— Pai, posso entrar? — Ed deu dois toques na porta do escritório do pai.
— Claro filho.
— Eu preciso de um conselho.
Apenas dois dias após o comunicado da directora, Andrew foi ter com ele apenas no intuito de provoca-lo. Novamente, ele se atreveu a falar da Evy como se fosse um simples objecto com a qual obviamente não se importava. E mais uma vez, Edward estava perto de perder todo o autocontrole que ainda tinha. Então, optou por pedir conselhos ao pai.
— Sou todo ouvidos — o pai deu um breve sorriso e fechou o lap top que antes estava aberto.
— Eu quero bater no Andrew. Tipo acabar com ele.
— Filho, você sabe que as coisas não se resolvem com violência.
— Eu sei pai. Mas o senhor não entende — ele suspirou pesadamente.
— Então me explica.
— Ele fez uma aposta com os amigos. Eles apostaram que ele iria fingir gostar de uma garota só pra depois humilha-la por isso.
— Quem é essa garota?
— Evelyn Everest.
— A sua melhor amiga? Que merda hein. Mas ela não era amiga dele também? Porque ele iria querer magoa-la? — o pai levantou e colocou o casado que vestia no cabideiro.
— Pra inflar o ego frágil dele.
— E como você sabe dessa aposta? Quando eles apostaram?
— Eu ouvi eles. Fizeram a aposta faz uns 3 ou 4 meses.
— Que horror. O que passa na cabeça desses jovens? Ele não tinha mudado?
— Ele estava fingindo e o pior é que todo mundo acreditou — ele revirou os olhos. — inclusive a Evy.
— Ela está caindo na dele, não é?
— Ela está namorando com ele só pra você ter uma ideia.
— E isso te incomoda?
— Claro que sim. Bastante. Primeiro porque eu não quero que ela saia magoada. Segundo porque eu gosto dela pra caramba.
O pai deu um breve sorriso. Ele quase não estava acreditando que o filho ainda gostava dela. Desde os 8 anos de idade que ele vinha contando ao pai.
— E o que te impede de contar pra ela?
— A possibilidade de ela não acreditar em mim. E... O Andrew me ameaçou. Se eu contar, eu posso dizer adeus à minha carreira como jogador.
— Ahm — o pai assentiu, entendo a gravidade da situação.
— O que eu faço? Eu amo a Evy. Amo de mais. Mas também amo o basquete e não sei se conseguiria viver sem os dois. — Edward suspirou novamente — ele é tão irritante! Ele só quer usa-la. Ele pensa exatamente como você me ensinou a nunca pensar. Ele só usa as garotas como se fossem objectos, como se não valessem nada! E a Evy está caindo nisso. Daqui a pouco ele vai conseguir o que quer e vai deixar a Evy arrasada.
— Eu não posso te dizer o que fazer. Mas você é esperto. Eu sei que vai conseguir achar uma forma de não perder nem a Evy, nem o basquete. Devo ressaltar: sem violência. A não ser, é claro, se o Andrew for violento com a Evelyn.
— Nesse caso...
— Nesse caso, arrebenta a cara dele.
— Obrigado por ter me ouvido pai — Edward se levantou.
— Estou sempre aqui pra você filho.
Quando estava com metade do corpo fora, ouviu o pai chama-lo novamente.
— Quem é aquela garota que tem vindo aqui? Não que tenha algum problema, mas a única garota que costumava vir aqui era a Everest e ela nunca mais veio.
— Ah, a Rachel? Eu conheci ela tem dois meses. Ela é legal.
— Vocês estão se protegendo?
— Sim pai. — ele ficou um pouco vermelho — mas sinceramente, eu acho que não devia ter ficado com ela.
— Porquê? Ela parece interessada em você.
— Eu não devia. Ainda gosto da Evy e não posso ficar com uma garota enquanto penso noutra.
— Isso explica o facto da Evy ter parado de vir aqui?
— Eu e ela brigamos. Ela disse que eu estava me afastando e ignorando ela por conta da Rachel.
— E isso é verdade?
— É complicado pai. — ele voltou a se sentar — antes eu só precisava esconder que gostava dela. Mas eu cresci, ela cresceu e eu comecei a reparar nela e agora também preciso esconder que desejo dela. Pra caramba. E eu não iria conseguir fazer isso sendo tão próximo dela.
— Deixa adivinhar: você se afastou para não perder o controle?
— É! Mas eu acabei perdendo mesmo assim.
— Como assim?
— Eu confessei meus sentimentos à ela. Não consegui me controlar. E de quebra, ainda a beijei.
— E ela correspondeu?
— Tanto correspondeu quanto me deixou... Animado. — ele confessou, com um tom de voz baixo, fazendo o pai soltar uma risada.
— E o que aconteceu depois?
— Quando cheguei em casa encontrei a Rachel no meu quarto.
— E você pensou em usar ela?
— A gente só não ficou aquele dia porque não tinha camisinha — ele abaixou a cabeça, tendo perfeita noção de que seu pai já estava bravo só de pensar.
Seu rosto já havia se contorcido do sorriso, à expressão séria.
— Me dá um bom motivo pra não te dar um esporro agora.
— Tenta me entender pai. Eu não pensei direito.
— Eu vou deixar passar dessa vez. Mas aí você deixou de falar com a Evy?
— Eu precisava parar de sentir tudo isso.
— E está funcionando?
— Muito pelo contrário.
— Ela correspondeu seu beijo. Isso pode significar que ela está começando a sentir o mesmo que você.
— Pode ser que sim — os olhos dele brilharam por um breve momento com a possibilidade — mas ela namora aquele infeliz.
— Você vai dar um jeito. Agora quanto a Rachel, não magoa a garota. Se não eu mesmo arrebento a tua cara. Você conhece muito bem as regras.
— Tá — ele concordou, conversou durante mais alguns minutos com o pai e saiu.
Continua...
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Um Skate, Um Sorvete e Um Sorriso
RomanceEvelyn é uma garota decidida. Muito bonita. Ela era dedicada e por esse motivo ela se destacava bastante. Desde pequena, sempre foi acostumada a ter amizades masculinas, visto que havia praticamente crescido com dois rapazes: Andrew e Edward. Um de...