Capítulo dez

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A manhã de segunda-feira estava mais preguiçosa do que o comum

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A manhã de segunda-feira estava mais preguiçosa do que o comum.

Fiquei mais tempo que o normal vendo todas as minhas notificações em redes sociais, dizendo a mim mesmo que precisava sair daquele quarto e enfrentar o dia, e o que viria depois da noite anterior e depois daquele beijo.

No entanto, ainda que eu tenha tentado reunir toda coragem possível, meus esforços foram em vão. Depois de ter vistoriado a casa inteira, tudo que achei foi um bilhete na porta da geladeira com a caligrafia atrapalhada do meu melhor amigo, avisando que ele precisou sair mais cedo.

Obviamente eu fiquei desconfiado, porque não era como se Naruto fosse o tipo de cara que marca coisas tão em cima da hora, e poderia ter me mandado uma mensagem em vez de deixar um bilhete.

Mas o bilhete eu não tinha como responder.

Não era como se eu estivesse no melhor humor ou confiança para iniciar uma conversa, de qualquer maneira, então mesmo que Naruto estivesse fugindo de mim e das minhas perguntas — porque elas certamente viriam — eu o deixaria acreditar que estava dando certo, por enquanto.

Me arrumei o mais rápido que pude, porque já estava atrasado devido ao meu devaneio da manhã, e fui direto para a universidade. Foram longas horas de aula prática, onde deixei minhas mãos pincelarem de forma abstrata tudo que eu estava sentindo. Toda a bagunça que tinha recomeçado dentro de mim.

Saí do campus com os dedos ainda manchados de amarelo e laranja e fui ao Ichiraku. Atipicamente, não havia mensagens para confirmar nossa ida até a cafeteria. Não que isso fosse realmente um problema, porque a verdade era que estávamos sempre lá, de qualquer maneira. Meu choque foi chegar ao estabelecimento para encontrar Juugo com os olhos inchados e — atenção ao meu surto — sendo carinhosamente abraçado por Gaara.

— Você sabe que foi um idiota, né? — Ouvi o Sabaku perguntar quando me aproximei.

— Eu sei — Juugo respondeu com a voz tão quebrada que eu achei que ele fosse chorar... de novo.

Porque pela cara, ele devia ter feito isso a noite toda.

— Eu achei que vocês tinham se resolvido ontem mesmo. Você não voltou pra casa.

— Eu achei que você iria com o Lee pra lá — Juugo disse, dando de ombros — E eu queria ficar sozinho.

— O que aconteceu? — perguntei, me sentando ao lado dos dois.

— Juugo e o Kimi brigaram — Gaara falou rápido, como se o ato fosse tornar menos doloroso — E agora... Bem, eu não sei. Vocês terminaram?

— O que? — Juugo olhou para Gaara em pânico — Não. Quer dizer, eu... Eu acho que não.

— Gente, eu perdi todo esse rolê. Tem como vocês me explicarem? — pedi, tentando não ser insensível.

— Juugo deu uma crise de ciúmes ontem — Gaara tomou a frente de novo — Foi bastante grosseiro com o Suigetsu a troco de nada e ele sabe, não sabe?

Juugo não respondeu, apenas abaixou a cabeça e virou o rosto em direção a janela.

— O Kimimaro ficou bem puto e decidiu ir embora e... Bem, você sabe, todos nós fomos.

— E depois vocês brigaram? — perguntei olhando pra Juugo — Meu Deus, Juu. Eu te disse...

— Eu sou um babaca, idiota que não sabe lidar com o fato de estar apaixonado pela pessoa mais incrível que eu conheci. Me desculpe, eu já entendi — Juugo interrompeu grosseiramente, mas vi quando os olhos dele marejaram novamente. — Eu entendi ontem mesmo quando fiz ele chorar por causa disso.

— Juugo — Gaara chamou — Você... Pediu desculpas?

Parecia uma pergunta ridícula, mas nós sabíamos que Juugo era o tipo de pessoa que se escondia atrás de algum sarcasmo e piadas na hora de admitir os próprios erros. Corresponder a essas gracinhas depois de qualquer discussão era nossa maneira de dizer que estava tudo bem, que sabíamos que ele estava arrependido, e tudo voltava ao normal.

Só que não estávamos falando das nossas briguinhas bobas de melhores amigos.

— Eu pedi — confirmou baixinho — Várias vezes, mas isso não é o suficiente. Eu já fiz besteira. Minhas palavras não valem de nada agora.

Gaara apertou seu ombro tentando dar a ele algum consolo. Aquela postura seria cômica se o clima não estivesse tão ruim.

Aqueles dois eram amigos havia muitos anos, antes mesmo de eu surgir na vida de ambos. Passando algum tempo junto com os dois, eu entendi que, à primeira vista, eles pareciam mais inimigos mortais do que melhores amigos, mas era por momentos como aqueles, em que Juugo deixava sua cabeça descansar contra a mão de Gaara que acariciava sua cabeça, que eles nunca se separaram depois de tanto tempo.

— Eu tentei me afastar toda vez que sentia que podia dizer alguma besteira pra ele — Juugo sussurrou — e eu, não só falei besteira na primeira oportunidade, como deixei ele sozinho passando por tanta coisa...

— Que coisas?

— Gente idiota sendo babaca com ele.

Ok, aquilo estava sendo o auge da tristeza.

— Tá bom. Eu tô entendendo o seu momento fundo do poço, mas tudo que você vai fazer vai ser ficar aqui chorando? Quer dizer, você não acabou de dizer que não podia deixar ele sozinho?

— Ele não tá mais sozinho — respondeu, ainda tristemente — Agora ele tem um amigo e, provavelmente, não quer me ver.

Bati na mesa.

— E por causa disso você vai deixar pra lá? — falei um pouco alto demais — Tenha um mínimo de teimosia, Juugo. Você mesmo disse que ele é a primeira pessoa por quem você se apaixonou.

— Mas eu...

— Você vai ter trabalho pra provar que pode ser um namorado melhor, que não vai surtar de ciúme como um estúpido abusivo, porque nós sabemos que você é melhor do que isso. Mas acho que pelo Kimi vale a pena você engolir esse seu orgulho, né?

Juugo me encarou seriamente por longos segundos.

— Qualquer coisa vale a pena por ele.

Sorri, porque descobrir que meu amigo podia falar coisas tão melosas era realmente uma graça e um nojo ao mesmo tempo.

— Então levanta essa bunda daí e vai atrás do seu homem.

— E-eu não sei onde ele tá.

— Eu posso descobrir pra você — Rock Lee surgiu literalmente do nada com o celular em mãos.

Em segundos, o espírito de Juugo mudou para abraçar o pouco de determinação que habitava aquele corpo enorme.

Lee não precisou de muito esforço pra saber onde Kimimaro estava e, em seguida, nos despedimos de Juugo. Não sabíamos exatamente o que ele faria, mas o importante é que ele tinha decidido fazer alguma coisa.

E enquanto caminhava para casa, só consegui me lembrar de Yahiko dizendo que eu era corajoso. Talvez eu parecesse, porque havia aprendido a fazer bons discursos motivacionais convivendo com Naruto.

Seria o sonho da minha vida seguir os meus próprios conselhos.

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OLAAAAR

Capzinho de ligação hj com alguns babados, mas se segurem

O CAP DE SÁBADO PROMETE UM POUCO MAIS DE MOVIMENTO

Por hj foi isso bebies, espero que tenham gostado

UM BEIJO NO KOKORO E JA NEE

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