Capítulo 9

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Já me encontro vestida com meu uniforme, pronta para sair para o trabalho.  A noite hoje está agradável, um climazinho frio e o Céu nublado.

Entro no saguão e me deparo logo de cara com  Samuel, ele sorri e  acena. Vou até o balcão e comprimento Marisa antes de iniciarmos o trabalho, Marisa me chama para um canto afastado de todos, pega um envelope e me entrega, fico curiosa pois não faço ideia no que tem dentro do envelope, abro o envelope e vejo algumas cédulas, antes que eu pergunte ela responde:

-Elijah  mandou te entregar, esse é o salário do mês_diz sorrindo -  pensou que ia trabalhar de graça?_ perguntar rindo da minha cara.
- Não, eu nem tinha percebido que já completei um mês aqui, obrigado -agradeço e coloco o envelope no cós da minha calça e cubro com a blusa.

Me sinto eufórica, nunca tinha pegado tanto dinheiro, aposto que aqui deve ter no mínimo dois salários,
Estou tão ansiosa que  já estou fazendo mil e um planos com o que vou  comprar com esse dinheiro. Irei comprar uma cama, minha coluna já não aguenta mais o chão duro, aposto que quando eu tiver 40 anos vou estar corcunda.

Vejo Sara que  estava sumida há alguns dias,  ela passa pelo o balcão  mascando o seu rotineiro  chiclete,  fingo que não  ah vi, não consigo engolir essa mulher, se bem que ela já deixou bem claro pela maneira que me olha, e que me tratou na primeira vez que estive aqui atrás de emprego, ela também não me suporta.

Marisa passar pelo saguão indo para atender algumas mesas, Samuel traz alguns pedidos e começo agilizar,  posso dizer que já estou ficando expert em drinks, no começo achei que seria muito difícil, meu maior medo era não conseguir me capacita nessa área, mas está sendo uma maravilha, pelo menos nessa parte.

Vejo o homem da conversa estranha se sentar em uma  mesa mais afastada das outras, falando em conversa estranha, depois vou traduzir o tal drink que ele me pediu.

Marisa vai até a mesa do sujeito e  logo vem em minha direção.

-Ravena o senhor daquela mesa solicita que você vá atendê-lo._Fico sem saber o que fazer, na última vez Elijah parece não ter gostado de me conversando com ele.

-É melhor você ir logo Ravena, não queremos problema com o chefe, ainda mais quando ele é amigo dele._
Sendo assim, saio do balcão e pego o bloco de notas,  já que se trata de um amigo íntimo do troglodita, é melhor atender.

-Boa noite o que gostaria de pedir?_ Pergunto
-Boa noite senhorita, eu vou querer Martin e um pouco da sua presença._
-Desculpa, mas não somos permitidos conversar com clientes em horário de trabalho._
-Só que eu não sou um cliente qualquer, tenho certeza que o seu chefe não se importaria se eu te roubasse um pouco._diz me olhando fixamente.
-Não entendo, sobre o que o senhor quer conversar comigo?_ pergunto curiosa.
-Nada demais, só quero ter a chance de contemplar a sua beleza de perto e ouvir um pouco mais da sua voz._ responde sério me olhando intensamente, sinto minha barriga embrulha como se tivesse algo dentro querendo sair, fico em um transe, não é ruim, volto a realidade.
-Realmente não posso._respondo,
Volto para o balcão, preparo a bebida, vejo Samuel parado, chamo discretamente e entrego a bebida, ele coloca na bandeja e sai para entregar.

Ao meu lado  encontro o  olhar de julgamento vindo de Sara, fingo que não vi nada.
Olho para as escadas e vejo  o capeta do chefe descendo as escadas, confesso que ele é muito bonito, fazendo jus a um Deus grego, mas o que tem de bonito ele tem de   insuportável, hoje ele está com uma camisa social branca e  uma calça preta, um perfeito contraste junto as suas tatuagens, por um momento nossos olhos se encontram, desvio minha visão para a entrada, volto o meu olhar e vejo se sentando na mesa de seu amigo, ele chama Marisa que vai prontamente a seu encontro, logo após ela vem até o balcão e me pede uma garrafa de whisky,a entrego.

encosto no balcão à espera de mais  pedidos, o lugar vai lotando, enquanto não chega nenhum pedido,  começo  observar a mesa aonde está o meu chefe e o seu amigo bonitão,  observo o endiabrado passando a mão nos cabelos,  as veias de suas mãos são bem aparentes e bonitas, nunca pensei que acharia veias bonitas, devo estar ficando maluca, o seu amigo também não fica para trás, dono de um par de olhos muito bonito, eles dois chamam muita tenção, tanta atenção que eu vejo algumas mulheres encaran-dos, incluído Sara.

Já é por volta de 2 horas da manhã e meus pés estão pedindo arrego, tiro os tênis já que eu estou de trás do balcão ninguém me verá descalça, me encosto no balcão e tomo um susto com aparição repentina de Samuel.
- tomara que amanheça logo, quero dormi- diz Samuel sentando em um dos bancos.
- nem me falar, os meus pés estão doloridos de tanto ficar em pé._ falo fazendo movimentos circulares com o calcanhar.
-se quiser eu posso fazer uma massagem quando o expediente acabar._diz Samuel se oferecendo
-não precisa Samuel, obrigado -digo, seria muito estranho deixar alguém que eu conheço tão pouco tempo fazer uma massagem em mim, sei que não tem nada aver mas as vezes eu me sinto uma senhora conservadora.
-ah deixar de besteira, amigos também trocam massagens _ diz Samuel rindo como se tivesse lido os meus pensamentos.
- Eu não disse nada _respondo rindo, acho que essa é a primeira vez me sinto confortável nesse lugar, Marisa e Samuel são os responsáveis por esse momento.
-bom o papo tá gostoso, mas eu vou dar uma circulada por aí antes que nosso "patrão puxe nossas orelhas _concordo, por um momento olha para a mesa do troglodita e o vejo me olhando não só ele, o amigo também, o que muda é que um me olha de uma maneira gentil e leve e outro dá a entender que quer me mata.

A limpo o balcão, parto para organizar as garrafas de bebidas e organizar os utensílios dos drinks. Samuel a limpar todas as mesas enquanto Marisa está na sala do Elijah, acho que tem a ver com o tal baile  beneficente, Já Sara tá na cozinha, agora fazendo não sei, a mulher parece que vive em um desfile.

Terminamos de organizar o saguão e vemos Marisa descer as escadas com um cardeninho na mão.

- preciso pegar a numeração de vocês, é para o uniforme que iremos usar no baile beneficente -diz chegando perto de nós.
- espero que esse uniforme seja bonito, você sabe gatos como eu não podem usar qualquer coisa._diz Samuel em bom tom.
- Se você não calar essa boca, você vai ser um gato de rua, isso sim_diz Marisa, rimos. passamos nossas medidas e vamos para a cozinha, merendo e calço meu sapato, não irei pra casa agora.

Saio da trabalho, vou me aventurar por essas ruas, o objetivo é encontrar uma boa cama para inaugurar Hoje. Ando pelas e observo cada mísero detalhe, casas, pracinha , vendas e até mesmo pessoas, parece até um fetiche, sempre gostei de observa, não sei como mas isso me conforta de alguma maneira, é como se eu tivesse em cinema, só que cenas reais. Avisto uma loja de móveis e decido entrar, avisto algumas pessoas conversando com as atendendes, ando pelas loja olhando alguns móveis, chego na parte das camas e olhos os preços, quero levar algo bom mas que não seja muito caro, presciso guardar dinheiro dinheiro para alguma emergência, a vida é imprevisível.
-bom dia , posso ajudar?_ perguntar a atendente do meu lado.
-bom dia, é, por enquanto eu estou só olhando -falo.
- qualquer coisa é só chamar -responde.
Depois de tanto pensar, decido qual cama vou levar. Vou para o caixa, faço o pagamento e passo meu endereço, vou para casa esperar a entrega para poder dormir confortável.

RavenaOnde histórias criam vida. Descubra agora