Court of Legacy | acotar

10 ▪︎ Apollo e Darius

Corte Primaveril

Dois dia depois...

      Apollo montou em sua pégaso-fêmea e se lançou ao céu da Corte Primaveril naquele fim de tarde.

Havia passado os dois últimos dias na companhia dos seus irmãos. Até mesmo Aurian estava em casa, ele iria passar alguns dias com a família.

Apollo estava mais relaxado e tranquilo sobre seus problemas familiares. Teve outra conversa franca com seu pai, agora com a presença de sua mãe.

Xena com seu pelo dourado brilhava com os poucos raios de sol daquela tarde. Ela se aproximou do rio nascente que era banhado pela luz do sol.

Não era como na corte do seu avô, Helion, mas era lindo de se ver como naquele fim de tarde. Suspirou, pensando em Darius e no que ele estaria fazendo.

Discutiu consigo mesmo se deveria ir até Velaris e tentar resolver os problemas entre eles. Recebeu a visita das suas primas, que queriam lhe dar uma surra por ter ido embora sem se despedir delas.

Mas logo elas morreram de amores pelas crianças. Anyra, Aella e Atlas foram sua salvação.

Crianças eram tão raras e preciosas, só seus pais tiveram sete deles. E seríamos apenas sete filhos. Filhos muito amados e desejados. Até mesmo sua mãe sabia deles séculos antes da primogênita nascer.

Xena bateu as asas descendo até o solo perto da árvore aroeira salsa. Segundo seus pais, era o lugar onde eles iam passear séculos antes e onde levavam seus cavalos Sun e Malak, que morreram durante o ataque a Corte Primaveril.

Apollo desceu de Xena fazendo carinho nela. A fêmea saiu trotando para perto do rio para se refrescar.

Olhou para o horizonte como se procurasse uma solução para seus problemas. Respirou fundo desfrutando daquela paz e silêncio.

Amava a Corte Primaveril, mas sentia falta da Corte Noturna e daquele céu noturno. Seus pais haviam admitido que temiam que ele fosse embora para sempre.

Ele iria um dia embora?

Sentou em um tronco caído e cruzou as pernas descansado o cotovelo no joelho. Apoiou o queixo na mão e observou os pássaros partindo para longe.

Como um dia pode ter inveja dos seus irmãos? Aurora iria assumir uma corte quando a Mãe decidisse levar seu avô. Alyssa seria sua general e teria a responsabilidade de proteger a vida dela.

Aurian era um babaca enorme que dedicava seu tempo nas terras humanas e as vezes na Corte Outonal, e por vezes enchia o saco sendo protetor com todos. Anyra e Aella só a Mãe sabia o que reservava para seus futuros.

E Atlas... ele assumiria aquela corte como sua quando sua hora chegasse.

Apollo pensou no peso das responsabilidades e estremeceu. Gostava da sua vida de cortesão, guerreiro (quando necessário) e mestre em segredos.

Quem sabe seria um bom conselheiro para um dos seus irmãos no futuro? Se perguntou como um dia pode desejar herdar uma responsabilidade enorme como cuidar da vida de milhares de pessoas.

Não suportava metade delas, como iria protegê-las? Sorriu ao imaginar mandando todo mundo se foder.

Xena se aproximou dele, agitada, e os enormes olhos castanhos claros estavam em alerta como se ela pressentisse alguma coisa.

— Calma, querida — sussurrou para ela, ao tocar em seu pelo molhado. — É só algum cervo por aí.

— Pelo que eu  saiba ainda não virei um quadrúpede.