My Hell Or Heaven? | Alastor & OC

02 - Oportunidade

Neveah

- Será que ela tá viva?

- Eu não sei... mas acho que vi ela dando alguns espasmos.

Ouço vozes desconhecidas, elas não estão 100% audíveis para mim, mas diria que estão próximas. Não consigo abrir os olhos, mas reconheço que onde o meu corpo descansa não é duro como o local onde cheguei no inferno, é macio, o que sinceramente me alivia.

Mas... Onde eu estou? Quem são essas pessoas? Eu lembro de Alastor vindo atrás de mim, algo explodindo em minhas costas e então eu caindo, a essa altura era para eu estar abandonada em uma dessas ruas esburacadas, mas deduzo que agora estou em um local fechado. Elas que me trouxeram até aqui?

Com um pouco de esforço, desgrudo os meus cílios ainda os piscando enquanto se habituam com a iluminação do lugar, mas antes que eu os compreenda, dois rostos femininos invadem meu campo de visão.

- Ela está acordando, olha! - a voz sai de uma garota de cabelos loiros e manchas rosas em suas bochechas.

Dou mais algumas piscadas até conseguir lentamente abrir os olhos. Vejo ao meu redor e percebo que estou no que parece uma sala de recepção, o lugar é dominado por uma paleta de cores entre carmim, dourado, branco e preto, com detalhes e pilastras que me remetem arquiteturas antigas de realeza, um espaço bem luxuoso para dizer o mínimo.

- Onde... Onde eu 'tô? - minha voz sai fraca, enquanto as garotas me dão espaço para eu me sentar melhor no sofá.

- Oh, você está no nosso Hotel - a garota loira começa a dizer com um sorriso. - Nosso hotel especializado na reabilitação de pecadores! - ela acrescenta levantando um dedo - Te encontramos desmaiada no meio da rua do hotel e achamos melhor te trazer pra cá.

Ah. Agora faz sentido.

- Você estava com alguns machucados, mas resolvemos isso. - comenta a garota de cabelos platinados e um perceptível X no olho.

Uso as minhas mãos para tocar em meu rosto, percebendo os relevos ocasionados por curativos, há também alguns nos meus braços. A queda não chegou a me matar, mas também não deixou barato.

Mas eu não gostaria de acordar com eles, porque o que eu precisava mesmo era acordar desse pesadelo.

Ponho uma mão na cabeça e fecho os olhos enquanto tomo o ar que preciso. Um milhão de coisas estão acontecendo ao mesmo tempo e sinto como se meu cérebro fosse explodir em trocentos pedaços dentro do meu crânio. Acordei com uma genética completamente diferente da que eu conheço, no inferno, com inúmeros crimes no meu campo de visão sem impedimento prévio a eles, tenho poderes curiosos e aparentemente potentes e quase morri pra um demônio.

Tudo no mesmo dia.

Não é possível que isso tudo seja real.

Será que elas querem algo de mim, também? Eu estou no inferno, não posso confiar em ninguém aqui. Se me trouxeram para cá, algo eles esperam.

- Valeu, mas eu já vou indo. - levanto grosseiramente, a fim de sair dali o quanto antes.

- Espera! Tem certeza que não quer ficar? - a garota loira retruca enquanto se levanta do sofá.

- Pra quê que eu iria querer ficar?

- Bem, acho que deve haver um motivo para termos te encontrado naquele estado, não acha melhor descansar?

Fito o chão pensando por um momento naquilo, me viro de lado para encará-la.

- O que vocês querem em troca pra eu ficar aqui?