Psicologia reversa é o nome de uma técnica de persuasão, onde o objetivo pretendido é apresentado de modo contrário ao que realmente se deseja. Sasuke não hesita em pedir ajuda de Naruto, seu melhor amigo, pra testar o mito de que, quando não se est...
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Gaara não estava nada feliz comigo na manhã de domingo.
Talvez tivesse a ver com o fato de eu ter aparecido em sua casa às oito da manhã, mas ao menos tive a decência de levar o café. Lee não estava tão irritado quanto o namorado, mas parecia confuso com a minha presença, e um pouco contrariado por ter sido obrigado pelo Sabaku a colocar as calças.
Juugo tinha passado a noite fora, na casa de Kimimaro, então cheguei a rápida conclusão de que meus dois melhores amigos tinham passado todo o dia de sábado muito bem, transando e sendo felizes, enquanto eu entrava em crise só por ter dado uns amassos em Naruto.
O pior é que naquele plano, nem Gaara nem Juugo sabiam a verdade, então eu teria que sofrer calado até que o fim chegasse.
Era estranho pensar nisso — no fim — , assim como era exaustivo pensar em todo resto. Naruto foi terminantemente contra a ideia de entrarmos naquele fake dating no início, mas quando o "sim" deixou sua boca, ele não mediu esforços para ser o melhor namorado falso do mundo. Além de toda atenção exagerada, e da paciência em ouvir todos os passos daquele plano maluco, ele ainda tornou tudo mais real me enchendo de beijos e trazendo aquela rotina para o nosso dia a dia. E a noite anterior provava que tínhamos nos acostumado muito bem com aquele novo contato.
No entanto, ainda que Naruto estivesse tranquilo sobre sua sexualidade, existiam diversos fatores que tornavam problemático algo a mais acontecendo entre nós.
A única experiência do meu amigo com outro cara foi um beijo afoito e bêbado com Kiba, e nossos chamegos pelo apartamento. Não achava certo que as coisas evoluíssem assim para ele; afinal, se estava assim tão certo de que queria ir até o fim com outro homem, devia fazer isso quando se sentisse completamente confortável – coisa que eu sabia que ele não estava naquela noite – e com alguém que não fosse o seu melhor amigo de uma vida toda.
Alguém que não fosse eu.
Obviamente, meu desejo não era apenas protegê-lo, mas a mim também. Uma vez que aquele contato se iniciasse, todo nosso relacionamento poderia mudar de forma que eu não sabia se estava preparado para encarar. Não esperava mesmo por flores ou declarações, mas não encontrar nada no olhar de Naruto doeria demais quando eu sei que a minha expressão entregaria tudo.
Afinal, eu sou um idiota quando o assunto é Naruto Uzumaki, eu já disse. E como o bom estúpido que sou, depois de ter me apaixonado pelo meu melhor amigo, seria impossível fugir ou aceitar qualquer condição que ele me apresentasse, que fosse diferente de nós dois nos casando e vivendo felizes para sempre.
Por esse motivo, e por não ter muita coragem de encarar seu rosto depois do momento tão gostoso que tivemos uma noite antes, eu decidi sair de casa antes dele acordar e ir perturbar uma das únicas pessoas que me distrairia do meu surto interno.
Mas, é claro, ele não estava contente com isso.
Depois de ter tentado me enxotar de formas não muito sutis, Gaara desistiu de se livrar de mim e acabou se despedindo de Lee, que foi embora no meio da tarde. A essa altura, Juugo também já havia retornado para casa e estranhou ter me encontrado no apartamento deles, mas não questionou. Acredito que não estava no clima para drama para não atrapalhar seu bom humor.
