Uma Garota Perfeita Pra Mim [CONCLUÍDO]

Capítulo 29

George

"Meu irmão não poderia conhecer Lindsay nunca, ela facilmente seria alguém por quem ele se interessaria e eu não quero nem imaginar se isso seria recíproco, de alguma forma, ele se dava bem com as mulheres."

— Registrado por George Baker em seu livro.

Eu não tinha um carro e isso nunca foi um problema, meus dias se resumiam a ir para a escola e ficar em casa. Rick sempre me dava carona e, quando não podia, o ônibus sempre foi uma opção. Entretanto, hoje isso era um problema, a mensagem com o endereço da Lindsay brilhava na tela do meu celular.

Não havia passado pela minha cabeça que eu teria que buscá-la, eu era a pessoa que ganhava carona, não a que buscava os outros.

Bati na porta do quarto de Brian, eu não tinha um carro, mas ele sim. Estalei os dedos esperando a porta abrir, o que demorou uma eternidade.

— O que você quer?

— Me empresta seu carro?

— Não.

A porta quase acertou meu rosto quando ele a fechou, coloquei meu pé no vão antes dela bater e meus olhos se arregalaram com a dor, mas tentei disfarçar.

— Você vai sair?

— Não.

O segui pela zona que era seu quarto, não contendo a careta de nojo quando pisei em uma cueca, que eu esperava estar limpa. Ele se jogou na cama e começou a mexer no celular ignorando minha presença.

— Por que não pode me emprestar?

— Por que não pede para aquele seu amigo?

— O Rick está trabalhando.

— Deveria seguir o exemplo e comprar o próprio carro.

Revirei os olhos, eu não conseguiria nada com ele e minha única outra opção era Megan, mas Lindsay reconheceria o carro dela.

— Você está nervoso. — Ele avaliou minhas mãos. — Vai sair com uma garota, né?

O sorriso malicioso não foi nada agradável, ele colocou os braços atrás da cabeça e me olhou minuciosamente.

— Você vai sair assim com uma garota?

Olhei para meu próprio corpo e assenti vagarosamente, procurando algo de errado, talvez algo amassado ou sujo.

— É com aquela gostosona que você trouxe semana passada?

Parei de arrumar a manga da minha blusa e o encarei processando o que tinha dito, ele estava falando da Megan, senti meu rosto quente pela raiva e peguei a primeira coisa que vi pela frente para atirar nele.

— Você é nojento.

A revista atingiu seu rosto, mas não foi o suficiente para parar a risada ruidosa.

Idiota.

Desisti da ideia e saí logo do quarto. Procurei no meu celular o contato de Megan, precisava urgentemente da ajuda dela.

— Ei, George, é brincadeira.

Nem perdi meu tempo olhando para trás, mas podia ouvir os passos me seguindo pela casa.

— Se você quer o carro para sair com sua namoradinha, eu empresto.

Olhei desconfiado para a chave que me era oferecida, não perdi a oportunidade, peguei-a e enfiei no bolso.

— Ela não é minha namorada.

— Claro que não — disse como se fosse estúpida a ideia de Megan namorar comigo. — Pode me passar o número dela então?