Capítulo 14

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Depois de ter passado por toda essa
adrenalina, pensei em procurar uma delegacia, estava decidida em denunciar aquele maníaco. Parei para raciocinar e decidir que  não o denunciaria, me traria mais problemas, ele tem dinheiro e no leilão ele provou isso, seria um escândalo e quem se ferraria seria eu.

Me levanto da cama, deve estar perto das 10:00, vou em um restaurante almoçar e procurar um novo emprego pela cidade,  naquele lugar eu não volto. Eu não sei o que ele queria fazer , mas coisa boa é que não era.

A cidade continua com seu ciclo infinito, pessoas pra lá e pra cá, todos muito ocupados com seus objetivos, olho para alguns rostos, e me pergunto o que passa na cabeça de cada um, ou, como é a vida deles, rotina, relacionamento. A vida é uma coisa que me assustar muito, ela é enigmática, e ao mesmo tempo cheia de desafios, desafios esses que me assustam em tempos de crises, e o impressionante é a forma que descobrimos que pode ser fácil solucionar.

Avisto o shopping que vim com Marisa anteriormente, paro e penso por alguns segundos, se é uma boa ideia ir lá. Decidida caminho para entrada, sinto que estou descabelada ou minha roupa está suja, muitas pessoas me encaram, faço um mantra para criar coragem, e fingo que não vejo os olhares em minha direção .

Passo pelas vitrines, observo com desejo e atenção, sonho acordada com cada item que chama a minha atenção. Sempre fui uma pessoa que se corformou com que tinha, não por opção, mas por falta de condição, ainda mantenho os sonhos de infância e adolescência.

Paro em vitrine antiquário, sou apaixonda por coisas antigas, sempre sinto nostalgia, ao ver ou tocar. Entro na loja, foi a única que me fez um convite a entrar, sem precisar de atendente para isso!
Ando pelas prateleiras e a cada objeto que vejo, a minha vontade de tê-los aumenta mais, vejo um pequeno porta jolhas em uma mesinha, me encaminho ao seu encontro. Pego o pequeno porta jolhas, admiro os detalhes, a sua cor marrom envelhecida , combina com minha alma, assim eu acho. Giro o porta jolhas e o abro, por dentro ele é revestido por um tecido de seda, na cor vinho.

-Olá posso ajudar _Pergunta um senhor de cor negra e óculos estilo "fundo de garrafa ".
-Oi, só estou olhando _Respondo timidamente.
-Leve o baú jovem, aproveita a promoção _ Responde dando tapinhas no meu ombro.
-Eu bem que gostaria de levar, mas infelizmente não vou poder_Falo e percebo que deixei a minha tristeza transparecer.
-Posso deixar separado pra você, você vem buscar quando tiver dinheiro _ Diz o senhor de forma simpática.
-Obrigada, mas não precisa, de verdade. Eu estou sem trabalhar, então não posso me dá o prazer por agora_digo afim de encerrar o assunto.
-Ah sim entendo, mas a senhorita tem experiência com atendimento?_pergunta o senhor me dando as costas e acenando para que eu o siga. A companho o senhor até o balcão, vejo que as estruturas da loja são mordenas, exceto os objetos de venda.
- Sim, trabalhei recentemente _digo e pigarreio.
- Por qual motivo a mocinha não está mais trabalhando?_ pergunta o senhor me analisando de cima a baixo.
-É... _ não consigo achar uma resposta óbvia, e eu não vou falar que meu antigo chefe é um debilóide que mim perseguiu na noite anterior.
-Eu estive pensando em contratar uma pessoa para me ajudar aqui, infelizmente não sou mais um jovem independente como antes _diz o senhor tirando um relógio de bolso, olha as horas e me encara.
-Você pode começar amanhã, venha as 5:00 da manhã, ah venha com vestimentas comportadas _ o senhor andando até os interruptores, desliga algumas lâmpadas. Pisco surpresa não imaginava encontrar um emprego tão rápido, sinto uma alegria imensa por conseguir.
- Pode deixar, obrigada _ falo sem conter o sorriso que surgi contra o meu gosto.
- Até amanhã mocinha, como é o seu nome mesmo?_ pergunta o senhor tirando algumas chaves do bolso.
-Ravena_falo.
Me despeço do senhor, combinamos algumas coisas que ele irá me orientar amanhã, descobri que o seu nome é Carlos.

A proveito um pouco do shopping e vou até o McDonald's, compro um hambúrguer e como com o maior prazer inexistente, não é sempre que posso me dá o luxo. Dou uma passada em algumas lojas. Me encaminho para saída do shopping, paro na entrada e sinto o sol tocar em minha pele, me otimista, mesmo com minha mente tentando me sabota, tento encontrar alguma luz que não me direcione para o beco da amargura. Sempre fui uma pessoa que teme ser  igual as outras pessoas, tento pensar e agir de maneira leve e com paciência. Já vi pessoas horríveis e me pergunto, como elas chegaram nesse estado, e se elas não percebem o quão horríveis são por ser assim.

Ando pelas ruas espontaneamente, já me sinto de casa, as ruas estão começando a me familiarizar, é como se eu já fizesse parte daqui a muito tempo. Chego em meu prédio, aceno para algumas pessoas e subo as escadas, entro em meu apartamento e me sinto chateada, não tem nada para fazer aqui. Tomo um banho e visto uma camisola surrada, me sento no parapeito da janela e deixo minha mente viajar, visita os meus antigos sonhos e desejos. Me pego lembrando da minha infância, de como eu era feliz, mesmo passando por maus momentos, sinto falta da minha inocência, do meu ponto de vista, tudo era mais fácil e dócil. A maldade por mais explícita que fosse, não era enxergada da forma correta, a inocência de uma criança a tranformava em apenas em um momento, coisa que quando fosse amanhã, não existia mais, foi apenas um ato inespensável. Que saudades.

Vejo as estrelas brotarem com sua iluminação no céu negro, olho fixo para pontinho brilhoso acima de mim. Quando eu era criança, acreditava em que cada ponto era uma pessoa que morreu, e eu sempre procurava nas estrelas Alguns conhecidos, que eu achava semelhante. Hoje já não penso dessa forma, a realidade é vilã da inocência.

Sinto minhas formigarem, câimbras as odeio intensamente. Desço do parapeito e me deito na cama, rolo em tédio, tento dormir, já que não tem nada divertido pra fazer. Brinco as alças da camisola e sinto o meu corpo pesar, largo as alcinhas e me deito de bruços. Sinto minha respiração sair pacificamente dos meus pulmões, fecho meus olhos.

Acordo em abruptamente e me sento na cama, tenho impressão que ouvi um barulho de batida, olho para todas as direções e não vejo ninguém. Saio da cama cautelosamente, colo na parede e ando lentamente até a porta do quarto,passo o olhar pela a sala e não avisto ninguém. Paro no meio da sala e passo a mão no cabelo, solto um suspiro de alívio.
Escuto outra batida e vejo que vem da  minha porta de entrada, me quem seria, não tenho ninguém pra me visitar, tanto parentes, como amigos ou algo do tipo.
-Quem é?_ pergunto alto. Não ouço resposta do outro lado . Pergunto novamente e não tenho resposta. Ando até a porta, seguro a maceneta, destrancado a porta, abro a porta .
Olho para o corredor que se encontra vazio, a não ser uma pequena caixa preta, me agacho e pego a caixa em minhas mãos, procuro pelo nome do remetente, mas só encontro o meu nome escrito, assinatura foi a mão, em adesivo branco. Entro para dentro com a caixa na mão, balanço a caixa, para tentar adivinhar o que é, é muito leve.

Sento na cama e rasgo a caixa com minha unhas, tiro alguns papéis que escondem o conteúdo da caixa, pego o pequeno embrulho e rasgo o papel vermelho que o cobre. Minha reação é de espanto ao ver o porta jolhas que vi na loja do senhor Carlos. Abro o porta jolhas e me deparo com um par de brincos  com pérolas vermelhas, mais embaixo encontro um bilhete escrito:

   Espero que seja do seu gosto, acredito que mulheres como você, devem apreciar bastante jóias, já que  é quase impossível terem por mérito próprio !






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⏰ Última atualização: Aug 14, 2024 ⏰

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