Capítulo 2

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**LEIAM OUVINDO ALGUMA MÚSICA DA LANA**

3º. P.O.V.

Sheffield sempre fora uma cidade famosa e desejada por qualquer turista à procura de um bom lugar para festas, bebedeira e boa movimentação. A sexta cidade mais populosa da Inglaterra, a tal aglomeração urbana que ultrapassa os limites de normalidade na visão de qualquer casal de idosos à procura de calmaria e música country ecoando pelas ruas em uma comum tarde fria.

Já quando o "toque de recolher" das indústrias localizadas ali soava, indicando as cinco horas e o início de um novo período, homens bem vestidos largavam suas roupas sociais e não pensavam nada mais, nada menos que na sensualidade e diversão que a Sheffield noturna proporcionava, com seus bares e casas de show anunciando novas garotas de programa à venda, e o principal sustento de quem comandava toda a máfia de dinheiro, joias e mulheres por aquelas bandas: o tráfico.

O lugar perfeito — o centro de todo o império — para Harry Styles.

E William, agora Louis, sabia disso. Em uma mesa afastada de toda a movimentação de um desses bares bem frequentados, lá estava ele, tragando o primeiro cigarro do maço que brincava em seus dedos. Estava inquieto com toda aquela gente esquisita que chegava aos poucos no local; tamborilava os dedos sem nem perceber o desconforto que causava nas dançarinas aguardando o início de seu show.

Não sabia bem o porquê de ter entrado ali, mas confiava na sua intuição, a qual lhe dizia: gângsteres procuram lugares caros, perfeccionistas, nos quais você só consegue entrar caso tenha muito dinheiro, ou quem sabe venda um carro esportivo e mate alguém a pedido de um político que poderá te pagar muito bem por isso.

Logo quando desembarcou na cidade, os murmúrios da tal boate — ou bar, chame como quiser — já lhe tornaram comuns de tanto que ouvira falar sobre. Era a melhor da região, o verdadeiro portal para o inferno e prazer de quem quer e pode estar ali. Aliás, além de ser o refúgio dos riquinhos e barras-pesadas, concentrava o maior número de mulheres estrangeiras ou mesmo dali, pagando seus pecados e os cometendo também.

Pobre Louis Tomlinson, estava ali apenas a trabalho. Por mais que tentasse não cair em tentação, acabou aceitando um whisky e petiscos não muito confiáveis a quem deve estar sóbrio até o final da noite. Disse a si mesmo que aquilo era apenas pelo seu nervosismo; que o álcool estranhamente fazia seu cérebro funcionar diante de missões como aquelas. E apenas pegou mais um cigarro, acendendo-o e tentando ignorar as prostitutas que se esfregavam em seu colo, preocupado apenas em vigiar a entrada da boate e em quem adentrava a mesma.

A noite tornava-se cada vez mais obscura e caracterizada como tal conforme as horas iam passando, o piso fluorescente e as luzes estroboscópicas fazendo Louis xingar a si mesmo por não ter contado com a ajuda de um óculos escuro ou qualquer outra coisa que protegesse seus olhos. A música alta lhe incomodava, e os balcões lotados de bêbados gritando a letra das mesmas, também.

No ápice da noite, já cansado de esperar pelo gângster — ficar ali, parado, alternando o olhar entre a porta de ferro cercada por brutamontes, e o DJ, ao fundo, animando a festa —, levantou-se do banco já marcado pela sua bunda, de tanto tempo que ficara ali sentado, desculpou-se com as meninas que antes tentavam satisfazê-lo com toda aquela típica sensualidade, e seguiu em direção à pista de dança. Não mais se importava com a multidão eufórica, e então, apenas entrou no ritmo da música e aproveitou a deixa para encarar e observar mais detalhadamente cada homem bem vestido e suspeito de ser Harry Styles.

Claro que tinha uma vaga lembrança das fotos registradas na ficha criminal do mesmo, como um homem consideravelmente bonito (por mais que Louis detestasse admitir isso em relação a um criminoso), cabelos cacheados de cor castanha, mesmo que algumas fotos denunciassem um tom mais claro, olhos verdes e uma pegada ora rocker, ora indie.

Blue Jeans (larry stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora