Prólogo

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Abandono.

Todas as palavras que o transformam em abismo de dor e prepotência, ódio em forma sólida, mas que não se pode ouvir, apenas ver. Tudo aquilo pelo o que ele não queria passar, mas simplesmente passou, causando dor que entra na mente e transborda em lágrimas, depois em ferida, e daí em fúria. A vida lhe mostrando a realidade fria e palpitante, e, logo, lá está ele: forçado a mudar, e, sem perceber, sofrendo por ter se transformado em algo tão inútil quanto a realidade trágica e má, sem interesse algum em como voltar atrás, quando as coisas ainda podiam ser salvas.

Harry chegara a ser apenas um garotinho perdido, sem estudos e completamente só na estrada sinuosa que é a vida. Quando as coisas — e pessoas — começaram a virar-se contra o garoto, ele ainda era matriculado em uma escola pública de Holmes Chapel, tão suja e desestruturada quanto a sua casa, mas logo parando de frequentá-la, não se sentindo à vontade ou obrigado a algo, considerando-se que sua mãe não mais ligava para detalhe algum da vida miserável do filho.

No período que lhe deveria ser gasto com os estudos, ele passara a andar pelas ruas, atrás de algo que lhe saciasse a fome de ser alguém. Tanto andou sem rumo, em busca de um trabalho, que sua vida acabou ainda mais destroçada.

Aos quinze anos, se viu completamente num buraco sem fim — sua mãe ainda mais fora de si e incapaz de cuidar de um adolescente já problemático e contrariado àquela merda que chamava de vida. Estava perdido, mas sem a intenção de cair na perdição, de fato. Foi quando, numa tarde fria do pobre vilarejo inglês, enquanto Harry andava trêmulo pelas ruas, carregando um violão em troca de qualquer moeda ou alimento, surgiu das sombras um homem bem vestido e com um cigarro entre os lábios, o olhar cada vez mais indecifrável ao que se aproximava do cacheado.

— Ei, garoto. — A voz rouca soou ainda mais macabra que a sua misteriosa chegada ante ao frio, fazendo o garoto derrubar seu pobre violão e causar eco em meio ao vilarejo, virando-se e assustando-se com o sujeito. — Prazer, sou o Sr. James Conway.

Harry nada fez, apenas encolheu-se e observou a feição monstruosa do homem, com uma cicatriz do nariz ao extremo do lábio inferior. Uma figura tão horrível, mas usando roupas dignas de um lorde rico e capaz de pagar por qualquer plástica que concertasse tal estrago no rosto.

— O que faz aqui, criança? Está com medo de mim? — Arqueou as sobrancelhas em espera, abaixando-se até ficar à altura do garotinho. — Hm, você não fala?

— Não é da sua conta! — Disse com repulsa, tentando desviar-se do homem e seguir seu caminho. Claro, se não fosse pela forte pancada que lhe veio logo em seguida, mais precisamente nas partes baixas.

— Se eu fosse você, teria mais respeito ao homem responsável pelo fim da sua miséria, menino. — Ameaçou acertar-lhe outro tapa, apenas não o fazendo porque o garoto havia se rendido à dor, e esse certamente não era o objetivo de Conway.

— C-como assim? — Por mais assustado que estivesse, o olho de Harry brilhou assim que se atentou ao "responsável pelo fim da sua miséria". Oh, era o que ele mais queria: livrar-se daquela vida de merda.

— Bem... Siga-me e saberás do que eu estou falando. — Simplesmente jogou um saco pesado e volumoso ao colo de Harry, virando-se de costas e fazendo menção para o garoto o seguir. Harry, quando abriu o tal saco, teve seus olhos arregalados e a boca semi-aberta em espanto. Ele nunca havia chegado tão perto de tanto dinheiro.

E foi assim que as coisas de fato começaram a acontecer para Harry.

Na mesma semana, recebeu um par de sapatos caros, roupas novas e limpas; não voltou para casa, pouco se importando com a falta que obviamente não faria à sua mãe. Sendo assim, foi levado para um albergue abandonado onde encontrou mais três garotos de idade aproximadamente iguais. Teve medo, muito medo. Porém, com o tempo, o medo transformou-se em apenas mais um detalhe fútil se comparado ao que ele ganhava ao final do dia.

Ele realmente não ligava para a vida que teria dali em diante. Passou a ser treinado para matar, roubar, conseguir o que quisesse sem a intervenção de ninguém. Pouco importava o absurdo que virara, aos extremos de uma vida criminosa. Pouco importava o álcool e as drogas que tanto traficava quanto ingeria. Pouco importava com quem e quantas vezes transava por dia, sem nenhum resquício de sentimento. Pouco importava a má fama de brincar de ser Deus, o centro de tudo, sentir o prazer do sangue espirrar em sua roupa a cada novo trabalho sujo. Um verdadeiro marginal.

Conway jamais imaginaria que o garoto maltrapilho que encontrara mendigando por Holmes Chapel viraria um gângster temido e conhecido por toda a Europa, seu maior orgulho.

Harry, o garoto já antes muito maltratado pelo passado, agora um homem frio e calculista. Ninguém o superava, muito menos ousava mexer com ele.

Bem... Pelo menos até certo ponto.

Sempre há um porém e um por quem, não é mesmo?



KBKJEBFKJBEWHF to nervosa, vcs gostaram? Deus, eu espero que tenham gostado, dei o meu melhor e o meu pior, literalmente.

Essa foi apenas uma introdução da vida obscura do nosso criminoso favorito heuheuheeh.

Por favor, me deixem um comentário, adicionem na biblioteca, lista de leitura, favoritem... Isso vai me deixar motivada para a próxima ATT :)

ATUALIZANDO: meu user no tt é mcdemarx! A conta não é mais fc, e, sim, meio que pessoal. Mas eu gostaria muitissimo de conversar com vocês por lá :)

Xxx, Inha.

Blue Jeans (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora