, para, não chora Catarina — Alisou minhas costas colocando uma das mãos na minha bochecha fazendo um carinho ali.

— Como vou contar para ele? E se ele me dar um chute na bunda e o bebê crescer sem uma figura paterna? — Ela segura minhas mãos e me leva até a mesa.

— Manda uma mensagem para ele, simples — Disse como se fosse óbvio.

Seria ótimo se depois daquela noite ele tivesse me mandado mensagem, não faço ideia do que aconteceu, se ficou com raiva do que eu falei ou achou uma loira siliconada que era mais interessante do que eu, mais isso não importava agora, eu tinha que falar com ele.

— Ele não me mandou mensagem depois, e fui eu que passei o número — Ela faz uma careta, batendo a mão na testa, e faz aquela cara dela de quando tá pensando em algo.

— Ainda lembra aonde ele mora?? —  Ela bate a mão na mesa, me pegando de surpresa e acabo me assustando.

A essa altura não estou mais chorando, apenas tentando achar uma solução de como posso esbarrando com aquele homem por acaso.

— Que ideia que você teve? Eu chegar na porta dele falando que estou com uma criança dele na barriga? — Ela me olha atentamente e abre um sorriso sacana e eu já imagino que é exatamente isso.

— Não é uma má ideia, né Catarina.

●●●

Enquanto eu me trocava, passei a mão pela barriga, não havia nenhum sinal ali ainda.

E era tão estranho imaginar que daqui a pouco eu estaria com uma barriga de grávida andando para lá e para cá.

Eu já estava na frente do apartamento de joaco, e o problema era como eu ia conseguir entrar ali.

Avistei um senhor por ali, ele usava uma camiseta listrada, azul e era careca com um óculos de armação preta, redondinha.

— Senhor, psiu — Tentei chamar o senhor que olhou para os lados tentando ver quem o chamava, até conseguir me ver e se aproximar do portão.

— Meu marido esqueceu de me entregar as chaves e agora não consigo entrar, será que o senhor poderia me ajudar? — Perguntei.

— Claro minha filha — falou abrindo o portão para mim e eu solto um suspiro passando por ele.

— Muito obrigada, o senhor me ajudou muito — falei dando passos largos, querendo sair dali rápido, não gostava de mentir.

— Afinal, quem é seu marido? — Escutei o mesmo perguntar, minhas pernas congelaram e não sai mais do lugar.

Virei com o mesmo sorriso de antes, minha barriga estava girando e a vontade de vomitar é grande mais o nervosismo é mais ainda.

Escutei passos e olhei para o lado, tudo acontece tão rápido quando vejo o uruguaio, junto com um cachorro grande que provavelmente eu sairia correndo se eu não tivesse doida para sair dali.

- Que haces...

- Amooor - corri até ele dando um abraço, tô tremendo e morrendo de medo daquele cachorro agarrar minha perna.

— Jogador! Não sabia que estava casado, meus parabéns — O velhinho bateu as mãos na lateral do corpo, estendendo a mão logo em seguida e fazendo aquele toque que todo homem faz e no final um abraço de lado, a direito com tapinhas nas costas.

Estou agarrada no braço dele, e ele faz uma careta para mim e eu dou um beliscão, enquanto o senhor na nossa frente continua a falar de como está feliz pela a gente.

— Agradeço muy seu Antônio, mais ahora vamos subir para descansar — Ele fala me arrastando para dentro do elevador com uma cara feia.

O cachorro vem também, é bem diferente do que achei, não é bravo, é fofo e apenas cheira meu pé curioso.

— Oque haces aqui Catarina? — Apertou o botão do quarto andar me encarando.

Juntei os lábios e o embrulho na barriga voltou, minhas mãos começam a suar e a baixei a cabeça sem coragem de olhar para ele.

- Estou grávida.

■■■

💚

A vontade de excluir essa fic é grande, mais é como falam "começou tem que terminar".

Tudo o que não planejamos - Joaco Piquerez Onde histórias criam vida. Descubra agora