capítulo 6

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Passo pela porta do bar, Hoje é o meu segundo dia de trabalho. Hoje vim com  o cabelo solto, pelo menos pra dar uma mudada e ver se tenho um pouco de auto-estima.

Vejo no balcão uma mulher que tenho sensação que conheço, olhando melhor é aquela morena que estava saindo do bar na primeira vez que vim aqui. Ando até o balcão de cabeça baixar, passo pela porta e me ajeito no lugar, (o bar ou boate) , não sei que nome dar a esse lugar que parece uma boate de tanta gente. A mulher ao meu lado me olha com desdém e nojo, não entendo. Mas deixar pra lá, eu tô aqui pra ganhar meu dinheiro  e não me importa com pessoas soberbas como meu chefe e ela. Samuel se mostrou muito legal do que eu imaginava, sempre que vem pegar um pedido ele brinca comigo, diz até que eu chamo muito atenção nesse balcão e que eu  deveria estar numa passarela, nunca sorri tanto como hoje, meu maxilar está até doendo. Estou preparando um drink quando sara me chamar.

_coisinha o chefe está mandando você ir até a sala dele- diz desligando o telefone fixo do balcão.

_Obrigada, já estou indo-digo pra ela que se vira fazendo pouco caso do que falo. Ignoro, saio do balcão e  vou subindo para o andar de cima, ando entre umas mesas e algumas pessoas me olham, a baixo a cabeça e aumento os passos pra sair logo daqui, chego no corredor e vou até aporta do meu chefe, bato na porta e escuto sua voz rouca e potente, abro a porta devagarinho, vou até a cadeira e me sento para evitar levar um esporro dele como anteriormente. Tomo coragem e olho pra ele , que está com os cabelos bagunçados, percebo que sua camisa social está toda amassada e com alguns botões abertos, noto todas as suas tatuagens no peitoral, e me pergunto como ele aguentou tantar dor para fazer essas tatuagens, ele não para de me olha tomo coragem e pergunto eu mesma.
_ o senhor mandou me chamar?- falo.

_ te chamei pois ainda não deixei claro algumas regras-diz rouco e com a cara séria, engulo em seco.  Ele se levanta repentinamente e dá a volta na mesa, sinto sua presença por trás de mim.  A minha cadeira é virada, fecho os olhos e me tremo.

_olhe para mim, AGORA-diz e sinto a sua respiração no meu rosto. Tomo coragem e abro os olhos devagar e me deparo com seus olhos azuis, noto sua pupilas dilatadas, fico cada vez mais amedrontata com intensidade que me olha, e tenho certeza que ele me odeia.

_ então Ravena, te contratei  para fazer as  funções de uma bartender, Mas parece que você não entendeu direito. Não te contratei pra paquera com Samuel- diz lentamente, fico confusa pois não estou paquerando.

_ mas eu não estou paquerando...com samuel- minha voz saiu como um sussurro, ele me olha e sai de perto de mim  indo até a sua cadeira.

_Eu não quero mais ver você paquerando enquanto estiver aqui dentro, faça o seu serviço direito é pra isso que eu pago, e espero não ter que te chamar novamente, por alguma incompetência sua- diz com as suas duas mãos no bolso, Meus olhos se enchem de água, luto pra tentar disfarçar, abaixo a cabeça para não me humilhar mais, e respondo.

_Sim senhor - respondo.
_já pode se retirar da minha sala- diz indo até aporta e abrindo, me levanto e passo como um furacão, paro um pouco no corredor e limpo meus olhos, respiro profundamente e faço um mantra . "Não chora, não chora, não chora" me recomponho e volto para o balcão, assim que entro sara solta.

- vejo que alguém foi bem mais rápida em pula no chefe._ diz sara mascando um chiclete.
- por favor sara você poderia me ignorar_ peço, estou muito cansada, de ouvir esses idiotas.
-com todo prazer- diz toda  animada.
Volto as minhas funções,  meu ânimo acabou depois da conversar com aquele infeliz, como pode ensinuar que eu estava paquerando só por causa de alguns sorrisos, machista idiota, Samuel percebeu a minha indiferença mas não comentou nada , mas continuo com seu jeito de palhaço que caiu do carro do circo.

Termino de tomar o café da manhã com Marisa, Samuel e alguns outros funcionários. Está todo mundo calado, Samuel algumas vezes tentar animar o clima, mas falha, está todo mundo muito cansado. Eu mesmo quero ir pra casa dormir, termino de merendar e pego minha bolsa pra ir embora. Saio do bar e vou andando meus pés estão me matando, ao longe escuto passos e alguém me chamando paro e vejo Samuel ofegante.

- EIIII PARA AI,  ME ESPERA_
Paro no lugar esperando ele vim até a me.
-Falei ou fiz alguma coisa que você não gostou_ diz me olhando com o semblante  sério.
-Não Samuel você não fez nada._ falo um pouco triste por está ignorando ele, sinto que estou descontando nele.
-tem algum problema sim a gente tava conversando alegremente, do nada você me ignora a noite toda, o que aconteceu eu fiz alguma coisa?_ diz me olhando e chegando cada vez mais perto, sinto sua fragrância só pela aproximação.
-juro que não é por sua causa é só uns problemas pessoais- falo, não consigo evitar e acabo me perdendo nos detalhes do seu rosto, Samuel é um homem alto, minha altura chega no  seu ombro, cabelos lisos  e um  corpo de quem malha, seus olhos são verdes e doces. Samuel parece notar o meu descaramento por estar te analisando, pois ele faz o mesmo comigo, está me olhando descaradamente de cima a baixo, os seus olhos descem até os meus seios e   volta ao meu rosto, tenho para mim que vi  ele harfa. Samuel se aproxima mais um pouco de mim até estarmos colados. Minha visão fica turva e sinto o meu corpo ficando mole. Por um momento fica tudo preto, apenas ouço a voz de Samuel .

Sinto um aconchego tão gostoso, isso parece ser tão macio e cheiroso, abro os olhos e depois volto a fechar novamente, mas logo abro pois tive a sensação de ter visto o grosseirão, Marisa e Samuel olhando pra mim, pulo de susto e fico sem entender o por que  estar aqui, Samuel se levantar e vem até a me, se agachando e segurando as minhas mãos.
-Ravena você está bem? Está sentindo alguma coisa- sinto as minhas bochechas queimar,me lembro que antes de tudo se apagar a gente quase se beijou.
- Eu estou bem, só foi um mau estar.
Falo baixinho vendo a intensidade que seus olhos me olhar, fico sem jeito e desvio olha, vejo meu chefe me olhando de maneira séria arqueando a sobrancelha como que se me lembrasse o que tinha me avisado antes.
-Bom se você quiser ir ao hospital, eu posso te acompanhar -  diz Marisa que até então estava calada. Nego com a cabeça,  Me levanto do sofá macio que estava deitada e vou até a mesa pegar minha  bolsa, todos da sala me olha como se eu fosse uma louca . Antes que eu saia da sala Samuel puxar o meu braço
- eu te levo em casa Ravena.
Mudo o meu olhar para homem que até então não saiu uma palavra, vejo um pouco de raiva noto que tem uma veia no seu rosto que não para de pulsar.
- não precisa Samuel, eu estou bem é sério, eu vou pegar um táxi, não precisa se preocupar comigo - Samuel solta o meu braço e eu saio do local,  vejo a hora no meu celular de botão e tá marcado 7:20 dormi quase duas horas, estou me sentindo renovada deve ser por causa daquele sofá macio,  chamo um táxi.

Chego em casa e vou tomar um banho, forro o chão e faço um travesseiro de roupas e me deito mais tarde tenho que volta pro trabalho .

RavenaOnde histórias criam vida. Descubra agora